“Estuda para ver em que consistes
E verás então o que existe
O que estudas, aprendes e és
nisso justamente tu consistes
Tudo o que há fora de nós
Há também dentro de nós. Amém!” (Salomon Trismosin)
O modelo do aparelho psíquico desde FREUD já está tão difundido que a aceitação sobre sua existência não
encontra mais tanta resistência.Há também dentro de nós. Amém!” (Salomon Trismosin)
O inconsciente foi ganhando corpo e respeito através das teorias psicanalíticas e ele abrange basicamente a maior parte de nossos psiquismo.
Se compararmos nosso psiquismo com um 'iceberg' o inconsciente seria toda a parte que está abaixo da superfície do mar – enquanto a consciência apenas o topo da montanha de gelo.
Através da Psicoterapia Analítica de JUNG, pode-se entender e integrar os conteúdos inconscientes e vivenciar o processo de individuação, que é justamente o caminho que o ser humano deve percorrer para fornecer sua resposta a pergunta “Quem sou eu?”
O processo de INDIVIDUAÇÃO é o que JUNG define como a obra que possibilita a realização da personalidade originária que traz um significado único à existência humana. Pode ser entendida como a singularidade mais íntima do indivíduo, o si-mesmo, *O SELF.
A natureza inconsciente anseia pela luz, a qual, no entanto, se contrapõe. Essa tomada de consciência não é tarefa fácil, gera conflitos. Jung reforça a questão de que o processo de individuação é algo espontâneo, e não depende da vontade do ego. A consciência do ego é apenas uma parte da totalidade vital, e sua existência não representa a realização desse todo.
O inconsciente dirige esse processo, cabendo ao ego um papel auxiliar. O ego precisa adotar uma atitude semelhante à atitude religiosa (de respeito e obediência aos desígnios do 'Si-mesmo') para que o processo aconteça.
Jung afirma que essa integração (dos conteúdos inconscientes se tornarem conscientes) traz consequências notáveis para o ego.
Normalmente o ego se tem em alto valor, mas nquanto não assimilar aquilo que considera mal, pouco valioso, ficará restrito à esfera da *PERSONA.
Quando as partes sombrias e inconscientes da personalidade se tornam conscientes, produz-se não só uma assimilação delas à personalidade do ego, mas também uma transformação de ambas.
O ego se expande, se enriquece e passa a direção da personalidade total ao Si-mesmo.
“[...] Se, porém, a estrutura do complexo do ego é bastante forte para resistir ao assalto dos conteúdos inconscientes, sem que se afrouxe desastrosamente sua contextura, a assimilação pode ocorrer. Mas, neste caso, há uma alteração não só dos conteúdos inconscientes, mas também do ego. Embora ele se mostre capaz de preservar sua estrutura, o ego é como que arrancado de sua posição central e dominante, passando, assim, ao papel de um observador passivo a quem faltam os meios necessários para impor sua vontade em qualquer circunstância, o que acontece não tanto porque a vontade se acha enfraquecida em si mesma, quanto, sobretudo, porque certas considerações a paralisam. Quer dizer, o ego não pode deixar de descobrir que o afluxo dos conteúdos inconscientes vitaliza e enriquece a personalidade e cria uma figura que ultrapassa de algum modo o ego em extensão e em intensidade. Esta experiência paralisa uma vontade por demais egocêntrica e convence o ego de que, apesar de todas as dificuldades, é sempre melhor recuar para um segundo lugar, do que se empenhar em combate sem esperança, o qual termina invariavelmente em derrota. Deste modo a vontade enquanto energia disponível se submete paulatinamente ao fator mais forte, isto é, à nova figura da totalidade que eu chamei de Self." (JUNG, A Natureza da Psique).
O Inconsciente possui linguagem peculiar e revela-se por códigos próprios, aí a importância de um profissional capacitado para ajudar nesta caminhada.
Pode-se protelar a busca por um tratamento Psicoterapêutico com as mais variadas desculpas, esse processo custa caro... (ainda que gratuito, a resistência continua); leva tempo, dinheiro, interesse, perseverança. E ninguém pode fazê-lo em seu lugar.
A essência interior precisa ser trabalhada, existe uma realidade "desconhecida", negá-la não significa que ela desapareça. Alguns conteúdos psíquicos quando negligenciados vão fazendo com que o ser humano fique desconectado, alienado das próprias emoções.
Quando as partes sombrias e inconscientes da personalidade se tornam conscientes, produz-se não só uma assimilação delas à personalidade do ego, mas também uma transformação de ambas.
Negligenciando a *sombra, com o tempo esta atitude faz com a 'psiquê traída', busque alternativas para compensar o descontentamento. Então são desenvolvidos mecanismos para 'chamar a atenção', tais como: pensamentos intrusos, sonhos, chistes, atos falhos, sintomas físicos e outros, (a Psicopatologia explica).
A 'doença' na concepção analítica é um sinal de alarme para o restabelecimento da Psiquê e consequentemente para a cura. A questão seria não perguntar o 'por que', mas o 'para que' determinado sintoma surge.
O ser humano é afetado pelo INCONSCIENTE e se este for ativado com as técnicas certas o alquimista interno se manifestará. Jung enfatiza o trabalho com os sonhos, a Imaginação Ativa, Meditação.
O Inconsciente seria o Alquimista Sábio, às vezes enigmático, comunicando-se por símbolos e outros arquétipos, mas sempre sinalizando, daí a importância da sintonia com um bom Psicoterapeuta.
Iniciando o processo Psicoterapêutico as *sincronicidades começam a acontecer em nossas vidas e cada momento merece uma reverência e nunca mais seremos os mesmos!
Termos citados:
* sincronicidade: como "coincidência significativa".
* individuação: processo de desenvolvimento psíquico, que diz respeito à integração do consciente com o inconsciente. É quase como se fosse um caminho para a iluminação.
* sombra: personificação de aspectos do psiquismo que são rejeitados pelo indivíduo. É aquilo que somos e que não combina com a persona.
* persona: é a forma como nos apresentamos ao mundo. Podemos dizer que é um personagem, mas nem sempre temos a consciência de que somos mais do que papéis.
* animus: personificação masculina na mulher, faz a ponte entre o ego e o SELF e *anima o feminino no homem.
* self (Si-mesmo): centro organizador da psique, representa a totalidade e a unidade do ser.
FONTE: FROMM, Erich. A Linguagem Esquecida, Rio de Janeiro: Zahar, 19866
JOHNSON, Robret. A Imaginação Ativa. SP: Mercuryo, 1989
JUNG, Carl Gustav. Os Tipos Psicológicos. Petrópolis: Vozes, 1991
VON FRANZ, Marie-Louise. O Caminho dos Sonhos. SP: Cultrix, 1993
http://www.terapiaemdia.com.br/
RESENDE, Charles Alberto – Psicólogo
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)
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