sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Colham rosas enquanto podem...

Colham botões de rosas enquanto podem
O velho Tempo continua voando:
E essa mesma flor que hoje lhes sorri,
Amanhã estará expirando.
O glorioso sol, lume do céu,
Quanto mais alto eleva-se a brilhar,
Mais cedo encerrará sua jornada,
E mais perto estará de se apagar.
Melhor idade não há que a primeira,
Quando a juventude e o sangue pulsam quentes;
Mas quando passa, piores são os tempos
Que se sucedem e se arrastam inclementes.
Por isso, sem recato, usem o tempo,
E enquanto podem, vivam a festejar,
Pois depois de haver perdido os áureos anos,
Terão o tempo inteiro para repousar.
(Robert Herrick)

sábado, 3 de janeiro de 2009

flores

"O mundo não se fez para pensarmos nele... mas para estarmos de acordo." (Fernando Pessoa)
fotos: Sérgio Surkamp















sobre a imortalidade da alma - Jung

Em 1956, respondendo a um senhor H. J. Barret, dos Estados Unidos, escreve Jung sobre sua crença na imortalidade da alma: Ainda que meu tempo seja escasso e minha idade avançada um fato real, tenho gosto em responder às suas perguntas. Não são fáceis como, por exemplo, a primeira: Se eu acredito numa sobrevivência pessoal após a morte. Não poderia dizer que acredito nela, pois não tenho o dom da fé. Só posso dizer se sei alguma coisa ou não.
1. Sei que a psique possui certas qualidades que transcendemos limites do tempo e do espaço. Em outras palavras, a psique pode tornar elásticas essas categorias, ou seja, 100 milhas podem ser reduzidas a uma jarda, e um ano a poucos segundos.
Isto é um fato do qual temos todas as provas necessárias.
Além disso, há certos fenômenos 'post-mortem' que eu não consigo reduzir a ilusões subjetivas. Por isso, sei que a psique pode funcionar sem o empecilho das categorias de espaço e tempo. Isto não significa que eu tenha qualquer tipo de certeza quanto à natureza transcendental da psique. A psique pode ser qualquer coisa.
2. Não há razão alguma para supor que todos os chamados fenômenos psíquicos sejam efeitos ilusórios de nossos processos mentais.
3. Não acho que todos os relatos dos chamados fenômenos miraculosos (como precognição, telepatia, conhecimento supranormal, etc.) sejam duvidosos. Sei de muitos casos emque não paira a mínima dúvida sobre sua veracidade.
4. Não acho que as chamadas mensagens pessoais dosmortos devam ser rechaçadas in globo como ilusões.
Kant disse certa vez que duvidava de toda história individual sobre fantasmas, etc., mas, se tomadas em conjunto, havia algo nelas...
Eu examino minuciosamente o meu material empírico e devo dizer que, entre muitíssimas suposições arbitrárias, há casos que me fazem titubear. Tomei como regra aplicar a sábia frase de Multatuli: Não existe nada que seja totalmente verdadeiro, nem mesmo esta frase (Jung, 2003,pp. 53-54).
Essa carta não deixa dúvida que Jung estava propenso a ter a imortalidade pessoal como um fato com fortes evidênciasde realidade.
Autor de uma vasta e erudita obra, ele revolucionou os estudos psicológicos, superando o reducionismo que ainda teima a imperar nesse campo de estudo. Mentalidade científica aplicou o método experimental com rigor em suas pesquisas, embora permanecesse sempre aberto ao novo, ao inesperado, ao incomum, sem temer avaliá-lo e aceitá-lo.
(Jung citado por Djalma Motta Argollo)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

as várias maneiras de amar...

O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo.
 Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio.
 O GIRASSOL não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os GIRASSÓIS são orgulhosos de natureza.
 Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o GIRASSOL chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria.
Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de GIRASSOL e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.
 O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma.
 E mandou-o embora. Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o GIRASSOL a mudar de atitude.
A mais triste de todas era o GIRASSOL, que não se conformava com a ausência do homem. "VOCÊ O TRATAVA MAL, AGORA ESTÁ ARREPENDIDO?"
- "NÃO, RESPONDEU, ESTOU TRISTE PORQUE AGORA NÃO POSSO TRATÁ-LO MAL. É A MINHA MANEIRA DE AMAR, ELE SABIA DISSO, E GOSTAVA".
                                                                  (Carlos Drummond Andrade)

"Sutilmente Meu Corpo Toca a Alma"

"Viver gera experiências.
Experiências geram marcas.
Marcas ficam registradas, sejam elas boas ou ruins. 
Os registros destas marcas quando negativas e destrutivas ficam marcadas nas memórias conscientes e subconscientes gerando couraças e respostas somáticas que se cristalizam com o tempo em forma de sintomas e doenças".
- Dança provém do sânscrito "TAN" que significa anseio, tensão, representando a celebração pela vida...
- Esta que antecede a todas as formas de comunicação (estando atrás somente do som), surgiu para o homem pré-histórico pela necessidade de relacionar-se com a natureza e animais.
- Trata-se de uma dança do Período Matriarcal, cujos movimentos revelam sensualidade, em sua forma primitiva era considerada um ritual sagrado. Relacionado aos cultos da Deusa-Mãe, provavelmente por esse motivo os homens eram excluídos de seu cerimonial (Portinari, 1989).
- O termo DANÇA do VENTRE é a tradução do inglês americano ‘Bellydance’, e do árabe ‘Raqs Sharqi’ (literalmente Dança do Leste).
- Sua origem registra-se há mais de sete mil anos. Há correntes que defendem que a Dança do Ventre teria nascido na Índia, de onde foi difundida com a ajuda de povos ciganos do Oriente.
- Tribos primitivas a utilizavam como forma de reverenciar seus deuses e ancestrais.

- Também sempre esteve presente na natureza em ritos de aproximação e acasalamento entre os animais. Refere-se ainda, que através de ritos religiosos, preparava as mulheres para se tornarem mães (Penna, 1977).
- Os ornamentos, principalmente o véu fazem parte do ritual. É comum nas regiões do Oriente as mulheres cobrirem a cabeça com véus, tendo para isso diferentes motivos e estilos de uso. Na Índia elas se cobrem em sinal de castidade, os cabelos em trança enfeitados com pérolas e flores.
- No Mundo Árabe os véus são parte da rotina de qualquer pessoa, seja para proteger a cabeça do calor, seja por motivo religioso, ou como adorno; sobre o véu na altura da testa, é usada uma tiara com moedas de ouro e prata presas a correntes que caem nas têmporas e tilitam com o caminhar.

- A maioria das religiões do Oriente impõe o uso do véu, em países  conservadores de um islamismo extremado, como Arábia Saudita e demais países do Golfo, devem usar um manto negro que lhes oculta completamente o rosto e corpo desde a adolescência, não sendo jamais permitido tirá-los em público.

A DANÇA DO VENTRE E OS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE DA MULHER:
- As potencialidades sensoriais, sensitivas, perceptivas, cinestésicas, motoras, criativas e comunicativas são ampliadas. O reconhecimento da identidade, a sensação de acolhimento que a Dança do Ventre trabalha, diminui sintomas psicossomáticos.

 - A dança pode estimular e equilibrar os hormônios femininos, auxiliar na cura da insuficiência ovariana, bem como combater a prisão de ventre, uma vez que trabalha o tônus da parede abdominal contribuindo para o peristaltismo vonluntário.
 - Isso acontece através das ondulações abdominais, combinados à respiração.
- Fatores como uma boa circulação sanguínea, também contribuem para a manutenção da juventude.
- O cérebro precisa ser irrigado para que as glândulas pineal e pituitária responsáveis pelo desenvolvimento sexual do indivíduo funcionem adequadamente.
- Os tecidos precisam de nutrientes para seu funcionamento, toxinas e resíduos precisam ser eliminados pois quando se acumulam nas articulações, prejudicam os movimentos;

- Uma má circulação pode prejudicar o bom funcionamento dos órgãos.
- A Dança do Ventre pode ativar a circulação sanguínea, principalmente na região genito-urinária, como também sob a força extática de movimentos como os tremidos, a circulação sanguínea é ativada e percorre todo o organismo, chegando inclusive ao cérebro, onde se localizam os neurotransmissores responsáveis pelo equilíbrio do humor.
- Com o passar dos anos, a musculatura, também por força da gravidade, tende a pesar. Os músculos sustentam menos o esqueleto – a coluna, como também os órgãos.
- Embora a Dança do Ventre não defina tanto a musculatura do corpo como na musculação, seu exercício lhe confere elasticidade e sustentabilidade, principalmente à região abdominal (neste caso, as ondulações ventrais fortalecem a região como também a definem).
- A coluna, que abriga uma legião de nervos da medula espinal, cuja importância no funcionamento fisiológico é de peso ímpar, pois órgãos e glândulas estão a ela ligados, necessita de elasticidade, flexibilidade que a dança favorece.
 
Fonte: WikipédiaPrev: RITMOS ÁRABES/ PENNA, Lucy. Dance e Recrie o Mundo. São Paulo: Ed. Summus, 1997. PORTINARI, Maribel. História da Dança. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1989. 

(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

é assim que te quero! Pablo Neruda

É assim que te quero, amor,
assim,
é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luze sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita de luz e pão e sombra,
eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor,
uma folha
que há de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.

Ψ "Não sou mais infeliz do que os outros..."

Ψ "Eu não tenho desprezo pelo mundo. Expressar desdém pelo mundo é apenas outra forma de cortejá-lo, de ganhar audiência e aplauso.
 Não, eu não sou um pessimista, não enquanto tiver meus filhos, minha mulher e minhas flores!
 Não sou infeliz - ao menos não mais infeliz que os outros."

"Setenta anos ensinaram-me a aceitar a vida com serena humildade...
Eu não me rebelo contra a ordem universal. Afinal, vivi mais de setenta anos.
Tive o bastante para comer.
Apreciei muitas coisas - a companhia de nha mulher, meus filhos, o pôr-do-sol.
 Observei as plantas crescerem na primavera. De vez em quando tive uma mão amiga para apertar. Vez ou outra encontrei um ser humano que quase me compreendeu.  Que mais posso querer?"
(Sigmund Freud - 1856/ 1939)
Fatima Vieira - Psicóloga Clínica