quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ψ O ANIQUILAMENTO DO FEMININO PELA MÍDIA



Apesar do grande avanço na luta travada pelas mulheres do mundo para conquistar espaços e oportunidades, há muito a ser feito para que se reverta toda uma história de opressão e desigualdade, construída através de séculos de desrespeito aos valores ligados ao feminino.

Em relação à violação dos direitos humanos, a violência contra a mulher é um ponto sensível que precisa ser tocado para que possa sanado nas diversas esferas em que ocorre. Seja no nível coletivo ou doméstico, a violência e o desrespeito aos direitos da mulher é um fato.


Entretanto, uma outra forma de violência contra a mulher acontece diariamente diante dos nossos olhos. Uma violência psicológica que tem sido perpetrada pelo Grande Deus Mercado, devidamente assessorado pela mídia.


A moderna cultura ocidental é dominada por uma filosofia narcisista, que “coisifica” o ser humano. 


Conseqüentemente pensamentos e comportamentos são influenciados por essa filosofia, gerando uma sociedade imagética que privilegia a imagem em detrimento de outros conteúdos.

Em relação à mulher, a imagem veiculada pela mídia é escancaradamente “coisificada”. Os valores ligados ao feminino são subvertidos e apresentados de maneira preconceituosa e distorcida, reforçando o conceito (ou preconceito) de que o valor da mulher está ligado a sua imagem e nunca a sua inteligência ou capacidade profissional.


A mulher é retratada apenas como um corpo que vende qualquer produto e não um sujeito real de carne e osso.


Mas o absurdo não para por aí. Colocada a serviço de um mercado que visa apenas o lucro, a mídia publicitária impõe um padrão de beleza que é inalcançável para a maioria das mulheres. Um modelo de beleza pasteurizado - a mulher branca, magra, de cabelos lisos e loiros.


Na tentativa de se adequarem a esse padrão, as mulheres, principalmente adolescentes, passam a subverter a própria aparência e a camuflar a sua identidade étnica. Muitas destas jovens acabam ficando tão obcecadas em atingir esse padrão de beleza que acabam negligenciando outros aspectos do seu desenvolvimento, desconsiderando inclusive suas capacidades intelectuais.


Drogas anorexísticas, regimes e dietas malucas, cirurgias estéticas, lipoaspiração, liposescultura e muito implante de silicone. Vale tudo para ficar parecida com a "top-model" famosa, a atriz da novela das oito ou com a BBB da última estação. A pressão sofrida para atingir esse ideal estético gera uma relação de conflito com o próprio corpo. Acabam surgindo em decorrência, patologias físicas na forma de distúrbios alimentares (anorexia, bulimia) e transtornos psicológicos (depressão, ansiedade, fobias). A frustração e o sentimento de inadequação acabam por dificultar as relações afetivas e sociais.


Mas a parte mais perversa desse fato é que a mesma frustração gerada e alimentada pela mídia torna a mulher uma presa fácil de todo tipo de anúncio publicitário. De cosméticos a aparelhos de ginástica, passando por dietas e fórmulas emagrecedoras que prometem "milagres", a baixa estima e a frustração feminina com sua própria imagem GERA LUCRO E MUITO LUCRO!

 
Para confirmar isso é só dar uma olhada na programação da televisão aberta. Salvo raríssimas exceções, o que se vê é pouca ou nenhuma informação que possa ser considerada útil. Muita fofoca televisiva, muita futilidade, música de péssima qualidade, receitas engordativas e muito, mais muito merchandising. Questões mais profundas não fazem parte da pauta dos programas destinados às mulheres.


Na mídia impressa a coisa não é diferente. As revistas femininas, que mais se assemelham a catálogos publicitários, reforçam nas entrelinhas de suas páginas a imagem de uma mulher narcisista que precisa preencher o vazio da sua existência com fofocas sobre gente famosa.


 Contraditórias em seus conteúdos trazem na mesma edição matérias que ensinam a cozinhar 'pratos maravilhosos' para conquistar o seu homem pelo estômago e dietas milagrosas que vão deixá-la magra, para poder caber nas roupas que os estilistas famosos criaram para modelos de passarela e não para mulheres reais.

Para fazer frente a essa realidade sómente com muita lucidez e discernimento. Não consumir produtos que utilizem a imagem da mulher de forma pejorativa pode ser um caminho. Uma forma de obrigar o mercado a rever as suas estratégias publicitárias.


 Educar nossas crianças com bases que contemplem mais os valores humanos e menos o consumo também é uma atitude que se faz urgente. Mais do que homens ou mulheres somos seres humanos. E seres humanos não são coisas e nem 'mercadoria' a ser consumida. 

Um masculino saudável e equilibrado só irá se reconhecer através de um feminino saudável e equilibrado e vice versa. Esse equilíbrio não pode ser alcançado em uma sociedade 'corpocêntrica' - que não incentiva o desenvolvimento integral do ser humano.  
(txt- Irene Carmo Pimenta)
Fatima Vieira - Psicóloga Clínica

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ψ mulheres nas antigas civilizações






As mulheres de origem Celta eram criadas tão livremente como os homens. A elas era dado o direito de escolher os seus parceiros e nunca poderiam ser forçadas a uma relação que não queriam.
 Eram ensinadas a trabalhar para que pudessem garantir o seu sustento, bem como eram excelentes amantes, donas de casas e mães.

*A primeira lição: “Ama o teu homem e segue-o, mas somente se ambos representarem, um para o outro, o que a Deusa Mãe ensinou: Amor, companheirismo e amizade.
*Jamais permitas que algum homem te escravize: Tu nasceste livre para amar, e não para ser escrava.
*Jamais permitas que o teu coração sofra em nome do amor. Amar é um acto de felicidade, para quê sofrer?
*Jamais permitas que os teus olhos derramem lágrimas por alguém que nunca te fará sorrir!

*Jamais permitas que o uso do teu próprio corpo seja cerceado. Saibas que o corpo é a moradia do espírito. Para quê mantê-lo aprisionado?
*Jamais permitas ficar horas esperando por alguém que nunca virá, mesmo tendo prometido! *Jamais permitas que o teu nome seja pronunciado em vão por um homem cujo nome tu nem sequer sabes!
*Jamais permitas que o teu tempo seja desperdiçado com alguém que nunca terá tempo para ti! *Jamais permitas ouvir gritos nos teus ouvidos.
O Amor é o único que pode falar mais alto!
*Jamais permitas que paixões desenfreadas te levem de um mundo real para outro que nunca existiu! 

*Jamais permitas que outros sonhos se misturem aos teus, tornando-os um grande pesadelo! 
*Jamais acredites que alguém possa voltar quando nunca esteve presente!  *Jamais permitas que o teu útero gere um filho que nunca terá um pai!
*Jamais permitas viver na dependência de um homem como se tivesses nascido inválida! 

*Jamais te ponhas linda e maravilhosa, a fim de esperar por um homem que não tenha olhos para te admirar! 
*Jamais permitas que os teus pés caminhem na direcção a um homem que vive fugindo de ti!!
*Jamais permitas que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar o brilho dos teus olhos, te dominem, fazendo arrefecer a força que existe dentro de ti!
E, sobretudo, jamais permitas perderes a dignidade de ser..."

(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica) 

Ψ PSICOTERAPIA EXISTENCIAL - o homem já nasce confuso


Ψ "... o homem é naturalmente desorientado e já nasce confuso." (Ortega y Gasset)

 Tal desorientação está relacionada com a solidão existencial, com a condenação à culpa, ao sofrimento e à morte. Ainda que confuso ele busca um sentido. 

O papel da Análise Existencial é o de ajudar a elaborar a nossa história, facilitando uma noção mais clara da existência para que possamos nos interpretar e para que nossa história de vida seja menos absurda, desmascarando as ilusões, os enganos da consciência, transformando assim em realidade a nossa utopia pessoal ou nosso projeto de vida.

 VIR-A-SER é dar luz a si próprio, renascer a cada dia e assumir as rédeas do destino e construir a própria história. Ao tentar assumir a sua história o homem se depara com limites que interferem nas possibilidades de crescimento.
Os principais limites são: a MORTE, a LIBERDADE, o ISOLAMENTO EXISTENCIAL, o SOFRIMENTO, a RESPONSABILIDADE e a BUSCA DE SENTIDO PARA A VIDA.

 *A PRIMEIRA PREOCUPAÇÃO ESSENCIAL: Frente à morte nada mais podemos fazer senão ficarmos preocupados, não há escapatória possível. Conscientes dela, somos surpreendidos por uma sensação de absurdo, impotência e insegurança permanente. A trágica experiência da transitoriedade da vida ajuda o ser humano a empregar responsavelmente seu tempo. 

*A SEGUNDA PREOCUPAÇÃO ESSENCIAL É COM A LIBERDADE: Diante da transitoriedade da vida e com a possibilidade da morte o homem dá valor à liberdade e luta por ela, sente urgência em ser livre. O cerceamento da liberdade pode instigar revoluções ou mesmo engessar indivíduos em atitudes reacinárias, recusando-se à ação livre. A liberdade desafia a criatividade e a vontade autêntica de cada um ser ele mesmo apesaar das provocações quotidianas massificadas. 

*A TERCEIRA PREOCUPAÇÃO ESSENCIAL É COM O ISOLAMENTO EXISTENCIAL: O homem segue solitário pela vida afora. Desde o nascimento luta em sua trajetória na esperança de compartilhar sua solidão com alguém, mas na maior parte do tempo está absolutamente só. Nunca se está tão só como ao nascer e ao morrer. Ao nascer a experiência é intransferível e ao morrer é partida solitária. 

*A QUARTA PREOCUPAÇÃO ESSENCIAL É COM O SOFRIMENTO: O sofrimento é inevitável como disse FRANKL, há uma certa dose de sofrimento que está ligada à própria condição humana. A experiência do prazer e da dor são intransferíveis, como se a natureza quisesse dizer-nos que o mais importante nesse mundo é que todos possam experimentar diretamente a vida. Porque somos capazes de sentir dor e sofrer, somos cautelosos e responsáveis diante da vida, (o que contribuiu para a humanização do homem, desenvolvendo sentimentos de compaixão, amor e zelo pelos outros seres). Foi a vulnerabilidade humana que construiu a civilização, o convívio em comunidade garantindo a preservação da espécie. 

*A QUINTA PREOCUPAÇÃO ESSENCIAL É COM O SENTIMENTO DE CULPA: A culpa ajuda-nos a rever o caminho e a cuidar dos outros. Fugimos da culpa, evitando prejudicar nossos companheiros de jornada e agravar ainda mais nosso isolamento existencial.A culpa tem origem na sensação de atingir o outro fazendo-o sofrer. Segundo Melanie Klein este sentimento faz-se acompanhar do desejo de reparação ou de expiação para compensar o prejuízo causado à pessoa.
Por ser provido de consciência pressupõe-se que o homem deva assumir a culpa e responsabilidade pelo que faz, responder por suas condutas, comportamentos e atitudes. 

*A SEXTA PREOCUPAÇÃO ESTÁ RELACIONADA COM A RESPONSABILIDADE: Ser homem é basicamente ser capaz de assumir RESPONSABILIDADES, sem assumir compromissos a vida fica desprovida de qualquer sentido.

 *A SÉTIMA PREOCUPAÇÃO ESSENCIAL HUMANA TRATA-SE DA BUSCA DE SENTIDO PARA A VIDA: Esta é questão fundamental para a humanidade desde o princípio da história: de LAO-TSÉ a VIKTOR FRANKL, dos ASTECAS aos ÍNDIOS DA AMAZÔNIA, de ZENÃO de ELÉIA a HEIDEGGER... 
O sentido volta-se para o futuro, para o depois, para o que ainda estar por vir, e que só existe no reino da ESPERANÇA.  Subsistem, lado a lado, as preocupações fundamentais do homem com a morte, o sofrimento, a culpa, a liberdade, o isolamento existencial, a responsabilidade, que contribuem para a realização da meta primordial do homem - o ENCONTRO DE UM SENTIDO para sua vida.

 A LOGOTERAPIA visa facilitar a compreensão deste sentido vital que pode estar escondido como as raízes da árvore, mas que tem força de sustentação porque, como disse o poeta, O QUE A ÁRVORE TEM DE FLORIDO VIVE DO QUE ESTÁ SEPULTADO. 

Fonte: GOMES, José Carlos - A Prática da Psicoterapia Existencial - LOGOTERAPIA - vozes - Petrópolis 1988. (txt elaborado por Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)