A falta é a causa do desejo?
Existir é o mesmo que desejar?
- Para o psicanalista francês, o desejo não possui objetos fixos e adequados para saciá-lo.
-Todo objeto é insuficiente nesta tentativa de satisfação do desejo.
- Já as necessidades básicas, como fome e sede para serem satisfeitas, precisariam tão somente de alimento e água.
- O desejo segundo Lacan é constitutivamente insaciável.
- Nesta perspectiva, não há sintonia entre desejo e objeto pois nada no mundo preencheria a lacuna radical instaurada no ser por sua condição de habitante da linguagem.
- Esse furo, segundo Lacan, é a causa do desejo.
- A existência, por conseguinte, seria um longo ciclo de ilusões e decepções.
- O sujeito só deseja mais um chocolate, outro 'drink', o carro do ano, o sítio, aquela conquista amorosa ...
- Uma espécie de compensação pela falta de um objeto mítico que ofereceria ao sujeito um gozo absoluto e infinito ou uma tentativa sempre frustrada de encontrar esse objeto.
- ou seja, devora-se qualquer alimento, ou substância com o intuito de saboreá-lo, na eterna ilusão de temporariamente 'tamponar' a falta sem jamais conseguir preenchê-la de fato.
- Frustração: ele não possui o objeto primordial de gozo absoluto e que satisfaria plenamente a suposta falta originária.
- Se o possuísse, não precisaria desejar.
- Logo, o desejo seria sempre uma nostalgia do objeto mítico de gozo absoluto.
- Quando a lacuna torna-se insustentável a constatação de que não há produto na vida (no comércio) que preencha a angústia existencial, então o vazio neurótico se instala.
- Não é assim que se constrói o núcleo psicopatológico que faz com que o sujeito nos procure na Psicoterapia?
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)
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