“Sou republicano, socialista e laico."
"Como é sabido, estou com 90 anos mas não abdico
de lutar por Portugal até ao último segundo de vida"...
escreveu Soares a 29 de setembro de 2015,
vésperas de eleições legislativas.
*Soares considerado o "pai' da democracia
portuguesa" por seu papel durante a redemocratização
do país. Ele presidiu o país durante dez anos, foi ministro
das Relações Exteriores, chefe de Governo e deputado
no Parlamento europeu.
*Formado em Direito, defendeu opositores
ao regime do ditador Antonio Salazar,
que comandou Portugal entre 1933 e 1974. Ficou preso por três anos.
*Foi no exílio que recebeu a notícia do golpe de Estado 1974, que pôs fim à ditadura do chamado Estado Novo, que inspirou o homônimo regime de Getúlio Vargas no Brasil.
*Assim que soube o que estava ocorrendo, Soares apanhou um trem com destino a Portugal. O ex-líder do Partido Socialista contou, em entrevista à Deutsche Welle em 2014, que regressou a Portugal com três ideias para o país: democratizar, desenvolver e descolonizar.
*Como ministro dos Negócios Estrangeiros do primeiro-governo pós-ditadura, Soares participou ativamente no processo de descolonização das antigas colônias portuguesas.
*Aproximar Portugal do resto da Europa foi também uma ambição de que Soares nunca abdicou. Em 1985, como primeiro-ministro, ele assinou o tratado de adesão à CEE, hoje União Europeia.
*Após a redemocratização, passou a integrar o governo e chegou a s
presidente em 1987, cargo no qual foi reeleito.
"Mário Soares, uma figura pivot na transição de Portugal da ditadura para a
democracia, que como primeiro-ministro liderou o empobrecido país para a União
Europeia, morreu hoje, com 92 anos", diz Wall Street Journal, sublinhando que
"o socialista era largamente admirado pela sua tenacidade
e pelo seu exuberante otimismo".
*Para além de passar em revista as principais iniciativas políticas,
como a adesão à União Europeia ou a concessão da independência às antigas
colónias portuguesas, o jornal norte-americano recupera ainda as críticas
"às políticas de austeridade na zona euro, lideradas pela Alemanha".
*Para o jornal francês Les Echos, Soares foi "um dos principais artífices da chegada da
democracia em Portugal e da sua integração europeia".
O jornal lembra uma entrevista de 2015, na qual cita Soares a dizer que
é "um homem pobre que teve a oportunidade de tomar posições e de
ter tido razão" e a recusar-se a ter um caráter "imortal".
*O Les Echos descreve-o como "um 'bon vivant', grande sedutor,
humanista e amante de livros, que construiu o seu carisma baseado na
capacidade de estar perto das pessoas e descreveu-se como
uma pessoa 'emocional, espontâneo e caloroso".
*A BBC, numa curta notícia, destaca "o papel central depois da Revolução
dos Cravos, em 1974" e o facto de ser "um feroz crítico da junta que governou
Portugal nos dois anos seguintes".
*No Financial Times é evocado o "socialista que guiou Portugal para a democracia".
"Mário Soares está morto: Portugal de luto", titula o jornal italiano La Repubblica.
No Brasil, a notícia da morte do antigo Presidente
português é destaque em praticamente toda a imprensa
generalista, do Globo ao portal Terra Brasil,
o qual recorda Soares como
"o político mais popular da democracia portuguesa".
*A presidenta deposta em 11 de maio por um golpe jurídico-parlamentar, Dilma Rousseff, lembra de Soares como um líder adorado pelo povo português e respeitado pelos adversários. “Mário Soares marcou minha geração como um militante da liberdade. Sua vida dedicada à política e à democracia de Portugal é um exemplo para o mundo de que é possível construir uma sociedade democrática e igualitária para todos”, escreveu Dilma, em seu site.
“Foi um dos grandes homens públicos do século 20. De Portugal, da Europa e do mundo”, diz Lula
*A notícia da morte de Soares corre todo o mundo,
estando também em destaque na Alemanha, na Polónia,
na Holanda, na República Checa e na Hungria.
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