sexta-feira, 17 de julho de 2020

Ψ O Arquétipo Anima: Sua Integração Requer o Equilíbrio entre o Intelecto e o Instinto

“Todo homem carrega dentro de si a imagem eterna da mulher, não a imagem desta ou daquela mulher em particular, mas uma imagem feminina definida. A imagem é fundamentalmente inconsciente, um fator hereditário de origem primordial gravado no sistema orgânico vivo do homem, uma impressão ou "arquétipo" de todas as experiências ancestrais da mulher, um depósito, por assim dizer, de todas as impressões já feitas pela mulher, um sistema herdado de adaptação psíquica. Mesmo que nenhuma mulher existisse, ainda seria possível, a qualquer momento, deduzir dessa imagem inconsciente exatamente como uma mulher teria que ser constituída psiquicamente.” (C.G Jung)

*Na versão clássica da psicologia junguiana, o Anima é o outro interno do homem ... se  você é fisicamente um homem, terá uma Anima interna, uma imagem feminina que guia e molda a maneira como você se relaciona com as mulheres e o mundo em geral. 
*Essa imagem feminina é inconsciente e tem suas raízes no relacionamento que o homem teve com a mãe. 
*A experiência de um homem sobre sua mãe pessoal coloca a carne no arquétipo inato da Anima e ambos definem sua atitude em relação às mulheres e o funcionamento de seu princípio feminino interno. 
*Na psicologia junguiana, o primeiro passo para uma existência saudável passa pelo processo da individuação e depois devemos integrar a sombra e então resolver a integração do Anima/ Animus.
*Assim como no Animus, o Anima é a ponte para o inconsciente e o roteiro para esse reino inconsciente está dentro da função inferior do homem. 
*O objetivo final dessa jornada é a individuação, que é a expressão mais autêntica e completa de um indivíduo.
*A integração do Anima e do Animus é um aspecto vital dessa jornada.
*O Anima representa o aspecto divino do ser humano. 
*Ela é uma deusa que impregna tudo com numinosidade e mistério
*O ser humano tenta trazer o divino para o reino da realidade e, assim, reduzir o mistério ao banal.
*Essa tentativa de roubar a Anima de sua divindade é evidente na cultura ocidental, onde o feminino é reduzido à sexualidade básica e grosseira.
*A Anima caiu no inconsciente, especialmente em certas culturas, onde o feminino idealizado é projetado na imagem santa e o aspecto sombrio é projetado nas mulheres que fascinam e capturam as paixões de um homem, que então lhe concede o status de bruxa porque ele se sente como se tivesse sido enfeitiçado.
*O perigo da posse da Anima é quando o homem assume uma atitude média, relutante e indiferenciada. 
*Sua atitude em relação ao risco é evitá-lo, porque ele simplesmente não acredita que tudo o que empreenda será bem-sucedido. 
*Essa desesperança se opõe ao herói interior. 
*Como o Anima é um arquétipo, perceber que o Anima instintivamente liberará emoções avassaladoras. 
*É por isso que o homem deve desenvolver sua função inferior, para impedir que a Anima o possua. 
*Para resgatar a Anima, ela deve revelar sua natureza divina.

Posse de Anima: 
*Quando Anima de um homem não está integrada, causa estragos em sua vida.
*O homem possuído pela Anima é um covarde que não sabe quando ou como agir no mundo. 
*Ele é mal-humorado e faz birras como uma criança. 
*Embora muito passivo, ele exagera totalmente em determinadas situações a  ser desonesto e viver de confrontos. 
*Ele não é apropriado em suas ações, ou está paralisado e não consegue encontrar energia para fazer o que precisa ser feito, ou entra em ação quando deveria pensar primeiro.
*Ele geralmente está em um relacionamento como um cão de caça Animus, que sabe tudo e toma todas as decisões no relacionamento.
*O homem possuído pela Anima está preso em um destino que seus padrões repetitivos escolhem para ele. 
*O Anima gira um casulo de fantasias e ilusões. 
*Ele repete a mesma dinâmica, namora o mesmo tipo de mulher e experimenta a mesma resistência no mundo repetidas vezes...
*Qualquer experiência numinosa que ele tenha, ela ataca rapidamente e ele fica com a sensação de que ele experimentou “nada além de…” 
*Anima é uma mestre em criar dúvidas e ele, indeciso se vê sempre duvidando de suas opções e escolhas. 
*Ele se perde nas contemplações e no pensamento, e é isso que o impede de agir. 
*À noite, ele sonha com seu Anima, ela aparece em seus sonhos como um monstro, atacando-o, ameaçando-o e dispensando-o.
*Anima ataca a função inferior do homem e, para explicar isso, preciso desviar rapidamente para a Tipologia: No modelo de tipo de personalidade de Jung, cada pessoa tem quatro funções, a saber: Pensamento, Sentimento, Intuição e Sensação
*Essas quatro funções identificam o modo como você se relaciona e recebem informações do mundo externo. Um indivíduo sempre favorecerá um dos quatro como sua função superior. 
*Para explicar isso, siga o exemplo de querer comprar um carro novo. Um tipo de pensamento analisará o desempenho, o consumo de combustível, a negociação do plano do motor ...
*Um tipo de sentimento avaliará qual veículo é mais adequado para seus propósitos.
*Um intuitivo selecionará o veículo que ele “sabe” que é certo para ele. 
*Um sensato escolherá um veículo que seja ótimo para dirigir e esteja na cor certa. 
*Agora, se você é do tipo Pensamento, sua função inferior (oposta e subdesenvolvida) seria Sentir (e vice-versa). 
*Se você é um Intuitivo, sua função inferior seria Sensação (e vice-versa). 

*Voltando ao Anima, ela sempre ataca o homem em sua função inferior
*Então, homens do tipo pensamento, normalmente, seus sentimentos serão pouco desenvolvidos e aqui a Anima assume o controle. 
*Ela toca suas emoções como um violino. 
*Ele é mal-humorado, faz birras e fica muito chateado. 
*Quando ele tem os raros momentos de felicidade e alegria e se diverte, ela rapidamente lança dúvidas e destrói a experiência dele. 
*Geralmente, esse homem, cuja função inferior (sentimento) o tropeça o tempo todo, experimenta suas emoções e experiências místicas numinosas como uma desvantagem. 
*Ele se vê desiludido com seus sentimentos e muitas vezes tenta escapar para o reino dos pensamentos, mas isso não ajuda em nada a sua causa. 
*Ele tem medo de confiar em seus sentimentos e, consequentemente, causa uma bagunça completa em sua vida.

Integrando Anima 
*Anima representa o aspecto divino do ser humano. 
*Ela é uma deusa que impregna tudo com numinosidade e mistério. 
*O ser humano tenta trazer o divino para o reino da realidade e, assim, reduzir o mistério ao banal. 
*Essa tentativa de roubar a Anima de sua divindade é evidente na cultura ocidental, onde o feminino é reduzido à sexualidade básica e grosseira.
*O perigo da posse da Anima é quando o homem assume uma atitude média, relutante e indiferenciada. 
*Sua atitude em relação ao risco é evitá-lo, porque ele simplesmente não acredita que tudo o que empreenda será bem-sucedido. 
*Essa desesperança se opõe ao herói interior. 
*Como Anima é um arquétipo, perceber que Anima instintivamente liberará emoções avassaladoras. 
*É por isso que o homem deve desenvolver sua função inferior, para impedir que a Anima o possua. 
*Para resgatar a Anima, ele deve revelar sua natureza divina.

Aqui estão algumas diretrizes para lidar com o Anima disfuncional.
*Um dos principais problemas com a Anima é que ela fica fora do horário de trabalho.
*Isso resulta em homens que agem de forma inadequada para a idade. 
*São homens velhos infantis ou jovens sábios.
*Essa questão relacionada ao tempo afeta o julgamento do homem em relação à ação.
*Ou ele exagera totalmente em assuntos pequenos ou não age quando precisa em assuntos importantes. 

Isso deve ser combatido da seguinte maneira
*Quando o homem está irritado, emocional e tem uma urgência de reagir naquele momento, deve esperar e adiar sua resposta à situação em questão. 
*Dormir sobre o problema, faz maravilhas, e uma nova perspectiva surgirá. 
*Esse homem se meteu em muitas situações indesejáveis ​​por causa dessa necessidade de reagir imediatamente e alguma perspectiva sobre a situação permitirá que ele não caia na armadilha de repetir inconscientemente sua dinâmica neurótica.
*Anima cria uma urgência para enviar o e-mail, confrontar a pessoa, telefonar imediatamente. 
*Esse impulso deve ser resistido para mudar a Anima no inconsciente. 
*Atrase a excitação, adie a ação, e ela perderá sua urgência e o homem se cansará dela.
*Com o tempo e a prática, o homem poderá entrar na situação conscientemente, sem cair na emoção. 
*Uma vez que ele consiga manter os opostos em consciência, não se comprometer com nenhuma ação, ele será capaz de integrar sua Anima. 
*Essa luta é a batalha pela responsabilidade moral, a busca de luz e significado.

 Quando Anima reage lentamente:
*Quando o homem se vê perdido na ambiguidade e sem saber o que fazer, ele precisa agir. 
*A Anima é especialista em implantar dúvidas. 
*Ele deve entrar na vida para sair dessa armadilha. 
*Ele precisa agir de alguma maneira. 
*Ele deve escapar do padrão repetitivo de se empolgar com as idéias e depois discuti-lo até a morte, até que esteja totalmente sem inspiração.
*Ele precisa desenvolver uma consciência disciplinada para soluções e orientações. 
*A atitude correta é aceitar que isso pode não funcionar ou que possivelmente não é a coisa certa a se fazer, mas agir de qualquer maneira. 
*É preciso agir com base no conhecimento e compreensão disponíveis naquele momento.
*Superar a Anima é experimentar a realidade e o desconhecido, sem falar sobre isso.

Desenvolvendo a função inferior:
*A integração da Anima requer o equilíbrio entre o intelecto e o instinto. 
*Também não se deve sacrificar o intelecto pela Anima, porque isso também desenvolverá um relacionamento desequilibrado com a Anima. 
*Qualquer que seja a função inferior, o homem deve envolvê-la com bravura e entrar nela lentamente. 
*Ele não deve usar a função inferior para governar seu domínio externo, mas usá-lo no domínio interno. 
*Enquanto ele tentar usar sua função de sentimento no reino externo, ele será pesado, lento, e inarticulado. 
*Mas se ele ativar sua função de sentimento interiormente e se permitir sentir, não importa quão tolo ou infantil, ele desenvolverá lentamente sua função de sentimento. 
*Essa capacidade de pensar ingenuamente, sem regras, permite que a libido (energia) avance e reenergize a psique.

Fonte: Von Franz, M L (2002). Animus e anima em contos de fadas. 
  -  https://appliedjung.com/anima-possession/

http://fatimavieira.psc.br/

Um comentário:

Ana Regiane Ivanski disse...

Olá
Um texto muito interessante! Obrigada por dividir :)
bjs
Regiane