Em redor dela um halo de sombra onde a minha mão entra, vagarosamente, pedindo-te um Sinal.
Procuro o rosto com os dedos afiados pelo desejo.
(...) Ouvimos o mar, como se tivéssemos encostado a cabeça ao peito um do outro.
Mas não há repouso nesta paixão.
(...) Nada podemos fazer.
(...) A noite cerca-nos, devora-nos.
Estamos definitivamente sozinhos.
Começamos, então, a imitar a vida um do outro.
E, abraçados, amamo-nos como se fosse a ultima vez...
O tempo sempre esteve aqui, e eu passei por ele quase sempre sozinho.
No entanto, recordo: deixaste-me sobre a pele um rasgão que já não dói.
Mas quando a memória da noite consegue trazer-te intacto, fecho os olhos, o corpo e a alma latejam de dor.
Antes, o olhar seduzia e matava outro olhar. Agora, odeio-te por não me pertenceres mais.
(...) Se fugias, perseguia-te.
E o pior é que o tato também esqueceu, rapidamente, a sensualidade da pele...
Não devo perder tempo com o ciúme.
A paixão desgastou-me.
E nunca houve mais nada na minha vida - paixão ou ódio..." (Al Berto)
Ψ Fatima Vieira - Psicóloga Clínica
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