(...) cobrir a paisagem da "carne afetada pela escrita e convidada ao devaneio" (Barthes).
Cortar o tecido na trama, para fazer emergir o feminino e a possibilidade de novas linhas era se deparar com aquilo que estava escrito e com a escritura do porvir.
Era também aquilo que Blanchot dizia bem: '' ... fazemos poesia somente no puro lampejo do corte..." O corte era radical - era corte em si.
Enquanto procurava o vestido para ocasião tão especial ela lembrou Clarice assustada com essa coisa sobrenatural que é viver: "O que faço dessa felicidade ao meu redor que é eterna e que passará daqui a um instante, porque o corpo só nos ensina a ser morte?"
(Flor de Bela Alma/ Fatima Vieira)
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