domingo, 29 de setembro de 2013

Lena Sotskova - obras de arte

Ψ A Psicologia Feminina - O Inferno não tem Espelho

"Os sonhos nos mostram como encontrar um sentido em nossas vidas, como cumprir nosso próprio destino e realizar o potencial maior de vida que há em nós." (B.F)























*O Sonho da Mulher:
 "... sonhei que uma mulher olhava no espelho e dizia:  - 'meu marido levou o espelho embora para não ter que olhar para mim'.
 (...) então eu vi uma mulher: Era Marilyn Monroe, toda branca e luminosa, cabelos loiros dançando nas ondas, mas mutilada (sem braços, sem pernas, só tronco);

 ... e captei a expressão de seus lábios vermelhos.





 *Para Refletir: O Que é o espelho?

 
* No espelho refletimos e reflete nossa imagem.
- A palavra refletir tem duplo sentido: refletir sobre si mesmo.  
- Pensar, Refletir, encontrar a própria identidade.
- Mostra objetivamente nossa face.
- Pode ser um choque ao se ver no espelho.
- O espelho levado embora, assim a mulher não precisa mais se olhar.
- Mas, o marido é quem leva o espelho embora para não ter que olhar para ele.
 (absurdo onírico?)
 Espelho. Espelho Meu...
- No conto de fadas: a Branca de Neve é a mais bela, e foi o espelho que contou à bruxa. 

- A mulher do sonho tenta acusar o marido por impedi-la de ver sua própria identidade.
Alguns movimentos de liberação feminina salientam que são os homens que roubam a identidade da mulher.
- Entretanto, são elas que não constroem sua própria identidade.
- Sentem-se lesadas, violentadas ou rendidas e a reação mais mesquinha é a de acusar o marido.
*Mas onde a sociedade, (os homens) contribuem para isso?
- Quando se idealiza esteticamente e de forma romântica a Mulher Ideal.
- Como exemplo o mito Marilyn Monroe o ícone da beleza perfeita no imaginário masculino.
-  E as projeções: Se o amor do homem pela mãe foi projetado de forma idealizada, a mulher "eleita" precisa chegar o mais perto desta perfeição idealizada da sua figura materna.
- Porém, se a relação materna não foi tão boa assim, a procura é por uma mulher totalmente diferente da mãe má, (busca-se o mito).
-  A mulher que tenta se moldar e entrar neste jogo, torna-se amargurada e culpa o homem que a impossibilita de ser ela mesma.

- Sabe-se que a vivência negativa do ÂNIMUS (o masculino interno na mulher) destrói sua vida, pois a separa de sua essência feminina, afastando-a da delicadeza, da feminilidade, onde ela sente-se jogada num mundo sem sentido. 
- A destruição de sua criatividade e subjetividade.
- Se o modelo paterno foi tirânico assim será seu ÂNIMUS.
- Portanto, a relação de uma menina com o pai e seu desligamento saudável vai definir seu desenvolvimento global e a busca saudável de um companheiro de jornada.
- No sonho: Marilyn Monroe aparece como uma figura ambígua e deixa a mulher perturbada.
- Ainda que represente o ideal de beleza no inconsciente coletivo masculino e modelo de beleza para muitas mulheres, no sonho a figura está fragmentada, ela aparece sem braços (ação), sem pernas (postura na realidade).

- A imagem feminina não pode agir, não está ancorada na realidade (como competir com o mito?).
- A organização massificada da sociedade moderna destrói os sentimentos, cria um padrão estereotipado de beleza.
- Isso despersonaliza e enlouquece principalmente as mulheres que estão mais conectadas com os sentimentos.
- Ao conectar a cabeça ao corpo, ativa-se o sistema linfático que exprime as emoções.
- Em psicoterapia, ou qualquer outra prática que trabalhe o corpo (yoga, artes marciais, bioenergética, a dança...) extravazam-se as emoções, (através das lágrimas, suor e outras reações físicas), resultando numa melhor conexão com o corpo que estava fragmentado, adormecido, mutilado.

 Fonte: Marie-Louise Von Franz -  *O Sonho da Mulher, narrado em "O Caminho dos Sonhos"
 Fatima Vieira - Psicóloga Clínica

domingo, 22 de setembro de 2013

o menino e a flor

Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história:
Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. 
E não dizemos nada. 
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
 Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
 E já não podemos dizer nada.

(No Caminho, com Maiakóvski  - Autor: Eduardo Alves da Costa)

(...)


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

obras de arte

                                                            Salvador Dalí                                                           
                                                                           Klimt 
                                                                       Monet
                                                              Ivan Slavinsky

                                                                 Raquel Taraborelli

                                                                 Igor Medvedev   
                                                               Igor Medvedev

                                                                    Renoir


                                                                kartiny Svezhest

                                                                 Lyudmila Skripch
serguei Toutounov
 

(...)


obras de arte Christian Asuh





sábado, 14 de setembro de 2013

Ψ “É preciso estar inconsciente de uma ilusão para que ela nos sustente”. (Freud)

A cena: ocorre no ambulatório de clínica geral de um serviço público, onde o médico recebe, para consulta, uma moça tímida provinciana de aspecto sofrido, limitando-se a queixar de uma dor que, embora profunda, ela não consegue localizar:
- Onde você sente essa dor? (pergunta-lhe o médico, impaciente, pensando na interminável fila de atendimentos que o aguardam no corredor do ambulatório).
- Não sei dizer, responde-lhe ela, desconcertada.
- Como não sabe? (replica-lhe o médico, visivelmente irritado). 
- Não sei onde dói, só sei que dói, e que dói muito…                                                                 (A Hora da Estrela, C. Lispector)

*Sobre a Depressão: Lacan (1966) refere como a "dor de existir" . 

- Sartre: Em "L'Âge de Raison" fala de uma ausência de sensibilidade que acomete o indivíduo incapaz de localizar no mundo, um valor que justifique a sua existência.

-  Maria Rita Kehl - a vida não faz nenhum sentido, o universo é indiferente às nossas dores e ninguém se preocupa tanto conosco a ponto de querer realmente nos salvar.

 - O filósofo Martin Heidegger, para quem a experiência do tédio (Langeweile), como aquilo que nos arrasta e nos deixa vazio, alimenta-se precisamente de sua ausência de localização (Heidegger, 1992).

 - Na prática psicológica lidamos com indivíduos que se mostram apáticos, desprovidos de intencionalidade, que se vêem incapazes de se localizarem no tédio em que se tornou a sua realidade

- Segundo Freud, a depressão revela a condição de desamparo da qual tentamos nos proteger construindo uma rede de vínculos ilusórios a que chamamos de amor e de sentido da vida, sem que se saiba o que isso quer dizer: “é preciso estar inconsciente de uma ilusão para que ela nos sustente”.

 - A psicanálise concede, desde Freud, sua margem de razão ao sujeito deprimido, na medida em que reconhece o valor de verdade que seu sofrimento revela e a sua condição de desamparo que lhes é inerente.

- Afora isso, a experiência analítica produz invariavelmente, sobre o paciente, o afeto de tristeza resultante do luto que ela provoca ao fazer tombar os ideais em que ele se alienava: ela expõe, em seu percurso, a frivolidade dos valores imaginários que sustentam a felicidade dos imbecis, ao confrontar o sujeito com sua condição primordial de desamparo.

- A psicanálise tem a dizer que não existe, em sua perspectiva, a depressão no singular, como não existe tampouco a dor no singular, para a medicina.

 - Existem sim a histeria, a psicose, a neurose obsessiva, a perversão; porém a depressão, não constitui por si só, para a doutrina psicanalítica, nenhum tipo de nosologia determinada. 

- Não acreditamos existir a depressão e a dor enquanto entidades clínicas autônomas, como quer fazer crer as classificações inspiradas no DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders).

 - No séc. XIX, houve a valorização da dor pelo poeta.  E o discurso contemporâneo foge de tudo que não corresponde esteticamente as suas expectativas: o doente, o diferente, o portador de necessidades especiais, o obeso, o anoréxico, o idoso... sublima-se tudo, como se fossem deficiências a serem corrigidas em prol da ditadura do corpo perfeito e da perversa alegria.

 - A civilização que valoriza a competição e as conquistas do mercado não mais tolera seus deprimidos (Soller, 2005).

 - A psicanálise, desde Freud, em relação ao sujeito deprimido: reconhece o valor de verdade que seu sofrimento revela enquanto condição de desamparo que lhes é inerente. e questiona a frivolidade dos valores utópicos que sustentam a felicidade imaginária da maioria, pois confronta o sujeito com sua condição original de abandono, desamparo.

 - À propósito da depressão, no que a psicanálise enuncia talvez de mais fundamental: ainda que não reprove o deprimido, nem por isso deixa de formular um julgamento sobre depressão. É preciso não encerrá-lo numa abordagem puramente moralista das patologias depressivas, já há muito em desuso nas abordagens contemporâneas do sofrimento psíquico.

- Entretanto, Lacan diz, sem meias palavras, em 'Télévision' sobre o afeto depressivo: que resulta de uma covardia moral (lâcheté morale), ao qualificar a depressão como efeito de uma lâcheté, está antes se referindo a ela como efeito de uma frouxidão, de uma ausência de tensão necessária ao exercício lógico do pensamento. 

- Lacan refere em suas próprias palavras: A tristeza é qualificada de depressão, ao se lhe dar por suporte a alma, ou então a tensão psicológica.

 - A falta de vontade constante do sujeito depressivo corresponde, em certo sentido, a uma recusa ética de situar, através do pensamento, a estrutura simbólica que o determina no inconsciente.

 - F. Regnault nos convida a examinar, além disso, a propósito desse deixar-se levar do sujeito triste, o valor etimológico de um termo para designar o que hoje entendemos por depressão.

 - Trata-se do léxico latim acedia, o qual vem designar a tristeza a partir de um aspecto particular que nos interessa; do grego a-kedia significa, literalmente, não tomar cuidado, não zelar, deixar para lá, conforme se verifica na postura do sujeito depressivo que se coloca como se nada lhe dissesse respeito.

 - O depressivo assim pretende sofrer de um estado de alma, quando na verdade, explicita F. Regnault, ele comete uma falta do pensamento: ele se recusa a zelar pela tensão necessária a sua vontade, para situar logicamente a causa que o determina na estrutura.

 - Dessa ausência de tensão resulta, a dolorosa anestesia que acomete o sujeito deprimido, cujo campo perceptivo se dilata numa proliferação infinita de coisas insignificantes.

 - Um exemplo contemporâneo de experiência que acomete o sujeito insone, diante da televisão, conforme se lê no ensaio de T. Assunção: “O material de que está composta esta figura - como a modalidade mesma do zapping frenético na TV a cabo já anuncia -  é a superabundância monstruosamente variada de programas: circo ou feira eletrônico-feérica contendo inumerável repertório de jogos, entrevistas, shows...

 [...] Paradoxalmente, o signo que resume o efeito dessa pletora de variações é a repetição. No interior (ou mais precisamente na superfície) de um universo variado de imagens e falas regido pela pressão mercadológica de produzir novidades, está a triste sensação de mesmidade. Dos fragmentos assim recortados a memória que resta no dia seguinte é opaca e confusa e se assemelha estranhamente à memória de qualquer outra madrugada no zapping televisivo [...]. 

BIBLIOGRAFIA: ALQUIÉ, F. Leçons sur Spinoza. Paris: La Table Ronde, 2003.
ASSUNÇÃO, T. “Nota insone sobre a TV”. In Ensaios de Escola, R.J., Sete Letras, 2003.
DELEUZE, G. Spinoza – philosophie pratique. Paris: Minuit, 1981.
 FREUD, S. Über Wilde Psychoanalyse, Gesammelte Werke. Frankfurt am Main: Fischer Verlag, t. VIII. GUÉROULT,  “Obscurité, confusion, mutilation, inadéquation des idées”. In Spinoza, t. II (L’Âme). Paris: Aubier Montaigne, 1974 
HEIDEGGER, M. Les concepts fondamentaux de la métaphysique [1929-30] (trad. fr. D. Panis). Paris: Gallimard, 1992
 LACAN, J. “Kant avec Sade”, in Écrits. Paris: Seuil, 1966.
 LACAN, J. “Televisão”. In Outros escritos, R.J., Jorge Zahar, 2003.
MILLER, J.-A. Pièces détachées, curso inédito 2004/2005. 
REGNAULT, F. “Passions dantesques”. In La cause freudienne, no 58 : Maladies de l’époque. Paris: ECF – Navarin/Seuil, octobre, 2003.
SOLLER, C. “Esses deprimidos de quem não gostamos”. In O que Lacan dizia das mulheres. R.J.: Jorge Zahar, 2005. 
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

domingo, 8 de setembro de 2013

garfield e a yoga

theo e a yoga






"Ouvimos Deus nos espaços vazios da nossa mente." ( G. K. Khalsa)



Ψ ... a alma grita quando estamos desconectados das nossas emoções!

"Estar cheio de vida é respirar profundamente, mover-se livremente e sentir com intensidade." (Lowen) 

(...) considera-se que a respiração e seus movimentos estão conectados aos movimentos de todas as emoções e pensamentos.

A respiração e a palavra têm uma relação íntima.

Se pudermos aproveitar conscientemente este padrão, formando habilidades de respiração e som, podemos dirigir criativamente nossa vida e nosso potencial.

Nós percebemos que muito do que dizemos é desnecessário e um desperdício de energia.

Nós começamos a perceber como tentamos preencher espaços vazios para nos sentirmos confortáveis.

Nós encontramos nossa intuição e “ouvimos Deus” nos espaços livres de nossas mentes.

 Eu sempre me lembro que eu tenho que me escutar, se eu quiser ouvir minha intuição, que está dormente devido ao barulho mental.

A alma grita conosco quando estamos desconectados das emoções: acidentes, tensão, medo, raiva. Você deve ter notado!


Respirar,  Comer e Falar bem é equivalente a pensar direito.
  Fonte: Gururattan Kaur Khalsa
Fatima Vieira - Psicólpga Clínica