domingo, 12 de setembro de 2010

Ψ ESQUIZÓIDE


- Caracteriza-se aquele indivíduo que sem ter PSICOSE verdadeira, apresenta traços singulares do tipo esquizofrênico. São os casos conhecidos como "ESQUIZOFRENIA BRANDA" ou AMBULATORIAL. Pertencem a este grupo os PSICOPATAS EXTRAVAGANTES, os PARANÓIDES ABORTIVOS, os muitos indivíduos "apáticos" que chamamos PERSONALIDADE HEBEFRENÓIDES. 
 
As emoções nos ESQUIZÓIDES, afiguram-se inadequadas. É frequente falharem absolutamente em situações nas quais seriam de esperar. Uma falta de emoção que não se deve a simples repressão, mas à perda real de contato com o mundo objetivo, dá a quem observa uma imprressão de "esquisitice".

É comum a falta de afetos romper-se com ataques emocionais súbitos e incompreensíveis. Noutros casos, as emoções parecem relativamente normais, desde que se realizem certas condições, por exemplo desde que o paciente consiga sentir que "as coisas não são inteiramente sérias".

Comportam "como se" tivessem relações sentimentais com os outros. Podem estar cercados de muita gente e ocuparem-se com muitas atividades, mas não tem amigos de verdade.

 - É frequente AS PERSONALIDADES ESQUIZÓIDES permanecerem relativamente normais enquanto se encontram em condições de segurança, colapsando, porém, assim que essas condições deixem de vigorar.

 As personalidades paranóides consistem em ter "seguidores", enquanto as pessoas acreditam neles e na sua missão, os pacientes ainda se apegam à realidade, quando os seguidores começam a dizer "o homem está maluco", colapsam.

- Os tipos esquizóides podem apresentar grande variedade de quadros clínicos: num extremo estão as "crianças prodígios", possuidoras de talentos (autísticos) unilaterais, cujo comportamento ocasionalmente estranho é perdoado porque sabem comunicar sua proximidade ao inconsciente, mostrando-se capazes de fascinar uma plateia, embora os próprios pacientes não tenham por ela interesse emocional algum; o outro extremo assinala-se por pessoas hebefrenóides, que dão a impressão, de obtusidade e que vivem, de forma vazia e obscura, uma existência realmente vegetativa, de todo pobre quanto à vivacidade emocional. - A característica essencial do Transtorno da Personalidade Esquizóide é um padrão invasivo de distanciamento de relacionamentos sociais e uma faixa restrita de expressão emocional em contextos interpessoais.
Este padrão começa no início da idade adulta e se apresenta em variados contextos. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Esquizóide parecem não possuir um desejo de intimidade, mostram-se indiferentes às oportunidades de desenvolver relacionamentos íntimos, e parecem não obter muita satisfação do fato de fazerem parte de uma família ou de outro grupo social.
- Eles preferem passar seu tempo sozinhos a estarem com outras pessoas, com frequência, parecem ser socialmente isolados ou "solitários", quase sempre escolhendo atividades ou passatempos que não envolvam a interação com outras pessoas.
- Eles preferem tarefas mecânicas ou abstratas, tais como jogos matemáticos ou de computador. Podem ter pouco interesse em experiências sexuais;
- Existe, geralmente, uma experiência reduzida de prazer em experiências sensoriais, corporais ou interpessoais, tais como caminhar na praia ao pôr-do-sol ou fazer sexo. Esses indivíduos não têm amigos íntimos ou confidentes, exceto, possivelmente, algum parente em primeiro grau.

- Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Esquizóide frequentemente se mostram indiferentes à aprovação ou crítica e parecem não se importar com o que os outros possam pensar deles. Eles podem ignorar as sutilezas normais da interação social e com frequência não respondem adequadamente aos indicadores sociais, de modo que parecem socialmente ineptos ou superficiais e absortos consigo mesmos.
 - Eles geralmente exibem um exterior "insosso", sem reatividade emocional visível, e raramente retribuem gestos ou expressões faciais, tais como sorrisos ou acenos.
Afirmam que raramente experimentam fortes emoções, tais como raiva e alegria, frequentemente exibem um afeto restrito e parecem frios e indiferentes.
Entretanto, em circunstâncias muito incomuns nas quais estes indivíduos, pelo menos temporariamente, sentem-se mais à vontade para se revelarem, podem reconhecer sentimentos dolorosos, particularmente relacionados a interações sociais.
- O Transtorno da Personalidade Esquizóide não deve ser diagnosticado se o padrão de comportamento ocorre exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia, Transtorno do Humor Com Aspectos Psicóticos, outro Transtorno Psicótico ou um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, ou se é decorrente dos efeitos fisiológicos diretos de uma condição neurológica (ex., epilepsia do lobo temporal).
- Um padrão invasivo de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão emocional em contextos interpessoais, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, como indicado por pelo menos quatro dos seguintes critérios:

 - não deseja nem gosta de relacionamentos íntimos, incluindo fazer parte de uma família; quase sempre opta por atividades solitárias;
- tem prazer em poucas atividades, se alguma; - não tem amigos íntimos ou confidentes, outros que não parentes em primeiro grau; - mostra-se indiferente a elogios ou críticas de outros;
Demonstra frieza emocional, distanciamento ou afetividade embotada.

A QUESTÃO DO PROGNÓSTICO NA ESQUIZOFRENIA - O prognóstico é extremamente complicado pela dificuldade de entender com exatidão a economia das forças que são responsáveis pelo curso da psicose. Se o esquizofrênico consegue restabelecer relações, pode ainda acontecer que torne a colapsar, se ocorrerem novos acontecimentos precipitantes.
É fácil perceber que todos os fatores ambientais que sejam prazerosos e sedutores irão influenciar favoravelmente, no sentido da saúde e aqueles que sejam frustrados ou levem o paciente à tentação irão favorecer a doença.
 Daí ser importante para a avaliação prognóstica, estabelecer um diagnóstico dinâmico que diga respeito à profundidade da perda de objetos e à intensidade da predisposição orgânica para a doença.  A história do paciente dar-se-á a informação necessária.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br/,
Fenichel, Otto - Teoria Psicanalítica das Neuroses;
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

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