sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ψ Intenções de Ano Novo - Você Quer o Que Deseja?

(...) o Ano-novo, dada sua extensão universal, têm uma força simbólica real, que não permite indiferença.
 - Até aquele mal-humorado que prefere ir sozinho à última sessão de cinema do dia 31 de dezembro, e que antes da meia-noite já está dormindo, não escapa ao Ano-novo. 
- Não querer ver a entrada do ano é uma reação negativa, mas é uma reação.
- E todos os anos se renovam as promessas, mesmo que sejam as mesmas das últimas décadas  -  sempre anunciadas, nunca cumpridas -  sem nenhuma vergonha do pecado.
- O Ano-novo lava a alma do passado e estabelece um “daqui para a frente”.
 - E a psicanálise, tem algo a dizer sobre as boas intenções do Ano-novo?
- Sim, tem. Ao menos em dois aspectos. “Você quer o que você deseja?“, seria o primeiro; o inexorável da surpresa, o segundo.
 - Muitas das promessas ficam só nas promessas, porque é bastante comum não se querer o que se deseja.
- Esse aspecto até auxilia os analistas no diagnóstico.
 
- Obsessivos seriam os que só querem o que não desejam, pois assim não arriscam perder o que lhes é mais precioso, mantendo-o escondido a sete chaves;
e histéricas, eternamente insatisfeitas com o que obtêm, desejam sempre outra coisa.
- Querer o que se deseja implica o risco da aposta -  toda decisão é arriscada -  e a coragem de expor sua preferência, mesmo sabendo que toda carta de amor tende ao ridículo, como lembra Fernando Pessoa.

 - Então, no Ano-novo, uma promessa analítica, se existisse, seria suportar querer o que se deseja e não temer a surpresa do próprio Ano-novo.
- O momento mesmo do réveillon é o melhor exemplo do imprevisível: embora todo mundo saiba quando ele vai nascer, embora (tal qual obstetras do futuro), acompanhemos a contagem regressiva do nascimento em voz alta, não conseguimos evitar a curiosidade entusiasmada de ver sua cara em meio à sinfonia dos fogos de artifício e das bolhas de champanhe.

 - E todo Ano-novo é multifacetado, tem uma cara para cada um, é o que o difere do Ano-velho, com suas conhecidas rugas e rusgas.
- Tanto melhor, amigo, se o Ano-novo o encontrar feliz.
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

domingo, 22 de dezembro de 2013

Ψ O Preço de um Presente - Jorge Forbes

- Que espécie de presente seria aquele que não nos lamentamos no momento de dá-lo?

- Essa é uma pergunta que Sigmund Freud se fez em um artigo escrito em 1935, As sutilezas de um Ato Falho.


- Freud deixa entender a existência de ao menos dois presentes: aquele que se dá sem dó, e aquele que nos custa uma tristeza disfarçada no sorriso, no momento da entrega.

- Curiosamente, a maioria das pessoas não concordaria com Freud, pois pensa, no enorme prazer de presentear altruisticamente as pessoas próximas.


- De como é bom dar, pois é dando que se recebe, blá, blá, blá.

- Analisemos a diferença entre as duas atitudes. Dar um presente a alguém com pena, mesmo quando disfarçada, quer dizer que você está dando o que lhe falta; enquanto que dar um presente que você imagina faltar ao outro, indica que é ao outro que algo faltava, e que, agora, após o seu presente, vocês dois podem festejar o fato de que a ninguém falta mais nada, além de algum dinheiro na sua carteira.

- É o que se acredita baseado no pensamento fraterno difundido na expressão, tão valorizada moralmente, de amar ao próximo como a si mesmo, exemplificada em mensagens do gênero: “Tinha comprado isso para mim, imaginei que você também iria adorar”.


- Estranho é pensar na proposta de Freud que a base de um presente maior é o egoísmo, em vez do seu contrário.


- Egoísmo de saber que se está dando o que lhe falta, e não os seus dotes.

- Seria assim o amor, dar o que lhe falta a alguém que não lhe pediu isso?


- Amar seria dar o que não se tem, como escreveu Platão em seu Banquete, e foi retomado, insistentemente, por Lacan?


- Pode ser estranho, mas é por demais humano. 


- Os dois tipos de presentes: afetivo ou sensual


- No afetivo, repartimos a mesma identificação, o mesmo bem; é o presente harmônico, tranqüilo.


- No sensual, repartimos nossas diferenças, o que nos falta; é o presente inquieto e insinuante.


- Um e outro não são comprados com a mesma moeda, e nem se trocam na mesma loja.


- Enfim, a cada um desembrulhar o seu presente favorito. Um novo amor está no ar.

Fatima Vieira - Psicóloga Clínica

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Natal


Ψ O Homem e Seus Símbolos - o mundo além das palavras

"Dentro deste mundo há outro mundo impermeável as palavras. 
Histórias e lendas surgem dos tetos e paredes, até mesmo as rochas exalam poesia. Para mudar a paisagem, basta mudar o que sentes." 
(Jalal ud-Din Rumi)

  Percepção da realidade: “O homem, como podemos perceber, nunca percebe plenamente uma coisa ou a entende por completo. Ele pode ver, ouvir, tocar e provar. Mas a que distância pode ver, quão acuradamente consegue ouvir, o quanto lhe significa aquilo que toca e o que prova, tudo isso depende do numero e da capacidade dos seus sentidos. Os sentidos do homem limitam a percepção que este tem do mundo à sua volta.
         (...)  além disso, há aspectos inconscientes na nossa percepção da realidade. O primeiro deles é o fato de que, mesmo quando nossos sentidos reagem à fenômenos reais, a sensação visuais e auditivas, tudo isso, de certo modo, é transposto da esfera da realidade para a da mente."
 Um símbolo bastante significativo do Self é o mandala. Os mandalas (sânscrito, círculo) são figuras circulares e simétrias, considerados um dos símbolos mais antigos encontrados em manifestações artísticas e religiosas de diferentes povos e épocas. 
Jung percebeu que eles apareciam no processo psicoterapêutico de pacientes, em momento de desorientação e desorganização psíquicas.
 “Eles (os pacientes) exocizam e esconjuram sob a forma de círculos mágicos, as potências anárquicas do mundo obscuro, copiando ou girando uma ordem que converte o caos em cosmos”.

                         
                                               Fatima Vieira - Psicóloga Clínica

sábado, 7 de dezembro de 2013

"As pessoas aprendem a odiar, e podem ser ensinadas a amar". Nelson Mandela



"Não poderás encontrar nenhuma paixão se te conformas com uma vida que é inferior àquela que és capaz de viver".

"Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta. 
... e à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo". (Nelson Mandela)