terça-feira, 30 de agosto de 2022

(...) se alguém tenta além de sua capacidade de ser perfeito, a sombra desce ao inferno e se torna o diabo.”(Jung)

“Quando alguém tenta desesperadamente ser bom, maravilhoso e perfeito, tanto mais a sombra desenvolve uma vontade definida de ser má e destrutiva... As pessoas não podem ver isso; eles estão sempre se esforçando para serem maravilhosos, e então descobrem que acontecem coisas terríveis e destrutivas que eles não podem entender, e negam que tais fatos tenham algo a ver com eles, ou se eles os admitem, eles os tomam por aflições naturais, ou tentam minimizá-los e transferir a responsabilidade para outro lugar. (Carl G. Jung, Visões: Notas do Seminário/ 1930-1934)

“Estamos convencidos de que certas pessoas possuem todos os defeitos que não encontramos em nós mesmos, ou de que se entregam a todos os vícios que naturalmente nunca seriam os nossos. Devemos ter o máximo cuidado para não projetar despudoradamente nossa própria sombra, pois ainda hoje nos encontramos como que inundados de ilusões projetadas. Se quisermos imaginar uma pessoa bastante corajosa para se desvencilhar de todas essas projeções, devemos pensar, em primeiro lugar, num indivíduo que tenha consciência de possuir uma sombra considerável. Tal homem sobrecarregou-se de novos problemas e conflitos. Converteu-se numa séria tarefa para si mesmo, porque já não pode mais dizer que são os outros que fazem tal ou tal coisa, nem que são eles os culpados e que é preciso combatê -los. Vive na ‘casa do autoconhecimento’, da concentração interior. Seja qual for a coisa que ande mal no mundo, este homem sabe que o mesmo acontece dentro dele, e se aprender a arranjar-se com a própria sombra, já teria feito alguma coisa pelo mundo. Terá conseguido dar resposta pelo menos a uma parte ínfima dos enormes problemas que se colocam no presente, boa parte dos quais apresenta tantas dificuldades pelo fato de se acharem como que envenenados por projeções recíprocas. E como poderá ver claramente, quem não se vê a si mesmo, nem às obscuridades que inconscientemente impregnam todas as suas ações?” (C.G.Jung)

Ψ Fatima Vieira - Psicóloga Clínica 




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