*Schopenhauer busca fundar uma ética da compaixão, e para isso estabelece uma metafísica baseada em uma vontade universal, que é a essência de todos os seres. Diante de um mundo em sofrimento, ele propõe uma ética prática e vivencial baseada na compaixão em oposição à razão pura de Kant.
"Apesar do egoísmo e da crueldade fazerem parte da existência humana, a caridade e a compaixão são o contraponto do egoísmo. O egoísmo é fruto do “ego”, que faz o homem se considerar o “centro do mundo” e se opor violentamente contra tudo que impeça seu bem-estar. (...) Através da compaixão, percebo a unidade de todas as coisas e consigo estabelecer uma relação que me une e me conecta com os outros, enquanto o egoísmo seria uma “ausência metafísica” que separa os homens".
"(...) Por isso, desejo, em oposiçãso à forma referida do princípio moral kantiano, estabelecer a seguinte regra: com cada pessoa com que tenhamos
contato, não empreendamos uma valorização objetiva da mesma conforme valor e dignidade, não consideremos portanto a maldade da sua vontade, nem a limitação do seu entendimento, e a incorreção dos seus conceitos, porque o primeiro poderia facilmente ocasionar ódio, e a última, desprezo;
mas observemos somente seus sofrimentos, suas necessidades, seu medo, suas dores. Assim, sempre teremos com ela parentesco, simpatia e, em lugar do ódio ou do desprezo, aquela compaixão que unicamente forma a ágape pregada pelo evangelho". (Schopenhauer)
Ψ Fatima Vieira - Psicóloga Clínica
Um comentário:
òtimo texto.
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