(...) o homem é, basicamente um criador de imagens, e nossa substância psíquica consiste de imagens, e somos de fato, de igual matéria da qual os sonhos são feitos". (Hillmann, 1993)
Robert Williams - Pour L'Amour
*Mandala, palavra de origem sânscrita que significa centro, circunferência ou círculo mágico.
*O ponto central de cada mandala é eo nada, o vazio, portanto a Unidade e a Totalidade. *Ali não há nada e, potencialmente, tudo.
Robert Williams, Desire
*Desenhar um círculo talvez seja algo como desenhar uma linha protetora ao redor do nosso espaço físico e psicológico.
*Desde os primatas encontramos mandalas. Crianças nas fases iniciais do seu desenvolvimento psiconeurológico constroem mandalas espontaneamente as chamadas 'garatujas'.
*A garatuja não é simplesmente uma atividade sensóriomotora ininteligível... "No ato de rabiscar, estão latentes segredos existenciais, confidências emotivas, necessidades de comunicação". (Edith Derdyk)
Segundo Lowenfeld, durante o seu crescimento a criança passa por diferentes etapas: *Garatuja (2 a 4 anos): desordenada, controlada, nomeada; *Pré esquemática: Representação intencional (4 a 7 anos); *Realismo Visual (9 aos 11 anos); *Pseudo realista (11 aos 14 anos).
(...) o arquétipo predominante na humanidade era o de desintegração, por isso, justifica a
importância de construirmos mandalas, “que é um elemento de cura específico – oferecido pela psique”.
*Jung considerou a mandala um arquétipo, um padrão associado à representação mitológica do self.
(...) simboliza um refúgio seguro da reconciliação interior e da totalidade. Mandala é a representação do eu no mundo, "transformação", "recreio eterno da mente eterna" e "a natureza microcósmica da alma".
*Jung refere que todas as manhãs, esboçava, num caderno um pequeno desenho circular, uma mandala, que parecia corresponder à sua situação interior no momento.
"(...) só aos poucos fui descobrindo o que é propriamente a mandala: o self, a totalidade da personalidade, que, se tudo vai bem, é harmonioso.” (Jung, 1965).
*Jung utilizou a "imaginação ativa" para extrair do inconsciente as imagens que apareceram em suas mandalas. E percebeu que a mandala nos ajuda a recorrer a reservatórios inconscientes de forças que possibilitam uma reorientação para o mundo exterior.
*Assim refere Kellog: "Quando criamos uma mandala, geramos um símbolo pessoal que revela quem somos num dado momento. (...) sejam estas construções conscientes ou inconscientes, facilitam a cura de nossas feridas, ajudam a desintegrar o que não é bom para a nossa existência, re-integrando nossa personalidade à nossa essência ...
Quanto mais espontânea a construção das mandalas, mais autêntica e mais próxima de facilitar esse movimento de integração, desintegração e re-integração do self."
CIRLOT, J.E. A Dictionary of Symbols.
JUNG, C.G. G. Memórias, Sonhos e Reflexões.
JUNG, C.G. The Development of Personality.
WILHELM, R. and JUNG, C.G. The secret of the Golden Flower.
(*Imagens Mandalas - o livro vermelho de Jung)
Ψ Fátima Vieira - Psicóloga Clinica
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