(...) Ao contrário, ao terminar o elogio de si mesma, Loucura diz: “se achais em meu discurso muita petulância e loquacidade, considerai que sou Loucura e que falei como mulher.
- Em seu auto-elogio, a Loucura fala que basta ela aparecer que as fisionomias se transformam: “O que os retóricos, aliás consideráveis, não obtêm com seus discursos, senão com grande esforço preparatório, isto é, expulsar das almas o tédio, tenho apenas que me mostrar para consegui-lo”.
- Se isto é ser louca, arremata a Dama,“convém-me às mil maravilhas”.
- Depois de ridicularizar feitiços, subornos, sinais cabalísticos e outras estratégias exteriores, Mercúrio diz que “o maior encantamento que existe para ser amado é amar [...] para se fazer amar, é preciso ser amável”. E ser amável na medida daquela a quem se ama, a quem se quer agradar.
- Transformar-se para se adequar a outra pessoa parece algo irracional, o que está em perfeito acordo com o verdadeiro amor, que “é grande, intenso e mais forte do que toda razão”
- Se os amantes soubessem do perigo em que se meteram, do quanto estão encantados e iludidos, do fundamento da esperança que os anima, nunca permaneceriam juntos, e “assim se perderia teu reino, Amor”, adverte Mercúrio.
- E pede, então, a Amor que não quebre a essencial e antiga aliança existente entre ele e Loucura.
- Ouvidas as duas partes, Júpiter, sem chegar a um veredito, adia o julgamento por três vezes sete vezes nove séculos.
- Até lá, ordena que os dois litigantes vivam juntos: Amor continua cego e será, por isso, conduzido pela Loucura, por onde ela quiser.
- Julgo inócuos quaisquer outros comentários.
(Na Disputa, Louise Labé defendeu Amor, e muito mais fortemente, Loucura – que ganha o lugar de honra. Não mostrou apenas que todo amor é, em maior ou menor grau, amor louco, mas também que esse entrelaçamento não podia ser considerado como uma “culpa” do amor, uma vez que há sempre algum teor de loucura na origem de tudo o que é humano. “Nunca existiu Amor sem Loucura”, atesta Labé, “é impossível que seja de outra forma”)
- Em seu auto-elogio, a Loucura fala que basta ela aparecer que as fisionomias se transformam: “O que os retóricos, aliás consideráveis, não obtêm com seus discursos, senão com grande esforço preparatório, isto é, expulsar das almas o tédio, tenho apenas que me mostrar para consegui-lo”.
- Se isto é ser louca, arremata a Dama,“convém-me às mil maravilhas”.
- Depois de ridicularizar feitiços, subornos, sinais cabalísticos e outras estratégias exteriores, Mercúrio diz que “o maior encantamento que existe para ser amado é amar [...] para se fazer amar, é preciso ser amável”. E ser amável na medida daquela a quem se ama, a quem se quer agradar.
- Transformar-se para se adequar a outra pessoa parece algo irracional, o que está em perfeito acordo com o verdadeiro amor, que “é grande, intenso e mais forte do que toda razão”
- Se os amantes soubessem do perigo em que se meteram, do quanto estão encantados e iludidos, do fundamento da esperança que os anima, nunca permaneceriam juntos, e “assim se perderia teu reino, Amor”, adverte Mercúrio.
- E pede, então, a Amor que não quebre a essencial e antiga aliança existente entre ele e Loucura.
- Ouvidas as duas partes, Júpiter, sem chegar a um veredito, adia o julgamento por três vezes sete vezes nove séculos.
- Até lá, ordena que os dois litigantes vivam juntos: Amor continua cego e será, por isso, conduzido pela Loucura, por onde ela quiser.
- Julgo inócuos quaisquer outros comentários.
(Na Disputa, Louise Labé defendeu Amor, e muito mais fortemente, Loucura – que ganha o lugar de honra. Não mostrou apenas que todo amor é, em maior ou menor grau, amor louco, mas também que esse entrelaçamento não podia ser considerado como uma “culpa” do amor, uma vez que há sempre algum teor de loucura na origem de tudo o que é humano. “Nunca existiu Amor sem Loucura”, atesta Labé, “é impossível que seja de outra forma”)
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