“O Momento em que aparece uma situação mitológica é sempre caracterizado por uma intensidade emocional peculiar; é como se as cordas fossem tocadas em nós que nunca antes ressoaram, ou como se forças poderosas fossem desencadeadas de cuja existência nunca desconfiávamos. A luta pela adaptação é uma coisa penosa, pois temos que nos confrontar constantemente com condições individuais, quer dizer, atipicas. Não é de admirar que, quando alcançarmos tal situação, sintamos de repente ou a libertação toda especial, como se estivéssemos sendo carregados, ou nos sintamos agarrados por uma força superior. Em tais momentos não somos mais indivíduos, mas uma espécie; pois a voz de toda humanidade ressoa em nós. (…) Toda referência ao arquétipo, seja experimentada ou apenas dita, é 'perturbadora', isto é, ela atua, pois ela solta em nós uma voz muito mais poderosa do que a nossa. Quem fala através de imagens primordiais, fala como se tivesse mil vozes; comove e subjuga, elevando simultaneamente aquilo que qualifica de único e efêmero na espera do continuo devir, eleva o destino pessoal ao destino da humanidade. e com isso solta em nós aquelas forças benéficas que desde sempre possibilitaram a humanidade salvar-se de todos os perigos e também sobreviver à mais longa noite.” (JUNG, C.G, O Espirito na Arte e na Ciência)
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