(...)
- O sujeito amoroso é "seduzido" - (capturado e encantado) pela imagem do objeto amado.
- O sujeito amoroso é "seduzido" - (capturado e encantado) pela imagem do objeto amado.
- Nome popular: amor à primeira vista, nome científico: enamoramento.
- Há muito estabeleceu-se a equivalência entre o amor e a guerra: nos dois trata-se de conquistar, seduzir, capturar.
- Cada vez que um sujeito "cai" de amores, retoma um pouco o tempo arcaico em que os homens deviam raptar a mulher (ela sempre passiva);
- Do modelo primitivo subsiste um vestígio público: o amante - aquele que foi seduzido é sempre "feminizado";
- No mito atual (amor-paixão), dá-se o contrário: o sedutor nada quer, nada faz; é imóvel e o objeto seduzido é o verdadeiro sujeito do rapto.
- O objeto da captura torna-se o sujeito do amor; o sujeito da conquista passa à categoria do objeto um vestígio público: o amante - aquele que foi seduzido é sempre "feminizado";
- O sujeito é sempre aquele que sofre: onde há ferimento há sujeito e quanto mais profunda a ferida, mais o sujeito torna-se o sujeito: pois o sujeito é a intimidade.
("a ferida ... é de uma intimidade medonha!")
- Assim é o ferimento de amor: um corte radical no centro do corpo (coração), um corte radical que não consegue se fechar, do qual o sujeito escorre.
Roland Barthes - Fragmentos de Um Discurso Amoroso
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)
- Há muito estabeleceu-se a equivalência entre o amor e a guerra: nos dois trata-se de conquistar, seduzir, capturar.
- Cada vez que um sujeito "cai" de amores, retoma um pouco o tempo arcaico em que os homens deviam raptar a mulher (ela sempre passiva);
- Do modelo primitivo subsiste um vestígio público: o amante - aquele que foi seduzido é sempre "feminizado";
- No mito atual (amor-paixão), dá-se o contrário: o sedutor nada quer, nada faz; é imóvel e o objeto seduzido é o verdadeiro sujeito do rapto.
- O objeto da captura torna-se o sujeito do amor; o sujeito da conquista passa à categoria do objeto um vestígio público: o amante - aquele que foi seduzido é sempre "feminizado";
- O sujeito é sempre aquele que sofre: onde há ferimento há sujeito e quanto mais profunda a ferida, mais o sujeito torna-se o sujeito: pois o sujeito é a intimidade.
("a ferida ... é de uma intimidade medonha!")
- Assim é o ferimento de amor: um corte radical no centro do corpo (coração), um corte radical que não consegue se fechar, do qual o sujeito escorre.
Roland Barthes - Fragmentos de Um Discurso Amoroso
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)
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