sábado, 23 de abril de 2011

Eu Te Amo! Não Basta!

imagem: Rodin



 
 
















- Passada a primeira confissão, o "eu te amo" não quer dizer mais nada, retoma ao seu modo enigmático, ou repete-se sem nenhuma pertinência.
- Eu-te-amo não é uma frase: não transmite um sentido, mas prende-se a uma situação-limite: "aquela em que o sujeito está suspenso numa relação especular com o outro", é uma holofrase.
- Não há mais nenhuma informação além do seu dizer imediato.
- Apesar de dito milhões de vezes, eu-te-amo não está no dicionário, é uma figura cuja definição não pode exceder o título.
Não pertence à linguística, talvez seria próximo à música, o desejo é gozado. O gozo não se diz; mas ele fala e diz: eu-te-amo.
- Ao eu-te-amo diferentes respostas mundanas: eu não, não acredito... mas a verdadeira rejeição é: "não há resposta" !!!
- Sou anulado se sou rejeitado, e pior, sou rejeitado como sujeito falante, "não há resposta", estou expulso do poder de questionar, estou como que morto, para sempre
EU TAMBÉM! não é uma resposta perfeita: é preciso que o amado diga: EU TAMBÉM TE AMO!
- A Fera - retida encantada em sua feiúra - ama a Bela; esta evidentemente não ama a Fera, no final, já vencida (pelas conversas?), ela lhe diz a palavra mágica: "Eu A Amo Fera"... e um novo sujeito aparece.
Roland Barthes - Fragmentos de Um Discurso Amoroso
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

do amor à primeira vista

- É uma hipnose: sou fascinado por uma imagem - sacudido, virado, eletrizado...
- O epsódio hipnótico, precede um estado crepuscular: o sujeito fica de algum modo vazio, disponível, aberto sem saber, para o rapto que irá surpreendê-lo. 
Nunca me apaixono sem antes tê-lo desejado.
- O vácuo que produzo em mim, nada mais é do que o tempo mais ou menos longo, em que procuro com os olhos, ao meu redor, sem parecer fazê-lo, quem amar... 
Entretanto o mito do "amor à primeira vista" é tão forte (a coisa me assalta, me toma de surpresa, sem que eu queira, sem eu ter a menor participação), que ficamos estupefatos se ouvimos alguém decidir-se apaixonar-se.
- No animal a mecânica sexual dá-se não por um indivíduo detalhado mas por uma forma, um fetiche colorido.
- Busco no OUTRO, a voz, a postura dos ombros, a silhueta delgada, o calor da mão, uma pose ligeiramente vulgar, o jeito de sorrir, de mover a massa carnuda dos lábios, de tornar o corpo idiota por um segundo, para esconder o embaraço...
algo que venha ajustar-se ao meu desejo.
- O rastro que me toca (a caça) é o corpo em movimento.
- Presta-se a me seduzir tudo o que me chega através de um contorno, de uma fenda.
- Creio que o fato amoroso é um epsódio dotado de um começo (o amor à primeira vista) e um fim (suicídio, abandono, partida...)
- Enfim não cesso de me espantar por ter tido esta sorte: encontrar o que se encaixa no meu desejo ou por ter corrido este risco enorme: sujeitar-me a uma imagem desconhecida (e toda cena reconstruída opera como a montagem suntuosa de uma ignorância). 
Roland Barthes - Fragmentos de Um Discurso Amoroso
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

da sedução

imagem - Veronese

(...)
 
- O sujeito amoroso é "seduzido" - (capturado e encantado) pela imagem do objeto amado.
- Nome popular: amor à primeira vista, nome científico: enamoramento. 
- Há muito estabeleceu-se a equivalência entre o amor e a guerra: nos dois trata-se de conquistar, seduzir, capturar. 
- Cada vez que um sujeito "cai" de amores, retoma um pouco o tempo arcaico em que os homens deviam raptar a mulher (ela sempre passiva); 
- Do modelo primitivo subsiste um vestígio público: o amante - aquele que foi seduzido é sempre "feminizado";
- No mito atual (amor-paixão), dá-se o contrário: o sedutor nada quer, nada faz; é imóvel e o objeto seduzido é o verdadeiro sujeito do rapto. 
- O objeto da captura torna-se o sujeito do amor; o sujeito da conquista passa à categoria do objeto um vestígio público: o amante - aquele que foi seduzido é sempre "feminizado"; 
- O sujeito é sempre aquele que sofre: onde há ferimento há sujeito e quanto mais profunda a ferida, mais o sujeito torna-se o sujeito: pois o sujeito é a intimidade.
 ("a ferida ...  é de uma intimidade medonha!") 
- Assim é o ferimento de amor: um corte radical no centro do corpo (coração), um corte radical que não consegue se fechar, do qual o sujeito escorre. 
Roland Barthes -  Fragmentos de Um Discurso Amoroso
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Existirmos: a que será que se destina? - Caetano Veloso











PERSONA

- O termo deriva da palavra latina para máscara usada por atores na época clássica.
- Daí, PERSONA refere-se à máscara ou face que uma pessoa põe para confrontar o mundo.
- A persona pode se referir à identidade sexual, um estágio de desenvolvimento (tal como a adolescência), um status social, um trabalho ou profissão.
- Durante toda uma vida, muitas personas serão usadas e diversas podem ser combinadas em qualquer momento específico.
- A concepção, de Jung, da persona é a de um ARQUÉTIPO, significando, neste contexto, que existe uma inevitabilidade e ubiqüidade para a persona.

- Em qualquer sociedade, um meio de facilitar o relacionamento e o intercâmbio é exigido; essa função é parcialmente efetuada pelas personas dos indivíduos em questão.
- Diferentes culturas estabelecerão diferentes critérios para a persona e haverá alteração e evolução ao longo do tempo uma vez que o padrão arquetípico subjacente é suscetível de variação infinita (ver Cultura e Imagem).
- Às vezes, a persona é referida como o “arquétipo social”, envolvendo todos os compromissos próprios para se viver em uma comunidade.
- Resulta que a persona não deve ser pensada como inerentemente patológica ou falsa. Há um risco de PATOLOGIA se uma pessoa se identifica de forma demasiadamente íntima com sua persona. Isto implicaria uma falta de conscietização de um papel muito além do social (advogado, analista, operário) ou de papel sexual (mãe) e também uma falha de levar em conta a maturação (por exemplo), uma evidente dificuldade em se adptar ao fato de ter crescido.

- A identificação com a persona leva a uma forma de rigidez ou fragilidade psicológicas; o INCONSCIENTE tenderá, antes, a irromper com ímpeto na consciência, que emergirt de forma controlável.
- O EGO, quando identificado com a persona, é capaz somente de uma orietação externa. É cego para eventos internos e, daí, incapaz de responder a eles. Resulta ser possível permanecer-se inconsciente da própria persona.
- Estes últimos comentários apontam para o lugar que Jung atribuía à persona na estrutura da PSIQUE.

- Era como um mediador entre o ego e o mundo externo (quase do mesmo modo que ANIMA e ANIMUS mediam entre o ego e o mundo interno).
- Portanto, pode-se cogitar da persona e de anima/animus como OPOSTOS. Enquanto a persona está ocupada com uma adaptação consciente e COLETIVA, anima/animus estão ocupados com uma adaptação àquilo que é pessoal, interior e individual.http://www.rubedo.psc.br/dicjung/verbetes/persona.htm

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Por Favor Ouça O Que Não Estou Dizendo




Não se deixe enganar pelo rosto que uso, pois uso máscaras, mil máscaras que tenho medo de tirar,e nenhuma delas sou eu. Fingir é uma arte, uma segunda natureza em mim, mas não se deixe enganar, por Deus, não se deixe enganar. Dou a impressão de que sou seguro, de que tudo é ensolarado e sereno em mim, tanto por dentro quanto por fora que confiança é meu nome e frieza meu jogo, que a água está calma e estou no comando e que não preciso de ninguém,mas não acredite em mim.
Minha superfície pode parecer tranqüila, mas ela é a minha máscara...
Abaixo dela não há contentamento. Abaixo dela residem confusão, e medo, e solidão...
Entro em pânico ao pensar que minha fraqueza será exposta.
É por isso que freneticamente crio máscaras para me ocultar,
uma fachada sofisticada e indiferente, a escudar-me do olhar que sabe.
Mas esse olhar é precisamente a minha salvação, minha única esperança, e eu sei disso.
Isto é, se ele for acompanhado por aceitação, se for acompanhado por amor.
Ele é a única coisa que pode me libertar de mim mesmo, das paredes da prisão que construí, das barreiras que tão meticulosamente construo.
É a única coisa que poderá me dar a segurança daquilo de que não estou seguro, de que realmente tenho algum valor.
Mas não lhe digo isso. Não me atrevo, tenho medo.
Tenho medo de que seu olhar não seja acompanhado por aceitação, não seja acompanhado por amor.
Tenho medo de que você não me dê valor, que ria de mim, e seu riso me mataria.
Tenho medo de que lá no fundo eu seja nada e que você verá isso e me rejeitará.
Então faço meu jogo, meu desesperado jogo de fingimento,
uma fachada de segurança por fora e uma trêmula criança por dentro.
Assim começa o deslumbrante, mas vazio desfile de máscaras,
e minha vida torna-se um campo de batalha.
Eu lhe digo tudo o que, na verdade, é nada, e nada do que é tudo, tudo o que chora em mim. Assim, enquanto faço minha rotina não se deixe enganar por aquilo que digo.
Por favor, escute atentamente e procure ouvir o que não estou dizendo, o que eu gostaria de poder dizer, o que, por sobrevivência, preciso dizer, mas não sei dizer.
Não gosto de me esconder. Não gosto de jogos falsos e superficiais.
Quero parar de jogá-los. Quero ser genuíno e espontâneo e eu mesmo,mas você tem que me ajudar. Só você pode remover dos meus olhos o olhar vazio dos mortos-vivos.
Só você pode me trazer à vida.
A cada vez que você é gentil e bondoso e encorajador, a cada vez que você procura compreender, porque realmente se importa, meu coração começa a criar asas - asas pequeninas, asas muito delicadas, mas são asas!
Com seu poder de me tocar e me fazer sentir,você pode me dar um sopro de vida...
Não me ignore. Não será fácil para você.
Uma longa certeza de inutilidade constrói paredes sólidas.
Quanto mais perto você chegar mais cegamente posso golpear.
É irracional, mas, apesar do que os livros dizem sobre a humanidade, com frequência sou irracional.
Eu luto exatamente contra o que mais peço.
Mas já me disseram que o amor é mais forte que paredes sólidase nisso reside minha esperança.
Por favor, tente derrubar essas paredes, com mãos firmes, mas com mãos bondosas, pois uma criança é muito sensível.
Quem sou eu, você pode se perguntar. Sou alguém que você conhece muito bem. Pois sou todos os homens e sou todas as mulheres que você encontra.
Charles C. Finn - MáscarasHear What I Am Not Saying. September 1966. Portuguese translation by Ralph Miller Jr., Copyright © 2008.Submitted to Cordula's Web by translator.
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

sábado, 16 de abril de 2011

O Arquétipo da Mãe... Eis aí tua Mãe!

(...) Teu nome é Yemanjá
E é Virgem Maria
É Glória e é Cecília
Na noite fria
Oh, minha mãe
Minha filha tu és
qualquer mulher
Mulher em qualquer dia
Bastou o teu olhar
Pra me calar a voz
De onde está você
Rogai por nós
Minha mãe,
Me ensina a segurar
A barra de te amar...
Segure a minha mão
Quando ela fraquejar
E não deixe a solidão
Me assustar...
Minha mãe, nossa mãe
E mata minha fome
Nas letras do teu nome...
(Composição : Raul Seixas/ Paulo Coelho)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Senhora da Magia, os teus segredos eu quero aprender...

imagem: Alberto Viana
Poderosa Velha Sábia Lua minguante,
noite, escuridão,
Ensina-me a morrer tranquila
E a escutar a solidão.
Carinhosa Avó Divina,
Os teus segredos eu quero aprender
A magia das tuas receitas, reativa

em mim tua força e o teu poder.
Deusa do Inverno, Luz Violeta Virgem Morena da consolação,

Derramai tua misericórdia
Traz para todos teu santo perdão
Saber Querer, Ousar e calar-se
As quatro pontas da estrela do amor
A quinta ponta é o saber ir-se
Entrar consciente à nova dimensão.
 
Sem a Virgem não há começos, sem a Mãe não há vida e sem a Anciã não há o fim.
 - Anciã é o aspecto menos compreendido e o mais temido, já que nos leva inevitavelmente a refletir sobre a morte.
- A Anciã foi reverenciada nas antigas culturas como regente do Submundo, visto antigamente como um lugar de descanso das almas entre as reencarnações.
- Obviamente todos nascemos e morremos, e a função da Deusa Anciã é nos acompanhar durante a última etapa de nossa vida, preparando-se para o Outro Mundo.
- Temas que pedem conexão com a Anciã: Relações, trabalhos, e amizades que estejam terminando.
- Menopausa ou sintomas de envelhecimento. Divórcio.
- Um reagrupamento de energias necessárias para o término de um ciclo de atividade ou problema.
- Tranqüilidade antes de pensar em novas metas e planos.
- Quando as plantas estão prontas para o Inverno.
- Morte de uma pessoa ou animal.
- Contemplação ao término de seu próprio ciclo da vida.
- Mudança de habitação ou trabalho.
- Necessidade de forte proteção contra ataques nos níveis físicos ou psíquicos e aborrecimento no plano dos espíritos.
- Entendimento dos mistérios mais profundos.
- Desenvolvimento dos estados de transe ou comunicação com o outro mundo.
 

(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

sábado, 9 de abril de 2011

eu sou Lakshmi a abundância ilimitada... chame por mim

Eu sou o jorro abundante e eterno da fartura o inesgotável o que não tem fim.
Da plenitude do meu ser ofereço os meus dons generosa e copiosamente com sensualidade e liberdade.
Sou ilimitada não posso ser contida. Estou em toda parte e nunca deixarei de existir.
Chame por mim!

MITOLOGIA - O culto a Lakshmi começou antes da invasão ariana da índia. Ela é considerada a força animadora ou Shakti de Vishnu, o Preservador. Seu animal sagrado é a vaca, símbolo da abundância e da plenitude. Descrita como flutuando no mar eterno do tempo, repousando sobre uma flor de lótus, os hindus dizem que os deuses agitaram violentamente o mar da criação do qual Lakshmi surgiu em todo o seu esplendor.
- Lakshmi aparece para dizer que é hora de alimentar a totalidade reconhecendo e vivendo a abundância. Sua existência está definida e contida nos parâmetros da escassez?
- Suas finanças se baseiam na consciência da pobreza e não na ilimitada abundância?
- Sua visão da vida é a de nunca ter o suficiente, e não a de ter tudo o de que precisa? Abra-se à abundância, à generosidade que existe no seu mundo.
- Lakshmi diz que a abundância é difícil de perceber quando a carência, a pobreza e a escassez dominam a consciência, o caminho da totalidade está em abrir - se ao fluxo da abundância no universo e reconhecer a abundância na sua vida.
- Quando você se abre ao fluxo, torna-se parte dele e o atrai para si em todas as suas formas - amizade, saúde, família, amor, beleza, talento.
Fonte: Amy Sophia Marashmskv - O Oráculo da Deusa
(Fatima Vieira)

Lilith - eu danço a minha vida por mim mesma...

Eu danço a minha vida para mim mesma
sou inteira sou completa
digo o que penso
e penso o que digo
Eu danço a escuridão e a luz
o consciente e o inconsciente
o sadio e o insano
e falo por mim mesma autenticamente com total convicção sem me importar com as aparências.
Todas as partes de mim fluem para o todo todos os meus aspectos divergentes tomam-se um.
Eu ouço o que é preciso ouvir nunca peço desculpas sinto os meus sentimentos.
 Eu nunca me escondo vivo a minha sexualidade para agradar a mim mesma e agradar aos outros.
Expresso-a do âmago do meu ser, a totalidade da minha dança.
Eu sou fêmea, sou sexual sou o poder.
MITOLOGIA - Lilith foi originalmente a Rainha do Céu sumeriana, uma deusa mais antiga que Inanna. Os hebreus incorporaram essa Deusa e a transformaram na primeira esposa de Adão. Ela insistia que, por terem sido criados iguais, eles deviam fazer sexo de igual para igual. Como Adão não concordou, ela o deixou. Pela sua rebeldia, na mitologia judaica, ela era descrita como um demônio.

Perfil Psicológico: Lilith aparece para dizer que você precisa reassumir o seu poder.
Em que pontos você o perdeu ou desperdiçou?
Que crenças você mantém que o negam?
Acaso lhe disseram que uma mulher poderosa nunca encontra companheiros?
Ou que as mulheres não podem ter poder porque isso lhes anularia a feminilidade?
Você foi ridicularizada, afastada ou banida pelos outros quando esbarraram no seu poder?
Está com medo de fazer mau uso dele, dominando ou manipulando os outros?
O RECADO DE LILITH: o caminho da totalidade está em reconhecer e aceitar esse poder.
(Fatima Vieira)

o arquétipo AFRODITE

Quando abro meu coração
estou cheia de um deleite tão intenso
de um êxtase tão doce
de um prazer tão profundo
O contato com meu amado
leva-me a todos os lugares
a música toca minha alma,
quando alcanço
a unidade comigo mesma
Posso dançar em parceria
quando consigo dançar sozinha
Posso amar o outro
quando consigo amar a mim mesma

MITOLOGIA: Os gregos dizem que Afrodite nasceu da união entre o céu e o útero fértil do mar, quando o pênis castrado do antigo Deus do Firmamento, Urano, caiu no oceano. Os gregos, relegaram-na ao papel de Deusa do amor. Quando ela chegou ao Olimpo, Zeus, o Deus supremo, casou-a com Hefesto, o Deus coxo da ferraria. Hefasto não era atraente, tentou de várias formas seduzí-la, criando jóias requintadas, mas ela preferiu o apaixonado Ares, Deus da Guerra.
Perfil Psicológico: Gera amor e não necessariamente prole. Aquece-se e alegra-se com o amor por si mesma.
É a mulher que se deixa levar pelo amor, feminina, atraente, pode vir a usar o amor como arma, satisfazendo seus desejos.
Sensual, sensível e refinada, está voltada principalmente para os relacionamentos humanos, para a beleza e inspiração nas artes.
Seu arquétipo governa o prazer do amor e da beleza, da sexualidade e da sensualidade.
Possui magnetismo. Adorada pelo seu encanto e inúmeras aventuras amorosas, estimula ciúme, e medo de perda em muitas mulheres que veêm seus maridos reagindo a elas com crescente animação.
A energia de Afrodite na vida de uma mulher a deixa completamente à vontade com seu corpo e sua sexualidade e intensamente envolvida com o presente, seja num relacionamento ou numa atividade criativa.
A mulher, identificada com Afrodite, necessita aprender a ser mais conseqüente nos relacionamentos, refletir mais sobre suas escolhas, evitando assim ferir e ser ferida.
Se você passa o dia sem pensar nem dizer o quanto se ama; Faz poucas coisas amorosas para si mesma; Vive se queixando do emprego que odeia; Ou tenta sustentar um relacionamento fracassado... Receba o alerta da deusa: para para amar outra pessoa, você precisa ser capaz de amar a si mesma.
Amar os outros significa deixá-los ser exatamente do jeito que são.
O espaço que damos aos outros depende de quanto espaço damos a nós mesmos.
Afrodite impele as mulheres a preencherem funções criativas e produtivas, toda mulher apaixonada está embebida deste arquétipo.
O trabalho deve envolvê-la emocionalmente, se identificam com a arte, música, escrita, dança, ou terapeuta, professora.
Tendem para homens que não são bons para elas, complicados, mal humorados. Tais homens não objetivam postos elevados ou autoridade, e não querem chefiar assuntos domésticos ou serem maridos ou pais.
Gostam de crianças, o que é recíproco. E consegue um nível de comunicação profundo com a criança, através de seu olhar não julgador e compreensivo. Inspira os filhos com seu entusiasmo. Seus filhos geralmente têm sucesso.
Referência Bibliográfica: Sophia Marashmskv. O Oráculo da deusa - Arte-fmal da edição original 1997 Hrana Janto. Publicado originalmente nos EUA em 1997 por Element Books, Inc.. Boston, MA 02114, USA.
Jean-Pierre Vernant - Mito e religião na Grécia Antiga. Ed. Papirus
Thomas Bulfinch - do livro de ouro da mitologia/ e outras fontes ;
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Perfil Psicológico mulher PERSÉFONE

Pintura: Veronese

- Mulheres Reservadas, reclusas. Necessitam da solidão.


- Muita sensibilidade, facilmente vulnerável ao estado psíquico do ambiente.


- Realizam seus projetos secretos, assim entram em contato com o mundo invisível, espiritual.


- Criam em torno de si uma aura de mistério. Não falam seus segredos, mas permite que eles existam.


- Possuem conhecimento de estâncias psíquicas difíceis de compartilhar e suportar.


- Vulnerabilidade espiritual, que faz parecer que uma parte dela está em outro lugar.


- Tão Intuitivamente ligada que outros acabam percebendo sua presença.


- Discreta, possui um rosto e jeito de ser atraentes que parecem sorrir.


- Como está sempre flertando com a morte de forma simbólica, acaba tornando-se fisicamente imune ao seus processos.


- Usa cabelos longos e soltos e roupas floridas e esvoaçantes.


- Na infância pode ter sofrido alguma tragédia, algo que a arranca do mundo inocente, a perda precoce da mãe ou do pai, abuso sexual, alguma doença grave, pai ou mãe alcoolista ou esquizofrênico, ou ter nascido de um parto difícil. Isso tudo pode vir acompanhado de depressão ou retraimento que futuramente a levará ao domínio deste arquétipo.


- Caso ela não reconheça este profundo primeiro impacto em sua vida, este tipo de experiência poderá voltar a acontecer na adolescência ou início da vida adulta. Ela poderá vir a ser uma iniciada muito relutante nos domínios da alma.


- Ou, poderá passar por um momento de divórcio, uma mudança não desejada para um lugar distante, um aborto, a perda de emprego... Nestes epsódios, há sempre uma morte psíquica.


- Tragédia forte com ego frágil, associada a uma excessiva sensibilidade, faz com que a mulher desenvolva uma constituição de personalidade dupla e dividida.


- Isso significa que se sentirá impotente e aprenderá a viver em dois mundos: o de sua mãe Deméter, que é o da luz e da consciência; e de seu marido Hades, que é o das sombras e o do inconsciente.


- Enxerga o que pode ser revelado e o que pode e deve permanecer em segredo. Este é seu fardo e sua responsabilidade.


- Haverá uma sutil dissolução de sua personalidade com a eventual mistura de seu eu ao dos outros, como em um transe ou estado quase místico de fusão.


- Possui sensibilidade para captar segredos não revelados nas constelações familiares, (incesto, prostituição, loucura, geralmente algo mantido firmemente fechado por gerações); E como canal, poderá vir a atuar estes segredos negados.


- Entretanto, sua conduta para com os outros, é de uma exterioridade encantadora, sutilmente concebida para ocultar uma intensa interioridade decorrente de sua vivência nos limites do conhecido.


- Estar ligada psiquicamente a realidades temidas ou negadas pela maioria das pessoas pode lançá-la a um inferno vivo.


- Para se proteger expressará uma máscara exterior inocente e bem adaptada.


- De forma oculta, desenvolverá uma outra vida rica e intensa, da qual poucos chegam a saber e que será um tormento caso não queira enfrentar.


- Esta rica vida interior não é revelada facilmente. Quando só, que é o que mais quer, começa a fazer diários secretos, pintar, escrever ou dedicar-se a visões e meditação.


- A medida que cresce encontra o caminho do ocultismo ou espiritualismo.


- Seus estudos serão segredos bem guardados. Assim, talvez terá algum continente no sentido de não se achar esquisita e anormal, apenas diferente num sentido mais positivo.


- Reconhecer e focalizar seu dom em trabalho é um bom caminho. Em culturas anteriores sua função era de vidente, curandeira ou xamã. Atualmente, atuam com práticas alternativas de cura, terapeutas, ou atividades artísticas.


- Pode então perceber que possui sensitividade, mas para conseguir conviver com o mundo, é importante também desenvolver outros tipos de arquétipos em sua personalidade.


- Como o seu mundo é o dos espíritos sentirá falta de ardor, afeição, substância, ou o que a maioria chamaria de realidade.


- E a forma como ela lida com isso é com suas ameaças de dissociação psíquica, loucura e desespero. Não obstante, será necessário o reconhecimento de suas dores mais profundas, que geralmente ficam intactas e camufladas.


- Renunciar ou abandonar, no sentido de perder algo e tornar sacro, é como ela pode realizar este trabalho interior.


- “A fonte de sua transformação vem de baixo, da profundeza da alma, não dos confins elevados do espírito”.


- Partirá em busca do salvamento de tudo e de todos e como seu ego carece de fronteiras, aparecerão em seu trabalho clientes que invadem a sua vida pessoal, provocando caos com uma insaciável carência de amor e atenção.


- Pode tornar-se mãe espiritual de toda a alma machucada da vizinhança e isso a torna invadida psiquicamente.


- Existe neste tipo de mulher uma profunda alienação do corpo e da sexualidade. Ao isolar as partes inferiores do corpo, ela também aliena a energia telúrica que a envolve.


- A sexualidade é fundamental na sua iniciação e no seu despertar, com a união de energias masculinas e femininas no seu interior e nas profundezas do corpo.


- Desenvolvendo Afrodite poderá conseguir mais brilho e entrar mais em contato com o mundo. Deméter pode dar o calor do qual ela sente falta, além de dar-lhe um senso de corpo e trazê-la ao chão. Hera lhe dará um terreno mais firme e um pouco da realidade comum necessária. Com Ártemis ela aprende a ter um pouco mais de solidez de propósito, ego forte, espírito prático e nada sentimental.


- Ela é ao mesmo tempo jovem e velha, virgem e mãe, aquela que cuida da vida e da morte. Esta relação mostra a dinâmica existente entre o mundo de luz e o mundo das trevas.


- As mulheres Perséfones maduras que cumpriram a sua jornada, vivem além do mundo comum, ainda que permaneçam em íntimo contato com ele. Confessam que seu maior desejo é se livrar de toda a conformidade para com a sociedade.


- Como a lua possui infinitas variedades de luminosidade, sombra e escuridão. Sua luz é refletida, habitará a escuridão, mas também vai compartilhar da luz do sol. Suas sombras são discretas e possui uma ligação com o tempo e com a periodicidade. Esta é a natureza feminina e honrá-la é reconhecer e reverenciá-la em todas as sua fases, pois ela é sagrada.


- Muitas mulheres sentem-se atraídas por Perséfone, por esse papel, são os "semi-apaixonadas por uma morte que traga alívio" (Keats). Elas flertam com uma morte em diversos períodos de suas vidas.


- O que Perséfone não compreendeu é que a vítima dentro dela precisa ser sacrificada e contrair núpcias com os poderes escuros.


- A palavra sacrifício significa o "tornar sacro". Toda dor, raiva e mágoa precisam ser oferecidas às forças que estão além de si. Como em toda iniciação, é preciso haver uma morte do mundo profano da vida cotidiana, mas isso não é motivo de orgulho espiritual nem motivo para sentir-se miserável.


- Como é que Perséfone, enquanto terapeuta ou curandeira pode confortar os desesperados se nunca esteve lá?


- Na verdadeira vida do espírito existem luz e trevas, júbilo e desespero, assim o inconsciente com seus aspectos superior e inferior. O desafio maior de Perséfone é unir o lado escuro e o lado luminoso da Deusa em si mesma.


- E Perséfone terá que aprender a conviver com a sombra dentro dela. Quando projeta o seu lado sombra nos outros, deixa de completar o movimento descendente até Hades, seu noivo verdadeiro, e corre o risco de ficar doente ou de atrair pessoas destrutivas e até mesmo perversas.


(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

a Lenda de Perséfone

Eu transito entre dois mundos
Eu desci nos infernos de mim mesma
Li o inconsciente
Porque conheci as dores mais profundas
E sobrevivi
Eu posso conhecer as dores dos outros Viajei na escuridão e nas sombras
Conheci o fundo do medo
Acendi a luz do amor
E voltei pra aquecer a terra
Eu sou Perséfone.
A LENDA - Na mitologia grega, Perséfone ou Koré, corresponde à deusa romana Proserpina ou Cora. Filha de Zeus e da deusa Deméter. Os deuses, Hermes, Ares, Apolo e Hefestos a cortejaram. Deméter escondeu a filha longe da companhia dos deuses.
Quando os sinais de sua grande beleza e feminilidade começaram a brilhar, em sua adolescência, chamou a atenção do deus Hades, deus do mundo inferior. Hades, emergiu da terra e raptou-a enquanto ela colhia flores com as Ninfas, levou-a para seus domínios (o mundo subterrâneo), desposando-a e fazendo dela sua rainha. Sua mãe, inconsolável, acabou por se descuidar de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve escassez de alimentos.
Deméter finalmente descobriu que a jovem deusa havia sido levada para o mundo dos mortos, e junto com Hermes, foi buscá-la no reino de Hades.
Perséfone tinha comido algo (uma semente de romã), cuja simbologia sugeria não ter rejeitado Hades. Houve um acordo, ela passaria metade do ano junto a seus pais, quando seria Koré, a eterna adolescente, e o restante com Hades, quando se tornaria a sombria Perséfone. 
Este mito justifica o ciclo anual das colheitas. Desde então, cada vez que a rainha desce ao mundo dos mortos para encontrar o seu marido, o inverno chega na terra. Aí a primavera faz o inverno desaparecer e traz as flores e o verde da natureza e os grãos brotam, saindo da terra.
(fonte: wikipédia)
Fatima Vieira - Psicóloga Clínica