terça-feira, 30 de março de 2021

"Espero estar à altura" (Contardo Calligaris)

                         Contardo Luigi Calligaris (Milão, 02.06.1948 ― São Paulo, 30.03. 2021)

Morreu, na tarde desta terça-feira (30), o psicanalista e escritor Contardo Calligaris. Italiano radicado no Brasil desde o fim da década de 1980, Contardo, 72 anos  se tratava de um câncer. A morte foi confirmada pelo filho Max Calligaris, em uma rede social. Um dos seus maiores sucessos como escritor foi Cartas a um jovem terapeuta: Reflexões para psicoterapeutas, aspirantes e curiosos, lançado em 2009 e relançado em 2019 pela Planeta em edição revista e ampliada. Além dos livros sobre psicanálise, Contardo se lançou na ficção em 2008, com 'O conto do amor' (Companhia das Letras), protagonizado por Calo Antonini, uma espécie de alter ego do psicanalista. Antonini reaparece em A mulher de vermelho, de 2011, também publicado pela Companhia das Letras. Os dois livros serviram de inspiração para a série Psi (HBO), dirigida por Max. (PUBLISHNEWS, REDAÇÃO, 30/03/2021)

'Não existem pequenos problemas' - Dizia Calligaris – qualquer coisa poderia se tornar um conflito diário com o qual a pessoa não consegue viver. Para ele, ninguém deveria de ter medo de dizer isso ao terapeuta. 

http://fatimavieira.psc.br/

sábado, 6 de março de 2021

Dia Internacional da Mulher - 8 de março

Andrew Atroshenko

"Ela é intuição, ela é vidente, ela é uma ouvinte atenta, ela é um coração leal. Ela encoraja os humanos, enamorados e poetas a permanecerem fluentes nas línguas dos sonhos, paixão e poesia, como uma musa, uma deusa ela sussurra em sonhos noturnos. Ela por vezes está perdida e meio esquecida... mas ela é a fonte, a luz, a noite, a escuridão e o amanhecer.” 

(...) ela quer permanecer saudável e forte... em muitas mulheres, há uma "faminta" por dentro. Mas em vez de querer ter um determinado tamanho, forma ou altura, em vez de ter fome de se encaixar no estereótipo, as mulheres têm fome de consideração básica da cultura que as cerca. 

O 'faminto' interno deseja ser tratado com respeito, ser aceito e, ser atendido sem estereótipos... Quando uma criatura é exposta à violência por muitas gerações, ela tende a se adaptar a essa perturbação, de modo que, quando a violência cessa ou a criatura tem permissão para sua liberdade, o instinto saudável de fugir é enormemente diminuído, e ela permanece apática, inerte ...

(...) porém o corpo sabe, osso por osso, cabelo por cabelo... 

o corpo sabe, a memória está alojada em imagens e sentimentos nas próprias células... o corpo livre da mulher selvagem reinvidicará a sua liberdade. Como uma esponja cheia de água, em qualquer lugar que a carne seja pressionada, torcida ou mesmo tocada levemente, uma memória pode fluir como um riacho...

(...) Seu corpo fala por meio de sua cor e temperatura, o rubor do reconhecimento, o brilho do amor, o brilho da dor, o calor da excitação, a frieza da não convicção. Ele fala por meio de sua dança minúscula constante, às vezes oscilando, às vezes agitada, às vezes trêmula. Ele fala por meio do salto do coração, da queda do espírito, do abismo no centro e da esperança crescente... 

“Eu espero que você saia e conte as suas histórias, isto é vida, ...e que você trabalhe com essas histórias de sua vida - não a vida de outra pessoa - regue-as com seu sangue e lágrimas e seu riso até que você mesma floresça. Esse é o trabalho. O único trabalho.”

Clarissa Pinkola Estés, Mulheres que Correm com os Lobos: Mitos e Histórias do Arquétipo da Mulher Selvagem