Ψ NA ATIVIDADE CEREBRAL
- O Sistema Imunológico afeta o cérebro e a conduta, sobretudo devido aos efeitos imunes das citocinas no Sistema Nervoso Central (Ransohoff).
Ainda que as citocinas sejam moléculas relativamente grandes, particularmente a chamada Interleucina-1 (IL-1), elas podem cruzar a barreira hemato-encefálica.
Essa IL-1 também é produzida no cérebro, não só pela microglia, que são os macrófagos residentes no Sistema Nervoso Central, senão também pelos astrócitos. A IL-1 periférica pode afetar o cérebro, incluindo a produção de citocinas através do estimulo de fibras aferentes de nervo vago.
- Existem receptores de citocinas no cérebro, incluindo para a IL-1, IL-8 e Interferon, ambos nas células gliais e nos neurônios. As citocinas têm importante papel no desenvolvimento e regeneração dos oligodendrócitos na produção de mielina. As citocinas também são ligadas ao desenvolvimento da esclerose, dos gliomas, das demências associadas ao HIV, das lesões no cérebro e, provavelmente, da *doença de Alzheimer.
- As citocinas pró-inflamatórias, particularmente IL-1 e o Fator de Necrose Tumoral (FNT) são responsáveis pela ocorrência da febre, do sono, da anorexia e da fatiga na doença. Daí, talvez, a grande prostração que pacientes dessas doenças experimentam.
- O uso terapêutico de citocinas, particularmente do Interferon, pode produzir sintomas psiquiátricos, tais como psicopatias e estados alterados de ânimo, tipo afetivo ou ansioso. O estado de ânimo depressivo, com desesperança e desamparo é associado ao declive rápido de e Células T-CD4. As relações entre o cérebro e a conduta se ilustram bem pela investigação substancial da influência de fatores psicossociais no curso da *AIDS (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida).
NO ESTRESSE
- Os experimentos relacionando imunidade e estresse em animais foram, sem dúvida, a porta de entrada para a Psiconeuroimunologia. Eles datam da década de 1930 e foram iniciados pelo canadense Hans Selye. Esse tema de investigação científica dispõe, portanto, de uma muito extensa bibliografia.
- Tipo de estresse, duração e intensidade do estímulo aversivo, administração de antígenos, etc, são todos temas muito relevantes para a Psiconeuroimunologia.
- O fato de o apoio social ser um importantíssimo modificador dos efeitos deletérios do estresse em experiências com primatas pode sugerir a importância do apoio ambiental na saúde da pessoa estressada. Quando o tipo de resposta do indivíduo ao estresse se caracteriza por uma postura de derrota e pessimismo, o Sistema Imunológico corre sérios riscos.
- O estresse agudo em humanos, cuja fisiologia é semelhante às reações de luta que se vê no reino animal, geralmente aumenta o numero e a atividade das Células NK. Porém isso só ocorre numa primeira fase dessa atitude de defesa (Coe, 1987 e Nallibof, 1991).
- O estresse da vida cotidiana, principalmente nas situações mais exaustivas, tensas e crônicas, pode afetar uma série elementos imunológicos. Entre essas alterações estão as funções de Células T, a atividade de Células NK, a resposta de anticorpos, a função dos macrófagos, a reativação de vírus latentes (como o Herpes Simples), com severas implicações na saúde global da pessoa (Glaser). As relações entre o estresse e infecções são bastante antigas e, inúmeras vezes, constatados por trabalhos experimentais, alguns bastante rigorosos (Friedmam).
- Segundo Cohem (1991), existe uma grande variedade de vírus intranasais capazes de desenvolver alterações imunológicas, tanto através da produção de anticorpos, quanto de infecções, como uma forma de resposta aos aumentos no grau de tensão psicológica. Cada vez mais trabalhos científicos confirmam efeitos danosos do estresse sobre infecções virais e bacterianas.
- Também os hormônios respondem ao estresse, incluindo a adrenalina, os corticoesteróides e as catecolaminas. Esses hormônios têm variadíssimos efeitos na regulação da resposta imune (Buckingham). Em níveis anormais, altos ou baixos, os hormônios afetam a imunidade.
- A atividade intergrada entre o Hipotálamo, a Hipófise e as glândulas Suprarenais, conhecido por Eixo Hipotálamo-Hipófise-Suprarenal, é ativado por eventos psicológicos, regulando assim a secreção de hormônios produzidos na Hipófise e destinados às Suprarenais, como é o caso da corticotrofina (CRF) e do hormônio adrenocorticotrofico (ACTH). Esses, por sua vez, terão efeitos diretos na imunidade.
- O hormônio do crescimento, também estimulado por eventos psíquicos, pode aumentar as funções dos Linfócitos T e NK em animais de experiência. Os hormônios sexuais também afetam a imunidade. A atividade da Célula NK é mais alta na fase lútea de ciclo menstrual e é também estimulada pelos hormônios da tireóide.
- A Psiconeuroimunologia está, assim, se desenvolvendo a passos largos, colaborando fortemente para apagar o incômodo dualismo ainda presente na medicina, o qual separa hermeticamente a mente do corpo.
- A Psiconeuroimunologia contribui para que os pacientes possam compreender que seu corpo é uma somatória integrada e indissolúvel do mental com o orgânico, influenciado significativamente pela experiência de vida e por sua própria sensibilidade. Finalmente, a Psiconeuroimunologia não só deve contribuir solidamente para a compreensão da fisiopatologia médica como da visão holística da medicina.
Fonte: Ballone GJ, Psiconeuroimunologia, in. PsiqWeb, Internet, 2001, disponível em http://gballone.sites.uol.com.br/psicossomática/psiconeuroimunologia.html
George F. Solomon - Psiconeuroinmunología: sinopsis de su historia, evidencia y consecuencias - 2001, (Psychoneuroimmunology: synopsis of its history, classes of evidence and their implications), disponível em http://www.psiquiatria.com/interpsiquis2001/2713
Ainda que as citocinas sejam moléculas relativamente grandes, particularmente a chamada Interleucina-1 (IL-1), elas podem cruzar a barreira hemato-encefálica.
Essa IL-1 também é produzida no cérebro, não só pela microglia, que são os macrófagos residentes no Sistema Nervoso Central, senão também pelos astrócitos. A IL-1 periférica pode afetar o cérebro, incluindo a produção de citocinas através do estimulo de fibras aferentes de nervo vago.
- Existem receptores de citocinas no cérebro, incluindo para a IL-1, IL-8 e Interferon, ambos nas células gliais e nos neurônios. As citocinas têm importante papel no desenvolvimento e regeneração dos oligodendrócitos na produção de mielina. As citocinas também são ligadas ao desenvolvimento da esclerose, dos gliomas, das demências associadas ao HIV, das lesões no cérebro e, provavelmente, da *doença de Alzheimer.
- As citocinas pró-inflamatórias, particularmente IL-1 e o Fator de Necrose Tumoral (FNT) são responsáveis pela ocorrência da febre, do sono, da anorexia e da fatiga na doença. Daí, talvez, a grande prostração que pacientes dessas doenças experimentam.
- O uso terapêutico de citocinas, particularmente do Interferon, pode produzir sintomas psiquiátricos, tais como psicopatias e estados alterados de ânimo, tipo afetivo ou ansioso. O estado de ânimo depressivo, com desesperança e desamparo é associado ao declive rápido de e Células T-CD4. As relações entre o cérebro e a conduta se ilustram bem pela investigação substancial da influência de fatores psicossociais no curso da *AIDS (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida).
NO ESTRESSE
- Os experimentos relacionando imunidade e estresse em animais foram, sem dúvida, a porta de entrada para a Psiconeuroimunologia. Eles datam da década de 1930 e foram iniciados pelo canadense Hans Selye. Esse tema de investigação científica dispõe, portanto, de uma muito extensa bibliografia.
- Tipo de estresse, duração e intensidade do estímulo aversivo, administração de antígenos, etc, são todos temas muito relevantes para a Psiconeuroimunologia.
- O fato de o apoio social ser um importantíssimo modificador dos efeitos deletérios do estresse em experiências com primatas pode sugerir a importância do apoio ambiental na saúde da pessoa estressada. Quando o tipo de resposta do indivíduo ao estresse se caracteriza por uma postura de derrota e pessimismo, o Sistema Imunológico corre sérios riscos.
- O estresse agudo em humanos, cuja fisiologia é semelhante às reações de luta que se vê no reino animal, geralmente aumenta o numero e a atividade das Células NK. Porém isso só ocorre numa primeira fase dessa atitude de defesa (Coe, 1987 e Nallibof, 1991).
- O estresse da vida cotidiana, principalmente nas situações mais exaustivas, tensas e crônicas, pode afetar uma série elementos imunológicos. Entre essas alterações estão as funções de Células T, a atividade de Células NK, a resposta de anticorpos, a função dos macrófagos, a reativação de vírus latentes (como o Herpes Simples), com severas implicações na saúde global da pessoa (Glaser). As relações entre o estresse e infecções são bastante antigas e, inúmeras vezes, constatados por trabalhos experimentais, alguns bastante rigorosos (Friedmam).
- Segundo Cohem (1991), existe uma grande variedade de vírus intranasais capazes de desenvolver alterações imunológicas, tanto através da produção de anticorpos, quanto de infecções, como uma forma de resposta aos aumentos no grau de tensão psicológica. Cada vez mais trabalhos científicos confirmam efeitos danosos do estresse sobre infecções virais e bacterianas.
- Também os hormônios respondem ao estresse, incluindo a adrenalina, os corticoesteróides e as catecolaminas. Esses hormônios têm variadíssimos efeitos na regulação da resposta imune (Buckingham). Em níveis anormais, altos ou baixos, os hormônios afetam a imunidade.
- A atividade intergrada entre o Hipotálamo, a Hipófise e as glândulas Suprarenais, conhecido por Eixo Hipotálamo-Hipófise-Suprarenal, é ativado por eventos psicológicos, regulando assim a secreção de hormônios produzidos na Hipófise e destinados às Suprarenais, como é o caso da corticotrofina (CRF) e do hormônio adrenocorticotrofico (ACTH). Esses, por sua vez, terão efeitos diretos na imunidade.
- O hormônio do crescimento, também estimulado por eventos psíquicos, pode aumentar as funções dos Linfócitos T e NK em animais de experiência. Os hormônios sexuais também afetam a imunidade. A atividade da Célula NK é mais alta na fase lútea de ciclo menstrual e é também estimulada pelos hormônios da tireóide.
- A Psiconeuroimunologia está, assim, se desenvolvendo a passos largos, colaborando fortemente para apagar o incômodo dualismo ainda presente na medicina, o qual separa hermeticamente a mente do corpo.
- A Psiconeuroimunologia contribui para que os pacientes possam compreender que seu corpo é uma somatória integrada e indissolúvel do mental com o orgânico, influenciado significativamente pela experiência de vida e por sua própria sensibilidade. Finalmente, a Psiconeuroimunologia não só deve contribuir solidamente para a compreensão da fisiopatologia médica como da visão holística da medicina.
Fonte: Ballone GJ, Psiconeuroimunologia, in. PsiqWeb, Internet, 2001, disponível em http://gballone.sites.uol.com.br/psicossomática/psiconeuroimunologia.html
George F. Solomon - Psiconeuroinmunología: sinopsis de su historia, evidencia y consecuencias - 2001, (Psychoneuroimmunology: synopsis of its history, classes of evidence and their implications), disponível em http://www.psiquiatria.com/interpsiquis2001/2713
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)
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