segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Zygmunt Bauman: 1925 - 2017

     
 “Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo.” (Bauman) 
 (...) Neste momento, só há um grupo muito reduzido de homens livres e uma grande massa que fica fora do jogo. 
 
 “Loucos são apenas os significados não compartilhados. A loucura não é loucura quando compartilhada”.

Bauman acredita que a desigualdade se instalou entre nós para ficar e que a elite política há décadas não fala a mesma linguagem que as pessoas comuns. Essa chamada “modernidade líquida” já é modernidade liquefeita e, se duvidar, evaporada…

(...) sobre a ideia nuclear de família: "era uma interação física. Agora, ao contrário, cada qual pega a sua comida, senta-se na frente do computador e come. O ser humano de hoje passa sete horas e meia diante de algum tipo de tela. Se a interação com alguém na rede não te interessa, aperta um botão e adeus. Nas relações humanas não é tão fácil desconectar. O corpo a corpo te obriga a te confrontar com a diferença. Administrá-la com os sentimentos, elaborá-la."

(...) sobre o amor - "É exatamente isso que faz o amor: destaca um outro “de todo mundo”, e por meio desse ato remodela “um” outro transformando-o num “alguém bem definido”, dotado de uma boca que se pode ouvir e com quem é possível conversar de modo a que alguma coisa seja capaz de acontecer.
(Amor Líquido Sobre a fragilidade dos laços humanos)

(...) sobre felicidade: "a felicidade é o gozo que dá ter superado os momentos de infelicidade. Ter conseguido transformar os conflitos, porque sem conflitos as nossas vidas, seriam uma verdadeira chatice."

"(...) Assim, não se pode aprender a amar, tal como não se pode aprender a morrer. E não se pode aprender a arte ilusória – inexistente, embora ardentemente desejada – de evitar suas garras e ficar fora de seu caminho. Chegado o momento, o amor e a morte atacarão – mas não se tem a mínima idéia de quando isso acontecerá. Quando acontecer, vai pegar você desprevenido." 


*Zygmunt Bauman: 1925 - 2017 - Sociólogo e Filósofo Polonês Nascido em Poznan. Prêmio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades 2010, junto com Alain Touraine. De ascendência judaica, seus pais fugiram do país após a invasão alemã, em 1939, e se instalaram na União Soviética. Expulso em 1968 da Universidade de Varsóvia por razões políticas, Bauman retomou seu trabalho docente nas universidades de Tel Aviv e Haifa. Desde 1971 professor emérito de Sociologia na Universidade de Leeds. 

2 comentários:

Anônimo disse...


Encontrei hoje este blog maravilhoso !
Vocês psicólogos teriam que ser reconhecidos tão fundamentais quanto os cardiologistas e cirurgiões.
Parabéns, Fátima, por sua grande percepção. Vou conferir os posts pelo menos 1 vez por semana. Li hoje o excelente texto de 2014 sobre o *O Segredo da Flor de Ouro".

psique disse...

Oi Anônimo agradeço sua visita... Abraço Fátima Vieira