*O que diz a mitologia: Na mitologia grega, Eros é o deus do amor. Thanatos a personificação da morte.
*Eros, o mais belo dos deuses, com seu arco e flecha do amor atinge homens, mulheres e deuses.
*Um belo dia Eros adormeceu numa caverna, embriagado por Hipno (deus do sono, irmão de Tânatos).
*Enquanto sonhava suas flechas se espalharam pela caverna, misturando-se às flechas da morte.
*Ao acordar, Eros sem querer levou algumas flechas que pertenciam a Tanatos. Desde então Eros passou a portar flechas de amor e morte.
*Freud se apropria do mito e cria o conceito de pulsão de vida: Eros e pulsão de morte: Tanatos, (abordados em "Mais além do princípio do prazer" e "Mal-estar na civilização").
*Eros teria a função de amalgamar partículas fragmentadas da substância viva e criar unidades cada vez mais complexas, buscando preservar o organismo vivo e a espécie.
*O instinto de vida garante a autopreservação das espécies, a sobrevivência e reprodução do indivíduo.
*Eros inclui tudo que visa o prazer (como o contato físico, alimentação, energia, movimento, alegria).
*A energia psíquica de Eros é referida como libido ou o impulso vital como um dos instintos primários principais que determinam o comportamento humano, ao lado da morte.
*No entanto, a pulsão de vida não atua de forma isolada. Por isso a existência no ser humano de uma ambivalência em tudo que ele pensa, faz e sente.
*Onde há amor deve haver ódio, toda sexualidade necessita de um grau de agressividade, em proporções variadas. Essas polaridades são os cernes dos conflitos psíquicos.
*A pulsão de morte também está presente e age de forma silenciosa.
*É o que Freud define como o mal-estar intrínseco a cultura: a destrutividade do ser humano, voltada para si mesmo ou para os outros - esse algo que existe e que foge a norma e a criação de sentidos.
*Dostoiévski refere que tememos o fato de que secretamente sabemos da existência de um demônio oculto, que habita todo homem.
*A Sombra é um dos conceitos mais importantes da teoria junguiana. O mal, na psicologia profunda, pode ser associado ao arquétipo da sombra que representa o lado escuro e desconhecido do Si Mesmo.
*Nela está contida toda a potencialidade inconsciente, aspectos altamente construtivos ou destru0tivos.
*Reconhecê-la é o primeiro passo para a ampliação da consciência e para um melhor relacionamento com si mesmo e com o mundo.
*Pois toda sombra tende a ser projetada e, consequentemente, as projeções geram mau humor, intolerância e dificuldades para os diversos tipos e níveis de relacionamentos.
*Com isso podemos concluir que todas as doenças - físicas, psíquicas, sociais ... são projeções sombrias que precisam ser conscientizadas e integradas na consciência.
“Vergonha, culpa, orgulho, medo, ódio, inveja, carência e avidez são subprodutos inevitáveis da construção do ego. Eles estimulam a polaridade entre o sentimento de inferioridade e a vontade de poder. Eles são os aspectos da sombra da primeira emancipação do ego." (Edward C. Whitmont)
*A vida se mostra, faz barulho, é conflito.
*Já a morte é taciturna, quase invisível.
*Trabalhando para Eros, a pulsão de morte pode ser intensamente criativa.
Klimt
*Garcia-Roza (1995), refere que a partir do destruição causada pela pulsão de morte é que se pode ir em busca do diferente, do novo.
*A agressividade humana pode e deve ser canalizada em prol da vida.
*É preciso que conheçamos esse “demônio oculto” e que o coloquemos para trabalhar a nosso favor.
*Quando Freud (1920), constrói a hipótese da pulsão de morte ele amplia conceito de pulsão, que passa a ser compreendido como um impulso inerente à vida, algo anterior à sexualidade, anterior a representação psíquica, algo que não é visível, nem dizível.
*A pulsão de morte está para além do princípio do prazer, além do aparelho psíquico e só se mostra quando ligada à pulsão de vida.
*Tanatos entendido como pulsão de destruição é pura dispersão, potência dispersa.
*Por isso Freud irá afirmar que ela é uma pulsão por excelência.
*A pulsão de vida seria algo já capturado pelo psíquico, cujo objetivo também seria conduzir o organismo à morte, mas a própria morte, preservando a vida para que ela morra ao seu próprio modo. (Freud, 1920)
Fonte: JUNG, C. G. A Natureza da Psique, Petrópolis, Vozes, 1984.
JUNG, C. G. O Eu e o Inconsciente, Petrópolis, Vozes, 1984.
Rodrigues M., Samara - Psicóloga Mestranda Universidade Estadual de Maringá. Eros e Tanathus - Nossas Porções de Vida e Morte
Freud, S. (1920). Além do princípio de prazer. In: Escritos sobre Psicologia do Inconsciente, vol. II. (Luiz Alberto Hanns, trad). Rio de Janeiro: Imago, 2006.
Freud, S. (1923) O Eu e o Id. In: Escritos sobre Psicologia do Inconsciente, vol. III. (Luiz Alberto Hanns, trad). Rio de Janeiro: Imago, 2007.
Freud, S. (1930) O Mal estar na Cultura. (Renato Zwick, trad). Porto Alegre: 2011.
Ψ Fatima Vieira - Psicóloga Clínica
5 comentários:
Meus parabéns!! Vc atende em telepsicologia?
Oi Adriano Suba Braga... obrigado ... só atendo presencial... abraço Fátima Vieira
Viva thanos
Eu atendo! @erikacaldeirapsicanalise
Excelente explanação acerca da batalha entre a vida e a morte, a favor da vida nessa luta está a psicologia.
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