sábado, 28 de março de 2020

É ilusão pensar que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente” Papa Francisco

Papa Francisco/ março de 2020 em uma impressionante cena: a Praça São Pedro completamente vazia.
(...) “Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”.

(...) “A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade”, (...)  “o Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança”.

domingo, 22 de março de 2020

(...)

Leonardo Boff: "O coronavírus: o perfeito desastre para o capitalismo do desastre"
A atual pandemia do coronavírus representa uma oportunidade única para repensarmos o nosso modo de habitar a Casa Comum, a forma como produzimos, consumimos e nos relacionamos com a natureza.

Chegou a hora de questionar as virtudes da ordem do capital: a acumulação ilimitada, a competição, o individualismo, a indiferença face à miséria de milhões, a redução do Estado e a exaltação do lema de Wallstreet: ”greed is good” (a cobiça é boa). Tudo isso agora é posto em xeque. Ele tem dias contados.
O que agora nos poderá salvar não são as empresas privadas mas o Estado com suas políticas sanitárias gerais, sempre atacado pelo sistema do mercado “livre” e serão as virtudes do novo paradigma, defendidas por muitos e por mim, do cuidado, da solidariedade social, da corresponsabilidade e da compaixão.

O primeiro a ver a urgência desta mudança foi o presidente francês, neoliberal e vindo do mundo das finanças E. Macron. Falou claro: “Caros compatriotas, precisamos amanhã tirar lições do momento que atravessamos, questionar o modelo de desenvolvimento que nosso mundo escolheu há décadas e que mostra suas falhas à luz do dia, questionar as fraquezas de nossas democracias. O que revela esta pandemia é que a saúde gratuita sem condições de renda, de história pessoal ou profissão, e nosso Estado-de Bem-Estar Social não são custos ou encargos mas bens preciosos, vantagens indispensáveis quando o destino bate à porta. O que esta pandemia revela é que existem bens e serviços que devem ficar fora das leis do mercado”.
Aqui se mostra a plena consciência de que uma economia só de mercado, que tudo mercantiliza e sua expressão política o neoliberalismo são maléficas para a sociedade e para o futuro da vida.

Mais contundente ainda foi a jornalista Naomi Klein,uma das mais perspicazes críticas do sistema-mundo e que serviu de título ao meu artigo: ”O coronavírus é o perfeito desastre pra o capitalismo do desastre”.

Essa pandemia produziu o colapso do mercado de valores (bolsas), o coração deste sistema especulativo, individualista e antivida como o chama o Papa Francisco.

Este sistema viola a lei mais universal do cosmos, da natureza e do ser humano: a interdependência de todos com todos; que não existe nenhum ser, muito menos nós humanos, como uma ilha desconectada de tudo o mais.

Mais ainda: não reconhece que somos parte da natureza e que a Terra não nos pertence para explorá-la ao nosso bel-prazer, mas que nós pertencemos à Terra.

Na visão dos melhores cosmólogos e dos astronautas que veem a unidade Terra e Humanidade, somos aquela porção da Terra que sente, pensa, ama, cuida e venera. 

Superexplorando a natureza e a Terra como se está fazendo no mundo inteiro, estamos nos prejudicano a nós mesmos e nos expondo às reações e até aos castigos que ela nos impõe. É mãe generosa, mas pode mostrar-se rebelada e enviar-nos um vírus devastador.

Sustento a tese de que esta pandemia não pode ser combatida apenas por meios econômicos e sanitários sempre indispensáveis. Ela demanda outra relação para com a natureza e a Terra. Se após passar a crise e não fizermos as mudanças necessárias, na próxima vez, poderá ser a última, pois nos fazemos os inimigos figadais da Terra. Ela pode não nos querer mais aqui.

O relatório do prof.Neil Ferguson do Imperial College of London declarou:”esse é o vírus mais perigoso desde a gripe H1N1 de 1918. Se não houver uma resposta imediata, haveria nos USA 2,2 milhões de mortos e 510 mil no Reino Unido”.

Bastou esta declaração para que Trump e Johnson mudassem imediatamente de posição. Tardiamente se empenharam com fortunas para proteger o povo.

Enquanto que no Brasil o Presidente não se importa, a trata como uma “histeria” e no dizer de um jornalista alemão da Deutsche Welle: ”Ele age de forma criminosa. O Brasil é liderado por um psicopata, e o país faria bem em removê-lo o mais rápido possível. Razões para isso haveria muitas”. É o que o Parlamento e o STF federal, por amor ao povo, deveria sem delongas fazer.

Não basta a hiperinformação e os apelos por toda a mídia. Ela não nos move a mudar de comportamento exigido. Temos que despertar a razão sensível e cordial. Superar a indiferença e sentir, com o coração, a dor dos outros. Ninguém está imune do vírus. Ricos e pobres temos que ser solidários uns para com os outros, cuidarmo-nos pessoalmente e cuidar dos outros e assumir uma responsabilidade coletiva. Não há um porto de salvação. Ou nos sentimos humanos, co-iguais na mesma Casa Comum ou nos afundaremos todos.
As mulheres, como nunca antes na história, têm uma missão especial: elas sabem da vida e do cuidado necessário. Elas podem nos ajudar a despertar nossa sensibilidade para com os outros e para conosco mesmo. Elas junto com operadores da saúde (corpo médico e de enfermagem) merecem nosso apoio irrestrito. Cuidar de que nos cuida para minimizar os males desse terrível assalto à vida humana.

Leonardo Boff escreveu: Como saber cuidar e O cuidado necessário, ambos pela Vozes 2009 e 2013.

http://fatimavieira.psc.br/

quarta-feira, 18 de março de 2020

UFSC/ HU - Projeto Amanhecer




O Projeto Amanhecer, informa que a partir do dia 16 de março de 2020, estão SUSPENSAS as atividades individuais e coletivas por tempo indeterminado, conforme a Nota Oficial anunciadas na quinta-feira (11/03) pela Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em razão da pandemia de COVID-19. A Administração Central salientou que não há comunicação de casos suspeitos ou confirmados que sejam relativos à comunidade da UFSC, entretanto, as medidas adotadas são essenciais neste momento, para que a nossa comunidade não seja mais um fator estressor no sistema de saúde pública de Santa Catarina”. Considerando:
1. O caráter iminente do crescimento de casos relacionados à contaminação pelo Covid-19;
2. Que toda epidemia por fonte propagada, pessoa a pessoa, ou pessoa a pessoas, em que ocorra multiplicidade de contatos, sem conhecimento da fonte propagadora, é potencialmente muito grave;
3. A confirmação de cinco casos no estado de Santa Catarina e, em Florianópolis, um deles nas proximidades do Campus João David Ferreira Lima, área de enorme circulação da comunidade universitária;
4. O Decreto Municipal da Prefeitura Municipal de Florianópolis, que proíbe eventos fechados com distância menor de 2 metros entre os participantes;
5. O potencial de propagação em espaços como os Restaurantes Universitários e a Biblioteca Universitária, locais em que há enorme risco;
6. A implementação de cuidados especiais com grupos vulneráveis, como idosos e imunodeprimidos ou portadores de doenças crônicas, inclusive entre o corpo de servidores técnicos e docentes;
7. A necessidade de reduzir drasticamente a circulação de pessoas nos campi da UFSC, de modo a diminuir os riscos de contaminação em massa;
Recomenda-se que a comunidade interna (acadêmica e servidores) e externa com algum sinal/sintoma de febre, tosse seca, dores no corpo e mal estar, dor de garganta mantenha-se em casa, e evite buscar os serviços de saúde a não ser em casos de real necessidade. Em caso de dúvidas sobre os sintomas, que entre em contato, em Florianópolis, com o serviço  Alô Saúde Floripa, pelo telefone 0800-333-3233, antes mesmo de se dirigir aos postos de saúde e às UPAs.
  • Estaremos comunicando nesse mesmo site, em nota posterior, o retorno dos atendimentos, assim que a situação se estabilizar.
  • Atenciosamente, Projeto Amanhecer.

terça-feira, 10 de março de 2020

Hu - Hospital Universitário UFSC - Projeto Amanhecer




O período de inscrição para o 1º bimestre de 2020 acontecerá nos dias 10/03 e 11/03.
Neste bimestre, assim como nos anteriores, as inscrições para as atividades individuais e coletivas ocorrerão em dias diferentes:
  • O primeiro dia, 10/03 (terça-feira), para as atividades individuais;
  • O segundo dia, 11/03 (quarta-feira), para as atividades coletivas.
http://www.hu.ufsc.br/setores/projeto-amanhecer/

sábado, 7 de março de 2020

8 de março - Dia Internacional da Mulher

                                                                                     Fairey
“Se os homens pudessem nos ver como realmente somos, eles ficariam um pouco surpresos; mas os homens mais espertos e perspicazes muitas vezes têm uma ilusão sobre as mulheres: eles não as lêem sob uma luz verdadeira: eles as interpretam mal, tanto para o bem quanto para o mal: sua boa mulher é uma coisa estranha, meia boneca, meio anjo; a mulher má deles quase sempre um demônio. (Charlotte Brontë, Shirley)
“O feminismo não travou guerras. Não matou adversários. 
Não estabeleceu campos de concentração, não criou as desigualdades sociais e a fome, nem criou inimigos, não praticou crueldades... Suas batalhas sempre foram pela educação, pelo voto, por melhores condições de trabalho ... pela segurança nas ruas ... pelos cuidados com as crianças, pelo bem-estar social ... pelos centros de estupro, refúgios femininos, reformas na lei. Se alguém diz: 'Ah, eu não sou feminista', pergunto: 'Qual é o seu problema?' ” (Dale Spender)
http://fatimavieira.psc.br/