" (...) O General Moncada endireitou o corpo para limpar os grossos óculos: “mas o que me preocupa não é que você me fuzile, porque afinal para gente como nós esta é a morte natural.” (...) “O que me preocupa”, acrescentou, “é que de tanto odiar os militares, de tanto combatê-los, de tanto pensar neles, você acabou por ficar igual a eles. E não há ideal na vida que mereça tanta baixeza."
"Deixe que o tempo passe e já veremos o que traz."
"Ambos eram conscientes de serem tão diferentes, que nunca se sentiam tão sós do que quando estavam juntos."
“Conversaram sem se preocupar com a hora, porque ambos estavam acostumados a compartilhar suas insônias...”
"Debaixo do sol abrasador da rua comecei a sentir o peso dos meus noventa anos,
e a contar minuto a minuto os minutos das noites que me faltavam para morrer."
“Não se preocupe”, sorria ele. “Morrer é muito mais difícil do que se acredita.”
"Na
hora, pensei que um dos encantos da velhice são as provocações que as
amigas jovens se permitem, achando que a gente está fora do jogo."
“Como
provar aos homens o quanto estão enganados ao pensar que deixam de se
apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem, justamente,
quando deixam de se apaixonar?!”
"A idade não é a que a gente tem, mas a que a gente sente."
(...)
"Rogou a Deus que lhe concedesse ao menos um instante para que ele não
partisse sem saber quanto o amara... Mas teve que se
render à intransigência da morte."
“... nunca teve pretensões a amar e ser amada, embora sempre nutrisse a esperança de encontrar algo que fosse como o amor, mas sem os problemas do amor.”
“O desejo de esquecê-lo era o mais forte estímulo para se lembrar dele.”
“As pessoas que a gente ama deviam morrer com todas as suas coisas.”
“Já tinha então a impressão de conhecê-lo como se tivesse vivido com ele toda a vida, e acreditava que ele era capaz de mandar o navio voltar ao porto se isso pudesse curar sua dor.”
“Coisa bem diferente teria sido a vida para ambos se tivessem sabido a tempo que era mais fácil contornar as grandes catástrofes matrimoniais do que as misérias minúsculas de cada dia.”
“... à medida que aumentavam as ânsias de estar com ela aumentava também o temor de perdê-la, de modo que os encontros foram ficando cada vez mais apressados e difíceis.”
"Não tornara a sentir uma felicidade como a dessa noite: tão intensa que lhe causava medo."
"... Mas se deixou levar por sua convicção de que os seres humanos não nascem para sempre no dia em que as mães os dão a luz, e sim que a vida os obriga outra vez e muitas vezes a se parirem a si mesmos."
“O amor é uma peste”, trovejou. “Havendo tantas moças bonitas e direitas, a única coisa que lhe passa pela cabeça e casar com a filha do inimigo.”
" ... durante muitos anos tinham ficado sem padre, arranjando os negócios da alma diretamente com Deus, e haviam perdido a malícia do pecado mortal. "
" Pensou confusamente, enfim capturado numa armadilha da saudade, que talvez se tivesse se casado com ela teria sido um homem sem guerra e sem glória, um artesão sem nome, um animal feliz."
“Já então o pároco manifestava os primeiros sintomas do delírio senil que o levou a dizer, que provavelmente o diabo tinha ganho a rebelião contra Deus e que era aquele quem estava sentado no trono celeste sem revelar a sua verdadeira identidade para enganar os incautos.”
“Todos temos três vidas: A vida pública, a vida privada, e uma vida secreta.”
“Desconcerta-me tanto pensar que Deus existe como que não existe.”
(*O
romance épico "Cem Anos de Solidão" (1967), vendeu mais de 50 milhões de cópias
em mais de 25 idiomas. É um dos exemplos principais
do chamado realismo fantástico e marcou um boom da literatura latino
americana que durou duas décadas. A obra narra a saga de gerações da
família Buendí e foi "o primeiro romance em que os latino-americanos se
reconheceram, que os definiu, que celebrou sua paixão, sua intensidade,
sua espiritualidade e superstição, sua grande propensão ao fracasso", refere o biógrafo Gerald Martin.)
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