"Se você não se tornar como uma Criança, não entrará no reino de Deus". (Mateus 18.3)
*O arquétipo da criança divina tem um lugar particular na psique, nos estudos de Jung, pois influencia significativamente o processo de individuação.
*Jung fala da distinção entre a criança biológica e o arquétipo da Criança Divina.
*Esta distinção é importante para o trabalho da psicoterapia, para compreender o eu transcendente e o processo de individuação.
*A criança sagrada na tradição cristã é personificada no Menino Jesus. Mas existem narrativas semelhantes a cerca de Buda, Heracles o herói grego, o deus egípcio Horus e também o avatar divino hindu Krishna.
*O casal divino nos leva ao mundo divino. Por vezes a cultura favorece o pai, às vezes a mãe. No entanto, anima e animus são os dois "fatores formativos" da vida psíquica.
*O casal divino nasce da alma no eterno.
"A criança nasce, "do dom do amor". A natureza nos faz nascer ao mundo.
*No mito cristão, a criança divina nasce do útero virginal da mãe Maria.
*O casal divino nos leva ao mundo divino. Estes são fatos psíquicos.
*Jung diz: "Deus habita no coração, no inconsciente".
*E acrescenta: "O fato psíquico 'Deus' é um autonomismo típico, um arquétipo coletivo."
*As palavras gregas, "auto nomos", falam de um Deus que vive por seu próprio governo.
*Deus está contido no inconsciente coletivo, e ainda autônomo, vivendo por seu próprio governo dentro de nossos corações.
*Em cada coração Deus procria com a Mãe, o vaso divino, dando à luz uma possibilidade: chame-a de criança divina, o potencial da alma.
*Jung refere: "Como posso ser criativo? A natureza só conhece uma resposta para isso: Através de uma criança (o dom do amor).
*Criança divina é a que aparece em nossa consciência quando menos se espera, como uma potencialidade quando tudo está perdido... milagrosamente algo aparece dentro de nós, talvez no momento em que estamos quase perdendo a esperança.
*A Criança Divina está intimamente relacionada com a Criança Inocente e Mágica, mas se distingue desta pela sua missão redentora.
*Ela está associada à inocência, à pureza e à redenção, qualidades divinas que sugerem que a Criança goza de uma união especial com o Divino em si.
*Como a lógica humana difere da lógica do Divina, na cena um bebê nasce na parte de trás de um estábulo e nos remete simbolicamente à simplicidade e não no espetáculo.
*Porém, esse nascimento divino não é uma tarefa fácil. Personificando também seu lado sombra: Há algo dentro de nós que quer matá-lo, um instinto assassino dentro da vida psíquica.
*Herodes ordenou a execução de todos os bebês em Belém, desejando assegurar a morte da criança divina. (Mateus 2: 16-18).
*A revelação da criança divina é tão desastrosa, tão ameaçadora, que ela deve ser morta.
*A criança divina deve sobreviver aos instintos assassinos do nosso ego.
*E ainda nossa alma deve sobreviver à raiva assassina do tirano invejoso que parece governar o mundo interior. O assassino não acredita no potencial de nossa própria alma. Ele não confia no bem, no duradouro.
*É nosso trabalho espiritual como o bom José, proteger nossa criança interna.
Fonte: C.G JUNG - 'Psicologia e Religião'
--------------------------- 'Símbolos de Transformação'
Ψ Fátima Vieira - Psicóloga Clínica
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