terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ψ Síndrome de 'BURNOUT' - Estresse no Trabalho

Ψ  BURNOUT é uma composição de burn = queima e out = exterior.

- A expressão em inglês, significa aquilo que deixou de funcionar por completa falta de energia, energia totalmente esgotada, metaforicamente, 'aquilo que chegou ao seu limite máximo'.

- Sugerindo que a pessoa com este tipo de estresse consome-se física e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço, logo, a exaustão emocional seria uma das principais dimensões avaliadas no BURNOUT.

Síndrome de 'Burnout' caracteriza-se por:
 1. Esgotamento emocional, com diminuição e perda de recursos emocionais.
  2. Despersonalização ou desumanização, que consiste no desenvolvimento de atitudes negativas, de insensibilidade ou de cinismo para com outras pessoas no trabalho ou no serviço prestado.
  3. Sintomas físicos de estresse, tais como cansaço e mal estar geral.
4. Manifestações emocionais do tipo: falta de realização pessoal, tendências a avaliar o próprio trabalho de forma negativa, vivências de insuficiência profissional, sentimentos de vazio, esgotamento, fracasso, impotência, baixa autoestima.
  5. Irritabilidade, inquietude, dificuldade para a concentração, baixa tolerância à frustração, comportamento paranóides e/ou agressivos para com os clientes, companheiros e para com a própria família.
  6. Manifestações físicas: Como qualquer tipo de estresse, a Síndrome de Burnout pode resultar em Transtornos Psicossomáticos. Estes, normalmente se referem à fadiga crônica, frequentes dores de cabeça, problemas com o sono, úlceras digestivas, hipertensão arterial, taquiarritmias, e desordens gastrintestinais, perda de peso, dores musculares e de coluna, alergias.
7. Manifestações comportamentais: probabilidade de condutas aditivas e evitativas, consumo aumentado de café, álcool, fármacos e drogas ilegais, absenteísmo, baixo rendimento pessoal, distanciamento afetivo dos clientes e companheiros como forma de proteção do ego, aborrecimento constante, atitude cínica, impaciência e irritabilidade, sentimento de onipotência, desorientação, incapacidade de concentração, sentimentos depressivos, freqüentes conflitos interpessoais no ambiente de trabalho e dentro da própria família.

- Estratégias positivas de enfrentamento na estrutura organizacional como REAVALIAÇÕES COGNITIVAS SITUACIONAIS PRÓ- ATIVAS, estiveram associadas positivamente à saúde mental do trabalhador. (Menores índices de exaustão emocional são estratégias negativas como FUGA/ ESQUIVA).

ESTRESSE X ESTRESSORES
- São várias as teorias que tentam definir o ESTRESSE  desde o  modelo  clássico cartesiano onde  há uma cisão MENTE X CORPO, como se fatores estressores que afetam o corpo não afetariam a mente e vice-versa.

- LAZARUS (1966) propõe três modelos sobre ESTRESSE:
1. Baseado na resposta que causa alterações fisiológicas, emocionais e comportamentais do organismo submetido a um estímulo estressor. (Pesquisas constatam que estímulos estressores com ameças e privações exigem do organismo um padrão comportamental mais elaborado do que ele possui em seu repertório para a adaptação ao ambiente).
2. Enfatiza o estímulo com destaque para as características aversivas do ambiente;
3. E interacional que aborda o problema a partir das inter relações entre organismos e estímulos ambientais.

- O Modelo COGNITIVISTA considera as experiências passadas e aprendizagens acumuladas. Nesta abordagem a interpretação dos eventos externos (acidentes, mudanças de chefia, morte de ente querido), ou internos (características pessoais como ansiedade, timidez e crenças sobre si mesmo, bem como distorções cognitivas), é fundamental para a pessoa perceber tais estímulos como ameaçadores, neutros ou benéficos.

 - Sabe-se que o mesmo fator de risco poderá desencadear efeitos comportamentais diferentes considerando as diferenças individuais.

FATORES AMBIENTAIS X ESTRESSE
- Existem estímulos que terão a resposta de estresse vinculada à capacidade física e ao estado geral de saúde do organismo. Exemplo: temperatura extrema, privações diversas (alimentos, água e sono) e traumas físicos. Tais estressores são chamados também de 'BIOGÊNICOS', por estarem relacionados à sobrevivência do organismo.

FATORES COMPORTAMENTAIS X ESTRESSE
- Sabe-se que a história de reforço e punição de comportamentos, bem como o repertório comportamental que o indivíduo possui pode contribuir para o enfrentamento ou esquiva de situações aversivas. Esses padrões de comportamentos, como os comportamentos aprendidos de fuga ou esquiva de situações aversivas fazem parte do repertório filogenético e são influenciados pelas consequências às quais foram associados no passado. ( BAPTISTA, 2003/ CHIMAZU & KOSUGI, 2003).

- A história de vida do indivíduo parece influenciar de maneira significativa a resposta ao estresse, mesmo quando se fala em estressores biogênicos.

- O que é consenso na literatura é o fato de que qualquer estímulo poderá ser considerado um estressor no caso de provocar alterações fisiológicas, emocionais e comportamentais bastante específicas conhecidas como respostas de estresse.

- Há uma estreita relação entre ESTRESSE, SAÚDE FÍSICA e MENTAL, pesquisas demonstram que o ESTRESSE é fator de risco para o desencadeamento desses fenômenos.

- Assim os resultados obtidos tem possibilitado a análise de fenômenos tipicamente humanos, que podem desencadear o estresse frequentemente derivados de problemas pessoais, familiares, sociais ou profissionais. (DEWE; TRENBERTH; HAMILTON, 1982; FARBER 1982; SACKEM e WEBER, 1982).

- ESTRESSE X SAÚDE
- Segundo SOARES e GROSSI (1999), as pesquisas na área do estresse nos últimos 20 anos sistematicamente apontam para a associação do estresse excessivo com diversos problemas físicos, emocionais e sociais, tais comoalteração de humor, distúrbios do sono, dores de cabeça, problemas gástricos, além de problemas nas relações familiares e interpessoais.

- Nesta mesma perspectiva,  WEBER e JACKEL-REINHARD, 2000, apontaram que são muitas as possíveis consequências de alterações provocadas pelo estresse, como elevação da pressão arterial (que podem resultar em doenças cardíacas ou AVC) e inibições de respostas inflamatórias, que tenderiam a reduzir a capacidade do organismo para cicatrizar lesões. Por sua vez, enxaquecas, distúrbiosgastrintestinais, problemas cardíacos, alterações do sono e susceptibilidade à infecções, tem sido frequentemente associados ao estresse e ao estresse no trabalho.

-  Há evidências de que algumas doenças crônicas estejam relacionadas com a presença de estresse constante na vida do indivíduo, tais como as cardiovasculares e as músculoesqueléticas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ESCALA DE VULNERABILIDADE AO ESTRESSE NO TRABALHO - SISTO F. Fermino; BAPTISTA N. MAKILIM; NORONHA P, Ana Paula; SANTOS A. Acácia Aparecida. Vetor Editora, 2007.
http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=70.
( Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

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