terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Por que temos pesadelos?

"Pesadelos são sonhos substancialmente, vitalmente importantes. Eles nos fazem acordar gritando; são eletrochoques que a natureza aplica em nós quando quer que despertemos. A palavra nightmare vem de maré (égua) e a ideia é que um espírito mau sob a forma de um cavalo negro o carrega pela noite adentro, de forma que você acorda com um grito, completamente exausto. 

O ponto do sonho em que despertamos é o choque através do qual o inconsciente diz: 'Agora, é isso, preste atenção nisso!'

O pesadelo é uma verdadeira terapia de choque. A intenção é nos sacudir e nos arrancar de uma sonolência inconsciente a respeito de alguma situação perigosa. 

A ocorrência de pesadelos indica que estamos correndo algum tipo de perigo psicológico e dormindo, sem perceber.

O pesadelo então nos desperta. Sua característica é uma certa urgência, como se o inconsciente dissesse: 'Olhe aqui, acorde! esse problema é urgente'!

Por exemplo, pode estar atuando 'íncubus', um elemento masculino oprimindo a mulher, ou 'succubus', um elemento feminino exaurindo a energia do homem. Sua presença indica uma urgência da problemática sexual, que deve ser cuidada e conscientizada. Não se pode colocá-la de lado e fingir que não existe." 

(Fonte: O Caminho dos Sonhos - Marie-Louise von Franz)

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(...)

“Freud dizia que o único objeto verdadeiramente insubstituível para a gente é o perdido. E não é que foi perdido porque caiu do bolso. Ele fala daquilo que nunca tivemos. Então, faz sentido que nossa relação com o desejo seja esta: imaginamos existir algo que nunca tivemos, mas que teria nos satisfeito totalmente. Só não sabemos o que é.” (Contardo Calligaris)

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por que os homens lutam por sua servidão tão obstinadamente como se fosse sua salvação?

"O tecnocrata é o amigo natural do ditador - computadores e ditadura; mas o revolucionário vive na brecha que separa o progresso técnico da totalidade social e inscreve aí seu sonho de revolução permanente. Este sonho, portanto, é em si mesmo ação, realidade e uma ameaça efetiva a toda ordem estabelecida; torna possível o que sonha".

(...) "O problema fundamental da filosofia política ainda é precisamente aquele que Spinoza viu tão claramente (e que Wilhelm Reich redescobriu): por que os homens lutam por sua servidão tão obstinadamente como se fosse sua salvação?" (Deleuze)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

(...)

 (...) quem quiser conhecer a psique humana infelizmente pouco receberá da psicologia experimental. O melhor a fazer seria [pendurar no cabide as ciências exatas], despir-se da beca professoral, despedir-se do gabinete de estudos e caminhar pelo mundo com um coração humano: no horror das prisões, nos asilos de alienados e hospitais, nas tabernas dos subúrbios, nos bordéis e casas de jogo, nos salões elegantes, na Bolsa de Valores, nos 'meetings' socialistas, nas igrejas, nas seitas predicantes e extáticas, no amor e no ódio, em todas as formas de paixão vividas no próprio corpo, enfim, em todas essas experiências, ele encontraria uma carga mais rica de saber do que nos grossos compêndios. (...) pois entre o que a ciência chama de 'psicologia' e o que a práxis da vida diária espera da 'psicologia' há um abismo profundo”. (Jung - Psicologia do Inconsciente)

                                        Friedrisch Von Keller (1878)

                                         José Mongrell (1917)

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

(...)

"É um engano acreditar que o inconsciente é inofensivo e pode ser utilizado como objeto de jogos sociais. Não é em toda e qualquer circunstância que o inconsciente se mostra perigoso, não resta dúvida, mas cada vez que se manifesta uma neurose, é sinal de que há no inconsciente um acúmulo especial de energia, uma espécie de carga, que pode explodir. Aí, todo cuidado é pouco... Para começar, não se sabe que tipo de reação provocamos, quando iniciamos uma análise dos sonhos. Algo de invisível, do interior, pode ser acionado; algo que mais tarde provavelmente teria vindo à tona, de uma forma ou de outra, mas que talvez também nunca se manifestaria. É como se, na perfuração de um poço artesiano, corrêssemos o risco de topar com um vulcão. Na presença de sintomas neuróticos, é preciso proceder com o máximo cuidado. Mas os casos de neurose, nem de longe, são os mais perigosos. Existem pessoas, aparentemente normais, que não apresentam sintomas neuróticos específicos, e que até se vangloriam de sua normalidade (muitas vezes trata-se dos próprios médicos e educadores, exemplos de boa educação), que têm opiniões e hábitos de vida extremamente normais, mas cuja normalidade é por vezes, uma compensação artificial de uma psicose latente / oculta." (Carl Gustav Jung - Psicologia do Inconsciente)

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"Eu sou um símbolo da minha alma." (Jung)

“Mas, se você não tem absolutamente nada para criar, então crie a si mesmo." (Jung)

"O que me impressiona é o fato de que em nossa sociedade a arte se tornou algo que está relacionado apenas aos objetos e não aos indivíduos, ou à vida. Essa arte é algo especializado ou feito por especialistas que são artistas. Mas a vida de todos não poderia se tornar uma obra de arte? Por que a lâmpada ou a casa deveriam ser objetos de arte, mas não a nossa vida?" (Michel Foucault)

Operários, Costureiras e Segunda Classe de Tarsila Amaral

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domingo, 17 de outubro de 2021

(...)

 “A arte é uma espécie de impulso inato que apreende um ser humano e faz dele seu instrumento. O artista não é uma pessoa dotada de livre arbítrio que busca seus próprios fins, mas alguém que permite que a arte realize seu propósito através dele. Como ser humano, ele pode ter humor, vontade e objetivos pessoais, mas como artista, ele é 'homem' em um sentido mais elevado - ele é 'homem coletivo' - aquele que carrega e molda as formas psíquicas inconscientes da humanidade". (Carl Gustav Jung)

                                             imagens: Daniel Gerhartz

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(...)

"Descubra o que a pessoa mais teme, é a partir daí que ela se desenvolverá."


“(...) estamos tão cheios de apreensões, medos, que não sabemos exatamente para o que isso aponta ... uma grande mudança de nossa atitude psicológica é iminente, isso é certo ... precisamos de mais compreensão da natureza do ser humano... porque o único perigo real que existe é o próprio homem ... e não sabemos nada sobre o homem - sua psique deve ser estudada porque somos a origem de todos os males vindouros ... ” (Carl  Gustav Jung)

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

12 de outubro Dia Da Criança

A família de que se fala e a família de que se sofre

'A Grande Mãe e a Criança Divina - E tudo que fazemos contra Elas'
É preciso rever a fundo os dois mitos correlatos: a Grande Mãe e a Eterna Criança. Ambos ligam‑se ao Velho Patriarca (autoritarismo) do modo mais íntimo que se possa imaginar. O Mito – como todos os Mitos – é maravilhoso; tanto mais maravilhoso quanto mais obscura e importante a situação representada por ele, mas, sobretudo e principalmente, tanto maior quanto mais 
descurada na realidade a função que ele representa. O mundo ocidental diz ser cristão. Caridade: amor pessoal de cada um por todos os outros. Mas é fácil ver que esse amor na prática é violentamente negado pela aprovação tácita de todos a favor de uma competição sem quartel, de uma admiração altamente patogênica pelos poderosos - cuja glória  é  proporcional, invariavelmente, ao volume de sangue humano que o Glorioso fez correr e os livros de história consagram como
modelos (e apresentam assim às crianças...). A realidade – a 'moralidade' – do homem ocidental (receio que do oriental também) é: 'Conquiste poder de qualquer modo'. No início há certo risco de ser apanhado, mas depois do sucesso nada mais de mal pode acontecer ao bem‑sucedido. Só podemos odiar ou temer ao amor, pois nada compromete mais as pirâmides de poder. O mundo ocidental é odioso e medroso: não é nada amoroso. Por isso falamos tanto em Cristianismo e amor ao próximoComo sempre, se esse amor existisse mesmo, não seria preciso fazer tanta demagogia a respeito de sua existência ou de seu valor". 
Fonte - José  Ângelo Gaiarsa: A família de que se fala e a família de que se sofre: O livro negro da família, do amor e do sexo)

terça-feira, 5 de outubro de 2021

(...)

“Entretanto, nada é possível sem amor, nem mesmo os processos de alquimia, pois o amor coloca-nos em um estado de ânimo para arriscar tudo e não reter elementos importantes.” 
(...) “Era uma vez, havia em algum lugar uma Flor, uma Pedra, um Cristal, uma Rainha, um Rei, um Palácio, um Amante e a Amada, e isso foi há muito tempo, em uma ilha em algum ponto do oceano... Tal é o amor, a flor mística da Alma... esse é o centro, o eu... Ninguém entende o que eu quero dizer, só um poeta poderia começar a entender.”  ❤ 
(Do livro de Miguel Serrano “Entrevistas e Encontros” em queo autor entrevistou Jung em 1959, deste encontro resultou esses dois parágrafos que mostram a essência de Jung. Serrano também é autor de livro que fala da relação de amizade e terapêutica, de Jung com Herman Hesse autor de “Lobo da estepe”, “Sidarta”, "Demian".)

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Primavera Chegando


"Só viver não é suficiente ... é preciso ter sol, liberdade e um pouco de flor." (H. Christian Andersen)
"Ela usava flores no cabelo e carregava segredos mágicos nos olhos." (Arundhati Roy)

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

(...)

“Se a exigência de autoconhecimento for desejada pelo destino e for recusada, essa atitude negativa pode terminar em morte real. A demanda não teria chegado a essa pessoa se ela ainda tivesse sido capaz de seguir por algum caminho promissor.

 (...) mas ele está preso em um beco sem saída do qual apenas o autoconhecimento pode livrá-lo. Se ele recusar, então nenhum outro caminho ficará aberto para ele. Normalmente, ele também não está consciente de sua situação, e quanto mais inconsciente ele está, mais ele está à mercê de perigos imprevistos: ele não consegue sair do caminho de um carro com rapidez suficiente, ao escalar uma montanha ele perde seu ponto de apoio em algum lugar, esquiando, ele pensa que pode passar por uma ladeira complicada e, doente, perde a vontade de viver.  O inconsciente tem mil maneiras de extinguir uma existência sem sentido com uma rapidez surpreendente.” (Jung)

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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

(...)

 “Tudo o que estava por vir já estava em imagens: para encontrar sua alma, os homens primitivos foram para o deserto. Esta é uma imagem. Os antigos viviam seus símbolos, já que o mundo ainda não havia se tornado real para eles.
Lá eles encontraram a abundância de visões, os frutos do deserto, as flores maravilhosas da alma. Assim, eles entraram na solidão do deserto para nos ensinar que o lugar da alma é um deserto solitário. Pense diligentemente nas imagens que os antigos deixaram para trás. Eles mostram o caminho do que está por vir. Olhe para trás, para o colapso dos impérios, crescimento e morte, do deserto e dos mosteiros, são as imagens do que está por vir. Tudo foi predito. Mas quem sabe interpretá-lo? Observe o que os antigos disseram em imagens: as palavras são um ato criativo. Os antigos diziam:
no princípio era a Palavra. Considere isso e pense sobre isso. As palavras que oscilam entre absurdo e significado supremo são as mais antigas e verdadeiras.”  
(CG Jung, O Livro Vermelho: Liber Novus)

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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Hitler e o Rebanho

O crítico de arte judeu-húngaro Eugen Kolb perguntou a Jung, em 1945, como poderia a psiquiatria classificar o “paciente” Hitler. 


A resposta de Jung:
"Hitler era um histérico. Mais precisamente, sofria de pseudologia fantástica, também conhecida como mitomania. Hitler era um mentiroso patológico, apaixonado por suas próprias ideias. 
'Acreditava' que suas ações eram benéficas para a humanidade, ou ao menos para a sua nação e partido. Jamais consideraria seus objetivos como fruto do egoísmo.
Não é fácil, para a maioria das pessoas, reconhecer esse tipo de psicopatia. Hitler parecia absolutamente convicto, contagiando muitos dos seus contemporâneos. Pelo contágio psíquico muitos foram enganados. Verificou-se uma epidemia psíquica que atuou como uma avalanche na Alemanha e em outros países.
Vale ressaltar que esse contágio psíquico funcionou porque existia em muitas pessoas um desejo secreto a realizar. Hitler de algum modo captou o complexo de inferioridade e os sonhos secretos (compensatórios) de poder daqueles que influenciava. Reuniu, assim, um exército de desajustados sociais, ressentidos, psicopatas e criminosos. Exército do qual ele também fazia parte.
Conseguiu engajar igualmente um grande número de pessoas normais, mas profundamente ingênuas. Pessoas que sempre se consideram inocentes, mas na verdade são inconscientes e muito influenciáveis.
Ocorreu um fenômeno de rebanho, envolvendo imensas parcelas da população. 
Como poderíamos prevenir ou tratar essa patologia? A solução é educar para uma consciência mais plena, evitando a formação de rebanho e a consequente manipulação desse rebanho".
(Jung, C. G. The Collected Works of C. G. Jung. London: Routledge and Kegan Paul, 1968)

domingo, 8 de agosto de 2021

The Father

Como Anne lida com o luto pela perda de seu pai, enquanto ele ainda vive e respira diante dela?

Anthony tem 80 anos, é travesso, vive desafiadoramente sozinho e rejeita os cuidadores que sua filha, Anne, apresenta de forma encorajadora. No entanto, a ajuda também está se tornando uma necessidade para Anne; ela não pode mais fazer visitas diárias e o controle de Anthony sobre a realidade está se desfazendo. À medida que experimentamos a vazante e o fluxo de sua memória, a quanto de sua própria identidade e passado Anthony pode se apegar? 

*O que você está fazendo aqui?

*Você não pode continuar se comportando assim.

*Eu não preciso dela, não preciso de ninguém.

*Perdoe-me por respirar.

*Por que você continua olhando como se algo estivesse errado. Está tudo bem, Anne.

*Eu vou ter que me mudar, pai. Vou ter que sair de Londres.

*O que vai ser de mim?

*Paris? Eles nem falam inglês lá.

*Quem é Você? O que você está fazendo aqui? O que você está fazendo no meu apartamento?

*Seu pai não está se sentindo muito bem, acho que gostaria de ver você.

*Às vezes me pergunto se você está fazendo isso deliberadamente.

*Tivemos que cancelar nosso feriado e trazê-lo aqui. Por que você diz coisas assim na frente dele?

*Deixe-me ser absolutamente claro, não vou sair do meu apartamento.

*Você não pode imaginar como é difícil às vezes.

*Outro dia ele nem me reconheceu.

*Ele é capaz de reagir inesperadamente.

*Minha filha tem tendência a se repetir. Acho que deve ser uma coisa da idade.

*Eu vou sobreviver a você.

*Ela se recusa a ouvir. Não preciso da ajuda de ninguém e não vou sair do meu apartamento.

*Quem sou exatamente?

*Catherine: Você? Você é Anthony.

*Anthony: Eu sinto que estou ... Eu sinto que estou perdendo todas as minhas folhas, os galhos, o vento e a chuva. Eu nem sei mais o que está acontecendo. Você sabe o que está acontecendo?

*Catherine: Vamos nos vestir e depois vamos dar um passeio no parque, ok? *Anthony: Sim.

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terça-feira, 27 de julho de 2021

(...)

Intuição (l. intueri, 'olhar para dentro', 'alerta psíquico' inconsciente). Intuição é uma compreensão imediata ou saber algo sem raciocinar. É como um sussurro do anjo no ouvido, já dizia o poeta. Exemplo: o amor à primeira vista.

"Eu considero a intuição uma função psicológica básica. 

É a função que medeia as percepções de forma inconsciente. Tudo, sejam objetos externos ou internos ou seus relacionamentos, podem ser o foco dessa percepção.

A peculiaridade da intuição é que não é nem percepção sensorial, nem sentimento, nem inferência intelectual, embora também possa aparecer nessas formas.

Na intuição, um conteúdo se apresenta inteiro e completo, sem que possamos explicar ou descobrir como esse conteúdo veio à existência. A intuição é uma espécie de apreensão instintiva, não importa o conteúdo.

Como a sensação, é uma função irracional da percepção.

Tal como acontece com a sensação, seu conteúdo tem o caráter de ser 'dado' em contraste com o caráter 'derivado' ou 'produzido' de conteúdos de pensamento e sentimento. 

O conhecimento intuitivo possui uma certeza e uma convicção intrínsecas, que permitiram a Spinoza (e Bergson) defender a scientia intuitiva como a forma mais elevada de conhecimento.

A intuição compartilha esta qualidade com a sensação, cuja certeza repousa em sua base física.

A certeza da intuição repousa sobre um estado definido de “alerta” psíquico de cuja origem o sujeito é inconsciente." (CG Jung)

Ψ Fatima Vieira - Psicóloga Clínica                                                      http://fatimavieira.psc.br/

         

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Ψ Happy Birthday Carl Jung! 26.07.1875

  Ψ Fatima Vieira - Psicóloga Clínica                                                      http://fatimavieira.psc.br/

         

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Ψ Sincronicidade: Mensagens significativas do Universo

 "(...) os eventos sincronísticos quase sempre acompanham as fases cruciais do processo de individuação. Mas muitas vezes eles passam despercebidos, porque o indivíduo não aprendeu a observar tais coincidências e a torná-las significativas em relação ao simbolismo de seus sonhos."  (CG Jung, O Homem e Seus Símbolos)

*Individuação: É um processo através do qual o ser humano evolui de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implica uma ampliação da consciência. 

*Uma pessoa torna-se inteira, indivisível e distinta de outras pessoas ou do coletivo. 

*Através desse processo, o indivíduo identifica-se menos com as condutas e valores incentivados pelo ambiente no qual se encontra e mais com as orientações emanadas do Si-mesmo, a totalidade. 

*Jung entende que atingir essa totalidade deveria ser a meta do desenvolvimento da psique, e que eventuais resistências em permitir o desenrolar natural do processo de individuação é uma das causas do sofrimento e da doença psíquica.

*Um dos passos necessários para a individuação seria a assimilação das quatro funções (sensação, pensamento, intuição e sentimento), conceitos definidos por Jung em sua teoria dos tipos psicológicos. 

*Em seus estudos sobre a alquimia, Jung identificou a meta da individuação como sendo equivalente à "Opus Magna", ou "Grande Obra" dos alquimistas. 

*Sincronicidade: O termo sincronicidade deriva das raízes gregas syn (com, que implica a ideia de reunião) e khronos (agora, reunião no tempo, simultaneidade). 

*O termo foi utilizado por Jung pela primeira vez em publicações científicas em 1929.

*Jung, em particular, define a sincronicidade desta maneira: eventos sincrônicos são baseados na simultaneidade de dois estados mentais diferentes. O fenômeno resultante é o resultado de dois fatores.

*Referida por Jung  como "coincidência significativa".

*A sincronicidade difere da coincidência, pois não implica somente na aleatoriedade das circunstâncias, mas sim num padrão subjacente ou dinâmico que é expresso através de eventos ou relações significativos.

*Acredita-se que a sincronicidade é reveladora e necessita de uma compreensão, e essa compreensão poderia surgir espontaneamente, sem nenhum raciocínio lógico. A esse tipo de compreensão instantânea Jung dava o nome de "insight".

*Foi este princípio que uniu o médico psiquiatra Jung ao físico Wolfgang Pauli, dando início às pesquisas interdisciplinares em Física e Psicologia. 

*De acordo com o pensamento taoísta, budista e confucionista, todo o Cosmos está perpetuamente em movimento, cada partícula se deslocando em relação a todas as outras, tudo sincronizado no tempo e no espaço.

*Para os antigos chineses, era simplesmente fato que existiam correspondências entre nossas vidas individuais e a grande extensão do universo em qualquer momento.

*Basta prestar atenção ao significado oculto nos fios dos eventos sincrônicos que nos abre para presentes inesperados que podemos notar, podemos confiar, podemos escolher usar.

Ψ Fatima Vieira - Psicóloga Clínica

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segunda-feira, 28 de junho de 2021

UFSC - LGBTQIAPN+ 'Mais do que letras, pessoas'

 

28 de junho dia do Orgulho LGBTQIAPN+, a campanha 'Mais do que letras, pessoas' promovida pela UFSC, por meio da Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento de Violência de Gênero (CDGEN) da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades - SAAD /UFSC, aproxima o público do glossário da diversidade ao mesmo tempo em que divulga o site diversifica.ufsc.br, onde serão reunidas informações sobre iniciativas institucionais de promoção da diversidade no ambiente universitário, bem como materiais educativos sobre o tema.










Ψ Fatima Vieira - Psicóloga Clínica
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segunda-feira, 14 de junho de 2021

Ψ SINTOMA: A palavra que Faz-Sina através da fala enigmática do inconsciente

                                                    Eric Enstrom
"Com a palavra dirige-se o homem às Divindades.
Pede-se, suplica-se, agradece-se; abençoa-se, amaldiçoa-se, satiriza-se e pragueja-se!
 Com a palavra dominam-se forças ocultas ou apoderam-se delas! Com a palavra curam-se as doenças, desfazem-se os malefícios  e as pragas.
Com as palavras sagram-se as coisas e evitam-se as profanas!
Com a palavra respeitam-se, veneram-se, divinizam-se os homens, cidades e coisas.
Com a palavra predizem-se os fatos vindouros.
Com a palavra tem-se o mundo nas mãos!
(GUÉRIOS, R.F.M. - A Magia da Palavra - 1953)

*Na prática psicoterapêutica o sintoma  é visto como receptáculo, depositário  simbólico dos efeitos da palavra.. Será que este corpo que esvanece, contorce, goza, que sofre os efeitos 'gozomórficos' da palavra, não seria ele próprio efeito de uma ética oral? Discursiva?

*Psicoterapeuta e Paciente: Um discurso que se articula. A palavra como transferência... consistência do discurso psicoterapêutico. Lacan refere: "0 sintoma não pode ser interpretado diretamente. Faz-se necessária a transferência, ou seja, a introdução do outro". 

*Assim o  sintoma pode "falar", desmetaforizar-se, possibilitando o desdobramento da cadeia significante onde o sujeito se apresenta... nesses hiatos que a sua verdade aparece.    

 *Amarrado ao inconsciente, o sintoma pede interpretação. 

  


*Desde Freud, o sintoma é considerado como o rechaço do desejo. Contudo, esse rechaço fracassa,  é por isso que o desejo não cessa de retornar, aparecendo na consciência de forma mascarada, desfigurada.

(...) O sujeito que vem para a Psicoterapia se coloca na posição do suposto saber: aquele que ignora. E nesta paixão de ignorar, o sujeito supõe um saber no outro. Saber transferido de modo suposto analista, ANALISTA = SUJEITO SUPOSTO SABER.

*Pode-se dizer: ao paciente se lhe impõe falar até que o silêncio se lhe imponha. Ao analista calar-escutar, até que a palavra se lhe imponha e então ele interpreta. 

*Na perspectiva de Charcot a histeria era um olhar que fechava o conjunto do saber sobre si mesmo. Não eram necessárias interrogações, já que não havia nada além dessa tela que revelasse tudo o que era visível. Quadro sereno, sem mistérios. Nada mais restava concluir a não ser que o olhar do hipnotizador só se encontra a si mesmo e que a histeria era uma hipnose natural e os sintomas histéricos, sugestões naturais.

*Freud ficou fascinado pelo método de Charcot, e as histéricas da Salpêtrière e seus enigmas instalados no corpo, os sintomas. 

*Porém, abandona a sugestão hipnótica e começa a ouvir o discurso da histérica.

*A descoberta freudiana consiste em demonstrar que o inconsciente fala e que por isso mesmo só há que escutá-lo. E Lacan vai construir o seu clássico aforismo: "0 inconsciente é estruturado como uma linguagem". 

*Freud pôde escutar um desejo à ser interpretado... virada decisiva, foi aí que surgiu a 'Cura pela Fala', a  'clinica da escuta'. A palavra, em seu estrito aspecto significante, se impõe em posição predominante, torna-se instrumento essencial para o tratamento psíquico. Esta virada é decisiva. É a descoberta da psicanálise. 

*O grito ligado à dor e a imitação ligada ao som ouvido são os primeiros passos da língua.

*O grito já é língua? Na concepção de Freud, só lhe falta um significante determinado, é o resultado de uma associação entre uma lembrança penosa e um objeto um objeto hostil.

*A distância entre o percebido e a correspondência com este percebido... a imagem vista no espelho pela criança - seis meses e a impossibilidade motora de lhe corresponder.

*A língua existiria para a criança mas, impedida pelo corpo, ela não pode ainda percorrê-la dos seus desejos e deveria contentar-se de gritos ou de sorrisos.


Fonte: BREUER, FREUD, S. Études sur l'histérie - 1973, Paris.

Freud - LacanIANOS2 

Seminário: Gozo- Desejo-Prazer, Lacan

Escola Freudiana de São Paulo - cortez editores

ESTRUTURA E LIMITES DO DISCURSO ANALÍTICO E SUA TRANSMISSÃO (Alduizio Moreira de Souza)

Fatima Vieira - Psicóloga Clínica
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quinta-feira, 10 de junho de 2021

enquanto isso, na terra da avestruz

      Júlio Plaza: página de poética política 

              

         André Vallias - enquanto isso na terra da avestruz

 Augusto de Campos 

FORA CLORONARO (bolsograma 3)

Augusto de Campos
 contrapoema sobre o verbo ir