sábado, 31 de agosto de 2019

Ψ Jung e a morte adiada ... a morte é a cura final?

“O objetivo da cura não é permanecer vivo, mas sim caminhar em direção à plenitude. A morte é a cura final”. (Kieffer Frantz, “O Guia Espiritual”)
*Após uma grave doença que levara *JUNG à beira da morte, ele refere
“Como a senhora sabe, o anjo da morte derrubou-me também e quase conseguiu riscar o meu nome de sua lista de vivos. Desde então fiquei quase inválido e venho recuperando-me devagar, muito devagar, de todas as setas que me furaram de todos os lados. Felizmente minha cabeça não foi atingida e pude esquecer de mim mesmo em meu trabalho científico. 
Considerando-se em geral, minha doença foi uma experiência muito válida; ela me deu a oportunidade inestimável de olhar por trás do véu. A única dificuldade é livrar-se do corpo, ficar nu e vazio do mundo e da vontade do eu. Quando se pode desistir da louca vontade de viver e quando se cai aparentemente num nevoeiro sem fundo, então começa a vida verdadeiramente real com tudo o que foi intencionado e nunca alcançado. É algo inefavelmente grandioso. Eu estava livre, completamente livre e inteiro, como nunca me havia sentido antes. (...) Durante a minha doença, algo me carregou. Meus pés não estavam no ar e eu tive a prova de ter alcançado chão firme. O que quer que se faça, sendo feito sinceramente, tornar-se-à eventualmente uma ponte para nossa totalidade, um bom navio que nos conduzirá através da escuridão do nosso segundo nascimento, que no aspecto externo parece morte. Já não viverei por muito tempo. Estou marcado. Mas felizmente a vida tornou-se provisória. Tornou-se um preconceito transitório, uma hipótese momentânea de trabalho, mas não a própria existência.”

*Jung - 1875/ 1961 - Adoeceu gravemente em 1944, (“infarto agudo do miocárdio”) logo após uma queda, escorregou na calçada com neve transformada em gelo, na velha Zürich, na época, com 68 anos.
A princípio, a queda não provocou o infarto, parece que foram dois avisos do inconsciente, primeiro um menor e o outro maior, logo em seguida...  
"E Jung, viveu mais 17 anos por amor?  Se foi, qual o foco do seu amor?
Eu acredito que Jung amou a doação, doou sua alma para o seu mito. Viveu sua vida impulsionada pelo inconsciente. O amor é uma força, um arquétipo, algo que existe a priori, só precisamos admiti-lo e deixá-lo nos invadir, nos tomar, nos possuir. Talvez o amor seja o único arquétipo que, ao nos possuir, não cause doença, nem física, nem psíquica. Talvez o amor seja o arquétipo central, Deus..." (Jung e a morte adiada - Paulo Souza)

http://fatimavieira.psc.br/

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