terça-feira, 25 de outubro de 2016

Ψ Onde Você Coloca Sua Atenção Você Cria a Realidade.

"Assim que você se engajar definitivamente no seu projeto, Deus também entrará em ação.(Goethe)
*Você têm o poder de se tornar o mestre de sua existência.
*Como herói nesta jornada precisa cumprir o seu destino.
*O mundo é  um caldeirão, um recipiente para nossos sonhos, esperanças e orações.
*E como um vaso sagrado armazena e carrega nossos sonhos para a realidade.
*Nele está depositado todo nosso talento, criatividade e discernimento psíquico, material e espiritual que como alquimistas podemos tocar, transmutar.
*Mas tal qual a caixa de pandora possui também obstáculos ... tem outros ingredientes que preferimos sufocar, nossos medos, perversidades, inveja, traição, frustrações, tristezas, solidão, culpas...
*Porém onde você coloca sua atenção você cria a realidade.
*Concentre-se em quem ou o que você quer para sua vida. Deixe o amor fluir com seus bons pensamentos, e os obstáculos vão se dissolver, impulsionando sua vida para frente.
*Algumas vezes os obstáculos serão uma bênção disfarçada.... pode ser um golpe de sorte, como o amor batendo em sua porta.
*Na vida passamos por vários processos alquímicos, indicando onde a distância entre o ego e o espírito deve evaporar.
*Geralmente a iniciação começa quando o ego foi ferido ou um caminho derrepente termina.
*As vezes temos que atravessar o deserto para ressuscitar o que é real.
*Podemos optar por ignorar a mensagem que a vida nos envia, ou segui-la.
*Se optarmos por cumprir o nosso destino com coragem e determinação uma poderosa inspiração ocorre até que o sonho se realize.
*Teremos então acesso ao nosso inconsciente, onde as respostas nos aguardam e a inspiração nos levará  às mudanças necessárias para uma revolução na nossa vida.
*Somente quando nos defrontamos de forma genuína, autêntica sem pudor, com o nosso lado sombrio então iniciará o processo de mudança.
*Não pense que ao ludibriar a sua sombra você vai se livrar dela...
*A vida vai lhe empurrar de encontro ao que você evita... por amor ou pela dor... sutil ou feito um trovão... até garantir que você entendeu onde precisa chegar (sua tarefa de vida).
*Ou, se o que os deuses planejaram para você for maior do que o seu sonho medíocre, o destino se encarregará de dar um puxão de orelha.
*É só correção espiritual, para que não esqueçamos que nesta passagem rápida pela vida  somos um corpo tendo uma experiência divina...
*Nutra seu corpo (seu templo), com prazeres saudáveis, exercícios físicos e boa comida. Assim você nutre seu espírito. A prece é alimento da alma... Falar demais pode ser uma maldição.
*Toque o coração das pessoas com gentileza e delicadeza mesmo correndo o risco de se arranhar.
*Não deixe de expressar seus verdadeiros sentimentos só para  se proteger ou não ser julgado.
*Não deixe de reconhecer a atuação sorrateira de sua sombra.
*Lembre-se que são sempre os outros que nos são hostis, arrogantes, invejosos... São só projeções...
*Sempre achamos que alguém é culpado por nossa dor. Mas só percebendo as nossas fraquezas, poderemos ter compaixão com as falhas dos outros. Se nos julgamos perfeitos, estaremos sempre prontos a julgar.
*Não tenha medo de atender honestamente e sem julgamento a sua própria sombra.
*Se você está enfrentando a obstrução ou frustração por causa de algo que tenha feito incorretamente, reconheça, ressignifique e se perdoe. Você tem que voltar a acreditar em si mesmo e ter fé.
*As pessoas podem falar de você, mas não podem lhe machucar se você for consciente e seguro de suas qualidades e defeitos.
*Toque sua própria música, no seu ritmo... De à si e as suas ações o justo valor, nem mais nem menos.
*Se você estiver no tom certo vai atrair coisas e pessoas que estão na mesma sintonia.

Fonte: I Ching
Ψ Fatima Vieira

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Era Uma Vez Uma Folha...

*Era uma vez uma folha, que crescera muito. A parte intermediária era larga e forte, as cinco pontas eram firmes e afiladas.


*Surgira na primavera, como um pequeno broto em um galho grande, perto do topo de uma árvore alta.


*A folha estava cercada por centenas de outras folhas, iguais a ela. 


*Ou, pelo menos, assim parecia. Mas não demorou muito para que descobrisse que não havia duas folhas iguais, apesar de estarem na mesma árvore. 

Alfredo era a folha mais próxima. Mário era a folha à sua direita. Clara era a linda folha por cima.

*Todos haviam crescido juntos. Aprenderam a dançar à brisa da primavera, a se esquentar indolentemente ao sol do verão, a se lavar na chuva fresca.

*Mas Daniel era seu melhor amigo. Era a folha maior no galho e parecia que estava lá antes de qualquer outra.

*A folha achava que Daniel era também o mais sábio. Foi ele quem lhe contou que eram parte de uma árvore. (...) que estavam crescendo num parque público ... que as árvores tinha raízes fortes, escondidas na terra lá embaixo, ... falou dos passarinhos que vinham pousar no galho e cantar pela manhã, ... contou sobre o sol, a lua, as estrelas e as estações.

*Fred adorava ser uma folha. Amava o seu galho, os amigos, o seu lugar bem alto no céu, o vento que o sacudia, os raios do sol que o esquentavam, a lua que o cobria de sombras suaves.

*O verão fora excepcionalmente ameno. Os dias quentes e compridos eram agradáveis, as noites suaves eram serenas e povoadas por sonhos.

*Muitas pessoas foram ao parque naquele verão. E sentavam sob as árvores. Daniel contou à folha que proporcionar sombra era um dos propósitos das árvores.

- O que é um propósito? - perguntou a folha. Uma razão para existir - respondeu Daniel - tornar as coisas mais agradáveis para os outros é uma razão para existir. Proporcionar sombra aos velhinhos que procuram escapar do calor de suas casas é uma razão para existir.

*A folha tinha um encanto todo especial pelos velhinhos: Sentavam em silêncio na relva fresca, mal se mexiam. E quando conversavam eram aos sussurros, sobre os tempos passados.

*As crianças também eram divertidas, embora às vezes abrissem buracos na casa da árvore ou esculpissem seus nomes. Mesmo assim, era divertido observar as crianças.

*Mas o verão da folha não demorou a passar.

*E chegou ao fim numa noite de outubro. A folha nunca sentira tanto frio.Todas as outras folhas estremeceram com o frio. Ficaram todas cobertas por uma camada fina de branco, que num instante se derreteu e deixou-as encharcadas de orvalho, faiscando ao sol.

*Mais uma vez, foi Daniel quem explicou que haviam experimentado a primeira geada, o sinal que era outono e que o inverno viria em breve.

*Quase que imediatamente, toda a árvore, mais do que isso, todo o parque, se transformou num esplendor de cores. 

*Quase não restava qualquer folha verde. Alfredo se tornou um amarelo intenso. Mário adquiriu um laranja brilhante. Clara virou um vermelho ardente. Daniel estava púrpura. E a folha ficou vermelha, dourada e azul.

*Todos estavam lindos. A folha e seus amigos converteram a árvore num arco-íris.

- Por que ficamos com cores diferentes, se estamos na mesma árvore? - perguntou a folha.

- Cada um de nós é diferente. Tivemos experiências diferentes. Recebemos o sol de maneira diferente. Projetamos a sombra de maneira diferente.

- Por que não teríamos cores diferentes? E Daniel contou ainda que aquela estação maravilhosa se chamava outono.

*Grande ou pequeno, fraco ou forte, tudo morre... 

*E um dia aconteceu uma coisa estranha. 

*A mesma brisa que, no passado, os fazia dançar começou a empurrar e puxar suas hastes, quase como se estivesse zangada. Isso fez com que algumas folhas fossem arrancadas de seus galhos e levadas pela brisa, reviradas pelo ar, antes de caírem suavemente ao solo.

*Todas as folhas ficaram assustadas.

- O que está acontecendo? - perguntaram umas às outras, aos sussurros. Explicou Daniel: 
- É isso que acontece no outono, é o momento em que as folhas mudam de casa.

*Algumas pessoas chamam isso de morrer.

- E todos nós vamos morrer? – perguntou a folha. 

- Vamos sim, tudo morre. Grande ou pequeno, fraco ou forte, tudo morre. Primeiro cumprimos a nossa missão. Experimentamos o sol e a lua, o vento e a chuva. Aprendemos a dançar e a rir. E, depois morremos.

- Eu não vou morrer! - exclamou Folha, com determinação - você vai, Daniel?

- Vou sim... Quando chegar meu momento.

- E quando será isso?  - Ninguém sabe com certeza - respondeu Daniel.

*A folha notou que as outras folhas continuavam a cair. E pensou: "Deve ser o momento delas." 
*Ela viu que algumas folhas reagiam ao vento, outras simplesmente se entregavam e caíam  suavemente.

*Não demorou muito para que a árvore estivesse quase despida.

- Tenho medo de morrer - disse a folha a Daniel - não sei o que tem lá embaixo.

- Todos temos medo do que não conhecemos. Isso é natural - disse Daniel para animá-la - mas você não teve medo quando a primavera se transformou em verão.

*E também não teve medo quando o verão se transformou em outono. Eram mudanças naturais. Por que deveria estar com medo da estação da morte? 

- A árvore  também  morre? Perguntou a folha.

- Algum dia vai morrer. Mas há uma coisa que é mais forte do que a árvore. É a Vida. Dura eternamente e somos todos uma parte da Vida.

- Para onde vamos quando morrermos? - Ninguém sabe com certeza... É o grande mistério.

- Voltaremos na primavera?  - Talvez não, mas a Vida voltará.

- Então qual é a razão para tudo isso? - insistiu a folha - Por que viemos para cá, se no fim teríamos de cair e morrer?

*Daniel respondeu no seu jeito calmo de sempre: - Pelo sol e pela lua. Pelos tempos felizes que passamos juntos. Pela sombra, pelos velhinhos, pelas crianças. Pelas cores do outono, pelas estações. Não é razão suficiente?

*Ao final daquela tarde, na claridade dourada do crepúsculo, Daniel se foi. E caiu a flutuar. Parecia sorrir enquanto caía. - Adeus por enquanto – disse ele à folha.

*E, depois, a folha ficou sozinha, a única que restava em seu galho.

*E, enquanto caía, ela viu a árvore inteira pela primeira vez. A primeira neve caiu na manhã seguinte. 
*Era macia, branca e suave. Mas era muito fria. Quase não houve sol naquele dia... e foi um dia muito curto. A folha se descobriu a perder a cor, a ficar cada vez mais frágil. Havia sempre frio e a neve pesava sobre ela.

*E quando amanheceu veio o vento que arrancou a folha de seu galho. Não doeu. Ela sentiu que flutuava no ar, muito serena.

*E enquanto caía, ela viu a árvore inteira pela primeira vez.

*Como era forte e firme! Teve certeza de que a árvore viveria por muito tempo, compreendeu que fora parte de sua vida. E isso deixou-a orgulhosa.

*A folha pousou num monte de neve.

*Estava macio, até mesmo aconchegante. Naquela nova posição, a folha estava mais confortável do que jamais sentira. Ela fechou os olhos e adormeceu. 

*Não sabia que a primavera se seguiria ao inverno, que a neve se derreteria e viraria água. 

*Não sabia que a folha que fora, seca e aparentemente inútil, se juntaria com a água e serviria para tornar a árvore mais forte. 

*E, principalmente, não sabia que ali, na árvore e no solo, já havia planos para novas folhas na primavera... O começo!

(Texto de Leo Buscaglia, tradução de A. B. Pinheiro de Lemos)

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Ψ O Que Uma "Criança Normal" Gosta?

               entre o cobertorzinho e o brinquedo - aconchego e proteção
"O que uma criança normal gosta? Será que ela apenas precisa se alimentar, crescer e sorrir docemente? Não. A criança normal, se ela tem confiança na mãe e no pai, enfrenta todas as paradas. Com o tempo ela usa o seu poder para amar, destruir, para assustar, para desgastar, perder, enganar, se apropriar. ... por isso no início do seu desenvolvimento ela precisa necessariamente viver em um círculo de amor e força (com a consequente tolerância), ... para que ela não tenha medo de seus próprios pensamentos e de suas imaginações e assim fazer progresso em seu desenvolvimento emocional." (Winnicott, privação e Delinquência)
"É  no espaço entre o mundo interior e exterior, que também é o espaço entre as pessoas - o espaço de transição - que as relações íntimas e criatividade ocorrem."

*Para Winnicott a criança nasce indefesa. É um ser desintegrado, que percebe de maneira desorganizada os diferentes estímulos provenientes do exterior.

*O bebê nasce também com uma tendência para o desenvolvimento.

*A tarefa da *mãe é oferecer  suporte adequado para que as condições inatas alcancem um desenvolvimento ótimo.

*Assim refere Winnicott: "não existe essa coisa chamada bebê".... ou seja, não há criança sem uma mãe e esta não precisa ser necessariamente a que deu à luz.

*"Colo" é o somatório de aconchego, percepção, proteção, dado por aquela ou aquele cuja percepção - consciente ou inconsciente - atenta para as necessidades do bebê criando um ambiente adequado, e o levando a responder adequadamente aos diferentes estágios do seu desenvolvimento.

*O movimento da psique entre o mundo das coisas e as fabricações da mente é uma atividade "transicional", adjetivo fundamental na obra de Winnicott.

*O conceito mais conhecido é o de "objeto transicional", representado classicamente pelo cobertorzinho a que muitos pequenos se agarram numa determinada fase.

"Esse objeto é ao mesmo tempo uma coisa objetiva - existe num mundo compartilhado - e subjetiva - para seu dono, ele faz parte de uma fantasia, possui vida própria", refere Bogomoletz.

"Os educadores devem no ambiente escolar dentro do possível, tratar cada aluno de acordo com a sua necessidade. O termo "inclusão", se levado a sério, indica uma atitude de acolhimento. O acolhimento adequado pode, portanto, ajudar uma criança regida por um self falso - geralmente boazinha e obediente - a se tornar mais espontânea.

 "No entanto, é preciso que a escola aceite as temporadas de 'mau comportamento'.

"Trata-se de adotar sempre uma postura tolerante e criar condições para que a criança desfrute de liberdade.
Nada mais importante, nesse sentido, do que o papel da brincadeira - fundamental para Winnicott, não apenas na infância, por misturar e conciliar o manejo do mundo objetivo e a imaginação. "Brincar pressupõe segurança e criatividade"

"Crianças com problemas emocionais graves não brincam, pois não conseguem ser criativas."

 "A fantasia é realmente a marca do humano", diz Bogomoletz. "Já a objetividade é uma habilidade que se aprende, como uma segunda língua."

"A escola tem a obrigação de ajudar a criança a completar essa transição do modo mais agradável possível, respeitando o direito de devanear, imaginar, brincar", prossegue o psicanalista. O respeito que os pequenos terão pela objetividade será incorporado por eles, jamais imposto de fora para dentro.

*Quando livre para criar, a criança, segundo Winnicott, vê nos estudos um modo de exercitar o poder de invenção. Se, no entanto, o ambiente escolar não for aberto à brincadeira, "os recreios serão tanto mais selvagens quanto as aulas forem mais opressoras ou supostamente sérias".

Fonte: https://psicologado.com/abordagens/psicanalise/winnicott-principais-conceitos © Psicologado.com

Donald Woods Winnicott (1896 - 1971). Ao entrar na faculdade de Medicina, foi convocado para servir como enfermeiro na Primeira Guerra Mundial, na qual fez as primeiras observações sobre o comportamento humano em situações traumáticas. Especializou-se em pediatria. Foi presidente da Sociedade Britânica de Psicanálise. 

 Ψ Fatima Vieira - Psicóloga Clínica