1919: Matricula-se na faculdade de medicina. Paralelamente estuda literatura e filosofia, aproximando-se dos surrealistas.
1928: Trabalha como interno da Enfermaria Especial para alienados da Chefatura de Polícia, dirigida por Gaëtan Gatian Clérambault, que mais tarde reconhecerá como seu único mestre na psiquiatria.
1931: Após examinar Marguerite Pantaine, que havia tentado assassinar a atriz Huguette Duflos, escreve sobre o episódio (conhecido como "Caso Aimée") uma monografia que está na gênese de sua tese de doutorado.
1932: Inicia sua análise com Rudolf Loewenstein. Defende a sua tese de doutorado, da psicose paranóica em suas relações com a personalidade.
1934: Casa-se com Marie-Louise Blondin, com quem terá três filhos. Caroline (1937), Thibault (1939) e Sybille (1940). Desde o início, o casamento foi insatisfatório. Malou acredita ter-se casado com um homem perfeito, cuja fidelidade conjugal estaria à altura de seus sonhos de felicidade. Lacan não era esse homem, nem nunca seria.
1936:
Sua comunicação sobre o estádio do espelho, durante congresso da
Associação Internacional de Psicanálise (IPA) em Marienbad, é
interrompida no meio por Ernest Jones, discípulo e biógrafo de Freud.
1938:
Inicia relações com Sylvia Bataille, ex-mulher do escritor e filósofo
Georges Bataille. Torna-se membro da Sociedade Psicanalítica de Paris
(SPP).
1940: Lacan encontrou-se em uma situação
insustentável. Anunciou à sua mulher legítima, que estava grávida de
oito meses, que Sylvia, sua companheira, também esperava um filho. Malou
pediu o divórcio imediatamente e foi em plena crise de depressão que
deu à luz, a uma menina à qual deu o nome de Sibylle.
“Quando eu nasci, escreveria esta em 1994, meu pai não estava mais
conosco. Até poderia dizer que, quando fui concebida, ele já estava em
outro lugar [...]. Sou o fruto do desespero. Alguns dirão que sou fruto
do desejo, mas não creio nisso.”
1941: Se divorcia de M.L.Blondin e se une com Sylvia Bataille, ex-esposa de Georges, com quem tem uma filha: Judith Sophie. Curiosamente, o criador do nome do pai, não pôde dar seu nome a esta nova filha, por que a lei francesa lhe proibia por não estar oficialmente divorciado de sua primeira esposa, e a criança foi inscrita como Judith Sophie Bataille.
1951: Sua técnica de sessões curtas gera controvérsias na SPP. Dá início aos Seminários, uma série de apresentações orais que constituirão o núcleo de seu trabalho teórico.
1953: Em meio à crise na SPP, faz conferências fundamentais como "O mito individual do neurótico" (em que utiliza pela primeira vez a expressão Nome do Pai), "O real, o simbólico e o imaginário" (que coloca suas teorias sob o signo do "retorno a Freud") e "Função e campo da palavra e da linguagem em psicanálise" (pronunciada em Roma). Deixa a SPP junto com Daniel Lagache, Françoise Dolto e outros 40 analistas. Funda a Sociedade Francesa de Psicanálise (SFP). Realiza o seminário Os escritos técnicos de Freud, primeiro a ser registrado por estenotipista, possibilitando posterior publicação.
1963: A IPA admite a filiação da SFP.
1964: Lacan funda a Escola Freudiana de Paris (EFP) com antigos alunos como Françoise Dolto, Maud e Octave Mannoni, Serge Leclaire, Moustapha Safouan e François Perrier.
1966: Publicação de Escritos e criação da coleção Campo Freudiano, dirigida por Lacan.
1967: Propõe a criação do "passe", dispositivo regulador da formação do analista.
1968: Lançamento da revista Scilicet, do Campo Freudiano.
1973: Publicação da transcrição do Seminário XI, Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, realizado em 1964. A partir daí, os seminários passam a ser editados segundo esse procedimento. Caroline morre num acidente de automóvel.
1975: Lançamento de Ornicar? Boletim do Campo Freudiano.
1980: Anuncia a dissolução da EFP e funda em outubro a Escola da Causa Freudiana.
1981: Morre em Paris no dia 09 de setembro. Atingido por distúrbios cerebrais e por uma afasia parcial, na Clínica Hartmann de Neuilly, depois da ablação de um tumor maligno do cólon. Tendo sido enterrado com uma discrição que não permitiu que muitos de seus alunos mais próximos rendessem a ele a homenagem que lhe deviam.
Ψ Lacan não é um autor simples nem fácil. Seus conceitos demandam, além de uma carga exaustiva de leitura, uma inversão do pensamento racional e linear a que está habituada a cultura ocidental. Em seus Écrits (1966; Escritos) e vinte seminários abordou temas tão complexos quanto polêmicos, como a ética da psicanálise, a transferência, o princípio do prazer e conceitos fundamentais da psicanálise, entre outros.
Seminário 1 - “Os escritos técnicos de Freud” (1953-54)
Seminário 2 - “O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise” (1954-55)
Seminário 3 - “As psicoses” (1955-56)
Seminário 4 - “A relação de objeto” (1956-57)
Seminário 5 - “As formações do inconsciente” (1957-58)
Seminário 6 - “Les désir et son interprétation” (1958-59)
Seminário 7 - “A ética da psicanálise” (1959-60)
Seminário 8 - “A transferência” (1960-61)
Seminário 9 - “L’identification” (1961-62)
Seminário 10 - “A Angústia” (1962-63)
Seminário 11 - “Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise” (1963-64)
Seminário 12 - “Problèmes cruciaux pour la psychanalyse” (1964-65)
Seminário 13 - “L’objet de la psychanalyse” (1965-66)
Seminário 14 - “La logique du fantasme” (1966-67)
Seminário 15 - “L’acte psychanalytique” (1967-68)
Seminário 16 - “De um Outro ao outro” (1968-69)
Seminário 17 - “O avesso da psicanálise” (1969-70)
Seminário 18 - “D’un discours qui ne serait pás du semblant” (1970-71)
Seminário 19 - “...Ou pire” (1971-72)
Seminário 20 - “Mais, ainda” (1972-73)
Seminário 21 - “Les non-dupes errent” (1973-74)
Seminário 22 - “R.S.I.” (1974-75)
Seminário 23 - “O Sinthoma” (1975-76)
Seminário 24 - “L’insu que sait de l’une bévue s’aile à mourre” (1976-77)
Seminário 25 - “Le moment de conclure” (1977-78)
Seminário 26 - “La topologie et le temps” (1978-79)
Fonte: MARINI, MARCELE- Lacan a trajetória do seu ensino, Artes Médicas, RS-1991.
ROUDINESCO, ELISABETH
http://psicanaliselacaniana.vilabol.uol.com.br/biografia.html/ Wikipédia - (Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)
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